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 Lino Villaventura: tecidos de teia, nervuras de inseto, equilíbrios de Calder, geometrias de Kandinsky.

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[fotos exclusivas feitas no backstage por Rogério Cavalcanti]

Para colocar palavras onde elas me faltam, convoco o poeta russo Maiakovski. Segue um trecho do poema “A Flauta-Vértebra”.

“Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
Esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.” 
Vladmir Maiakovski

delicadeza urbana

A Maria Garcia fez uma ótima estréia no SPFW, apresentando uma coleção despretenciosa, jovem e feminina. Modelagens delicadas, bordados de metal e lindos adereços de cabeça –com penas e pérolas– encantaram a platéia. O cenário, um corredor formado por grades, e a trilha sonora com músicas de Lou Reed,  criaram o contraponto ideal. 

Camila Cutolo, responsável pela marca, ao contrário da maior parte dos estilistas que sonha em integrar o line-up do SPFW,  sempre foi avessa à idéia de mostrar a coleção na semana de moda paulistana. “Não queria ser uma figura pública, me considero só uma pessoa que trabalha com moda. Mas tive que deixar a timidez de lado em nome do crescimento da marca”, diz.

Confira o vídeo do final do desfile.

E  as fotos no meu FLICKR.

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O trançado característico das cadeiras de palha inspirou looks de Reinaldo Lourenço e sapatos da Maria Bonita.

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[Fotos: Charles Naseh/Chic]

nova visão

É hora de reforçar a galeria de imagens inovadoras.

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Danielle Jensen, estilista da Maria Bonita, conseguiu traduzir o espírito dos jangadeiros numa coleção belíssima e sofisticada. As redes de pesca se transmutaram em roupas que parecem flutuar no corpo.

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Reinaldo Lourenço mostrou uma série de tramas elaboradas, de tirar o fôlego!

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As guerreiras de Alexandre Herchcovith têm ombros fortes, adornados com cascatas de babados.

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Depois de passear de barco pelo rio São Francisco, Ronaldo Fraga criou um cardume de mulheres-peixes.

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André Lima deve ter aprendido a fazer origami com algum mestre japonês: seus vestidos transformaram as modelos em flores e borboletas!

[Fotos: Charles Naseh/Chic]

olhar gateado

As modelos Manoela Ew e Andressa Fontana estão causando na “semana week de moda fashion” com seus traços marcantes, além da elegância e personalidade à toda prova.

Aqui, elas aparecem em fotos exclusivas feitas no backstage da Neon por Rogério Cavalcanti. A beleza foi criada por Lau Neves para M.A.C (maquiagem) e Paulo César Schetiini (cabelo).

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Manoela Ew (Mega)

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Andressa Fontana (Way)

japonismo

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 Hoje eu tive tempo de percorrer, com bastante calma, a exposição Olhar Contemporâneo, que é uma das grandes atrações deste SPFW. Todos os grandes mestres japoneses, que tiveram forte influência na moda do ocidente, estão lá: do precursor Kenzo (que está prestigiando o evento), passando por Rei Kawakubo e Junya Watanabe, da Comme des Garçons; Issey Miyake e Yohji Yamamoto;  até o “novato” JunTakahashi, da Undercover.

Fiquei emocionada de ver, tão de perto, roupas tão especiais que eu só conhecia por meio de fotos, em revistas e sites. Foi como estar na presença da própria história.

Parecia que aquelas peças –testemunhas de uma revolução feita de tecido, costura e imaginação– apesar de estarem temporariamente congeladas nos manequins, poderiam ganhar vida novamente, em algum corpo, a qualquer momento. Afinal, as idéias contidas ali alargaram as fronteiras da moda, renovaram conceitos, trilharam caminhos inéditos. E, ainda hoje esses idéias estão vivas, elas comunicam o novo.

Por isso mesmo, quando me refiro a um destes estilistas, não me furto a denominá-los de criadores.

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De cima para baixo: looks de Yohji Yamamoto, Kenzo, Junya Watanabe e Issey Miyake.

Veja mais fotos no meu FLICKR!

prestidigitação

O press-release da Cavalera já anunciava que algo meio surreal estava por vir: começava com um texto sobre poesia dadaísta de Tristan Tzara, falava sobre a fantasia contaminando a realidade, e citava uma cartela de cores com tons de abacate, alga, avenca, clorofila, dólar, jade, e marciano. Hã? Pois é!

Quando a luz se acende na passarela, percebemos que três garotas flutuam no ar, levitam como num show de mágico. Entram os verdejantes looks anunciados. O espírito é o streetwear de luxo da marca, com tecidos nobres, brilhos e loucurinhas: um trench coat de plástico transparente aqui, uma calça de vinil lá, um macacão com cintura “santro-peito” acolá. Não há grandes revoluções de estilo, mas é uma roupa em sintonia com as tendências do momento (saias de cintura alta, jaquetinhas curtas, chemises, shortinhos e calças amplas), que o consumidor da marca vai gostar e usar. Adorei o toque de humor das máscaras usadas pelos modelos. Parece que Marcelo Sommer –diretor criativo contratado há 6 meses– junto com a equipe de estilo, encontrou afinal um ponto de equilíbrio entre a realidade e a fantasia. 

Libere o monstro do pântano, o duende, a fada ou o mágico que há em você!

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[fotos: Charles Naseh/Chic]

lençóis de seda

Tem duas coisas que estão sempre presentes nos desfiles da Forum de Tufi Duek: a imagem de mulher sexy e a referência ao Brasil. Já até falei sobre essa questão da brasilidade no histórico da marca, num post anterior.

Para resumir, do meu ponto de vista, a Forum usa muito bem a brasilidade como marketing, mas nem sempre a tal inspiração brasileira está, verdadeiramente, na coleção. Em certos momentos, parece que a brasilidade vira uma cortina de fumaça para camuflar a percepção de referências bem européias e bem óbvias. 

Não tem nada que exemplifique melhor esse assunto, do que o vestido estampado que, vira e mexe, aparece na passarela. Vamos relembrar: já vimos versões dele com estampa de praia, da calçada de Copacabana, traços do Niemeyer, poster do Cinema Novo, Carmem Miranda estilizada…

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Coleção de inverno 2007, inspirada em Niemeyer

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Coleção de verão 2008, com tema marinheiro

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E agora, no verão 2009, temos os Lençóis Maranhenses

Eu até considero esta uma boa coleção da Forum, com belos vestidos de noite, perfeitos para a consumidora da marca, uma “peruinha” chique e sexy. Mas a moça em questão não é daquelas que pisa na areia ou se deixa despentear pelas rajadas de vento provenientes da natureza árida e selvagem dos Lençóis Maranhenses. Por isso, vou apelidar esta peça de “vestido álibi”!

superação

Fause Haten fez um bom desfile ontem, apesar dos problemas com o recente rompimento da sociedade com o grupo IM (Identidade Moda). Por conta do imbroglio comercial, o estilista lançou a coleção sob a marca FH e não sob aquela que leva seu nome. Apostou na moda noite, território que domina, e conseguiu um bom resultado, entre o glamour clássico e a modernidade. Faltou à apresentação, no entanto, uma edição mais enxuta.

O final do desfile foi comovente. Ao entrar na passarela, Fause Haten foi muito aplaudido, sob uma chuva de rosas atiradas por pessoas da platéia, em sinal de reconhecimento e estímulo. 

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[fotos: Silvia Boriello/EP]