paisagem real

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Ontem, no lounge Fiat Glamurama, a designer de acessórios Francesca Romana Diana lançou uma linha de pulseiras, em homenagem aos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil. Feitas de latão e banhadas a ouro, as peças têm lindos desenhos feitos pela pintora (e princesa) Leli de Orleans e Bragança. 

No vídeo, Francesca explica mais.

japonismo

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 Hoje eu tive tempo de percorrer, com bastante calma, a exposição Olhar Contemporâneo, que é uma das grandes atrações deste SPFW. Todos os grandes mestres japoneses, que tiveram forte influência na moda do ocidente, estão lá: do precursor Kenzo (que está prestigiando o evento), passando por Rei Kawakubo e Junya Watanabe, da Comme des Garçons; Issey Miyake e Yohji Yamamoto;  até o “novato” JunTakahashi, da Undercover.

Fiquei emocionada de ver, tão de perto, roupas tão especiais que eu só conhecia por meio de fotos, em revistas e sites. Foi como estar na presença da própria história.

Parecia que aquelas peças –testemunhas de uma revolução feita de tecido, costura e imaginação– apesar de estarem temporariamente congeladas nos manequins, poderiam ganhar vida novamente, em algum corpo, a qualquer momento. Afinal, as idéias contidas ali alargaram as fronteiras da moda, renovaram conceitos, trilharam caminhos inéditos. E, ainda hoje esses idéias estão vivas, elas comunicam o novo.

Por isso mesmo, quando me refiro a um destes estilistas, não me furto a denominá-los de criadores.

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De cima para baixo: looks de Yohji Yamamoto, Kenzo, Junya Watanabe e Issey Miyake.

Veja mais fotos no meu FLICKR!

prestidigitação

O press-release da Cavalera já anunciava que algo meio surreal estava por vir: começava com um texto sobre poesia dadaísta de Tristan Tzara, falava sobre a fantasia contaminando a realidade, e citava uma cartela de cores com tons de abacate, alga, avenca, clorofila, dólar, jade, e marciano. Hã? Pois é!

Quando a luz se acende na passarela, percebemos que três garotas flutuam no ar, levitam como num show de mágico. Entram os verdejantes looks anunciados. O espírito é o streetwear de luxo da marca, com tecidos nobres, brilhos e loucurinhas: um trench coat de plástico transparente aqui, uma calça de vinil lá, um macacão com cintura “santro-peito” acolá. Não há grandes revoluções de estilo, mas é uma roupa em sintonia com as tendências do momento (saias de cintura alta, jaquetinhas curtas, chemises, shortinhos e calças amplas), que o consumidor da marca vai gostar e usar. Adorei o toque de humor das máscaras usadas pelos modelos. Parece que Marcelo Sommer –diretor criativo contratado há 6 meses– junto com a equipe de estilo, encontrou afinal um ponto de equilíbrio entre a realidade e a fantasia. 

Libere o monstro do pântano, o duende, a fada ou o mágico que há em você!

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[fotos: Charles Naseh/Chic]

reflexão é tendência

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Não só de aparência e superficialidade vive a temporada de moda. Paralelamente aos desfiles do SPFW, acontece o ZIGUEZAGUE –evento organizado por Cristiane Mesquita e Thais Graciotti–, de 19 a 22 de junho, no MAM (Museu de Arte Moderna).

A alguns passos da Bienal, uma série de convidados superespeciais se reune para oferecer sua experiência e expertise em palestras, oficinas e conversas, com entrada gratuita, ou quase. “O intuito é produzir reflexões sobre as transversalidades da moda que dialoguem com os acontecimentos do SPFW”, explica Cristiane Mesquita.

Veja só quem participa desta edição: os estilistas Jum Nakao e Karlla Girotto, o designer Gerson de Oliveira, os artistas plásticos Érika Verzutti e XU, e a pesquisadora Laura Novik, da Blink Design, entre outros.

Para saber mais, acesse o site do MAM ou acompanhe pelo blog ZIGUEZAGUE.

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lençóis de seda

Tem duas coisas que estão sempre presentes nos desfiles da Forum de Tufi Duek: a imagem de mulher sexy e a referência ao Brasil. Já até falei sobre essa questão da brasilidade no histórico da marca, num post anterior.

Para resumir, do meu ponto de vista, a Forum usa muito bem a brasilidade como marketing, mas nem sempre a tal inspiração brasileira está, verdadeiramente, na coleção. Em certos momentos, parece que a brasilidade vira uma cortina de fumaça para camuflar a percepção de referências bem européias e bem óbvias. 

Não tem nada que exemplifique melhor esse assunto, do que o vestido estampado que, vira e mexe, aparece na passarela. Vamos relembrar: já vimos versões dele com estampa de praia, da calçada de Copacabana, traços do Niemeyer, poster do Cinema Novo, Carmem Miranda estilizada…

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Coleção de inverno 2007, inspirada em Niemeyer

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Coleção de verão 2008, com tema marinheiro

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E agora, no verão 2009, temos os Lençóis Maranhenses

Eu até considero esta uma boa coleção da Forum, com belos vestidos de noite, perfeitos para a consumidora da marca, uma “peruinha” chique e sexy. Mas a moça em questão não é daquelas que pisa na areia ou se deixa despentear pelas rajadas de vento provenientes da natureza árida e selvagem dos Lençóis Maranhenses. Por isso, vou apelidar esta peça de “vestido álibi”!

salada cole slow

Tem mais “repolhinhos” para a nossa coleção!

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Ellus

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Triton

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Uma

[fotos: Charles Naseh/Chic e Silvia Boriello/EP]

inovação ou piração?

O que é novo, inusitado, inédito, sempre causa estranheza, encantamento ou rejeição. Tem sido assim desde sempre, graças à mistura de medo e curiosidade que as invenções despertam.

Selecionei algumas “loucurinhas” avistadas no SPFW até agora. Mas como a lista deve crescer nos próximos dias, vou continuar atualizando a série.

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Corpete de plástico holográfico, da Osklen. O efeito é lindo, mas não deve ser lá muito prático.

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Homem de saia nem é algo tão inédito assim. Os gregos vestiam túnicas, os escoceses usam o kilt até hoje. Será que agora, finalmente, a moda pega? Bem que poderia, já que o look é confortável e arejado, bem adequado ao nosso clima tropical.

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O paletó com short (aqui, em versão da V.Rom) é outro look polêmico que se vê muito na passarela e mas não na vida real. Será que um dia os executivos vão botar as pernocas de fora?

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Do Estilista: burka fashion ou uma daquelas capinhas de liquidificador? Essa roupa é só para o desfile mesmo. Ou alguém se habilita?

superação

Fause Haten fez um bom desfile ontem, apesar dos problemas com o recente rompimento da sociedade com o grupo IM (Identidade Moda). Por conta do imbroglio comercial, o estilista lançou a coleção sob a marca FH e não sob aquela que leva seu nome. Apostou na moda noite, território que domina, e conseguiu um bom resultado, entre o glamour clássico e a modernidade. Faltou à apresentação, no entanto, uma edição mais enxuta.

O final do desfile foi comovente. Ao entrar na passarela, Fause Haten foi muito aplaudido, sob uma chuva de rosas atiradas por pessoas da platéia, em sinal de reconhecimento e estímulo. 

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[fotos: Silvia Boriello/EP]

fantasia e realidade

Como já contei aqui, ontem à noite fui a um jantar e não assisti aos dois últimos desfiles.

Hoje, logo cedo, fui “fazer a lição de casa”: ler as críticas na internet. Comecei a me informar sobre o desfile de Marcelo Sommer e sua marca Do Estilista. As palavras-chaves usadas para descrever a coleção eram “Fetiche”, “Fantasia”, “Conceito”, e eu fiquei com a impressão de algo radical havia acontecido ali. Mas ao checar as imagens fiquei confusa porque, salvo algumas exceções, elas me pareceram bastante acessíveis, comerciais até.

Noiva, enfermeira, marinheira, pirata, palhaço? Escolha um fetiche para chamar de seu.
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Essa turma, acima, é bem comportada, não? 

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Já esta outra radicaliza: Burka, Eva, Palhaço e Esqueleto (ou será Exu?)

Lembra do desfile da Louis Vuitton (foto abaixo), que trazia enfermeiras inspiradas na obra de Richard Prince?

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Graduate Nurse, acima, faz parte da série “Nurses” de Richard Prince, inspirada nas capas das novelas baratas, vendidas nas bancas de jornais, também chamadas de pulp fiction.