a distância do amor

Não costumo falar sobre campanhas de publicidade aqui, a não ser que sejam focadas em moda e tenham algum grande diferencial, como aquele anúncio do perfume masculino do Tom Ford, em que havia um… errrr… posicionamento de produto pouco usual.

Mas hoje eu  fiquei com lágrimas nos olhos ao assistir ao vídeo “Love Distance” que fala sobre a campanha de uma marca camisinhas japonesa, a Sagami Original. Vale a pena ver, clique na imagem abaixo para ser redirecinado para o site do filme.

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Eu não sou expert em publicidade, nem nada, mas achei o conceito da campanha muito pertinente: a marca produz a camisinha mais fina do mundo, com apenas 0, 02 mm de espessura e o filme fala sobre a distância entre os amantes. Também achei genial terem criado sites separados para homens e mulheres, sendo que depois de se cadastrar em um, você não podia acessar o outro e, no final da campanha, os dois sites se fundiram em um só. E principalmente, toda a ção foi baseada numa história real, com um casal de verdade, capaz de emocionar qualquer um que já tenha amado à distancia.

via aérea

Simples e interessante esta “ação de guerrilha” que aconteceu no centro comercial Forrest Chase, na Austrália: as roupas fazem um uma espécie de balé, flutuando ao redor das pessoas que passam pelo local.

(via Comunicadores)

Belas e feras

Achei inspirador esse ensaio fotográfico “Betes de Mode”, criado por Thomas Couderc e Clement Vauchez do escritório de criação gráfica HELMO, para as vitrines da Galeries Lafayette, tempos atrás.

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Confira a ficha técnica:
Betes de Mode: trabalho realizado com Thomas Dimetto / fotos dos animais, Christophe Urbain / fotos das pessoas, Laurent Croisier / styling, Romain Vallos / direção de criação, Anne Claire Boulard e Tulip Santene

Mais recentemente, a dupla criou a instalação “Hunting Colors” para a loja de Issey Miyake. Aproveitando que a grife desenvolveu a coleção de primavera-verão 2009 à partir de 8 cores encontradas na floresta amazônica, a HELMO propôs uma série de serigrafias, nos mesmo tons da coleção, em que figuram insetos brilhantes atraídos pela luz de uma lâmpada.

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Créditos:
Hunting Colors: instalação realizada por Ivann Legall e Laurent Livet / Serigrafias realizadas por  Stephane Bamy

favor comparecer à recepção!

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Cara Renata Morgado Teixeira, felizarda ganhadora da promoção Fashion in Black, favor responder às mensagens enviadas para o seu endereço eletrônico ou entrar em contato comigo através do email modasemfrescura@gmail.com 

Um lindo iPod Touch espera por você!

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Os demais participantes, por favor dirijam-se ao guichê ao lado, o blog SP00, que vai dar uma câmera Canon chiquérrima de 12 megapixels!

work in progress

Hoje é um dia muito especial para o MODA SEM FRESCURA!

O blog está estreando um layout novo patrocinado pela Rexona (ficou lindo, não ficou? estou toda orgulhosa!) . O visual faz parte de uma ação promocional que vai envolver um concurso e um prêmio BEM BACANA! Logo, logo eu conto mais!

Como se isso já não bastasse, estou blogando direto do Estúdio Bertram, onde será fotografada uma matéria de moda, exclusiva para o blog. Aqui comigo estão o fotógrafo Rogério Cavalcanti, o maquiador e cabeleireiro Eliezer Lopes e a modelo Thana Kuhnen (recém-chegada de Nova York, com cabelo curto, maravilhosa!). Com uma equipe dessas, vou deixar a modéstia de lado e dizer: vai ficar incrível! 

Daqui a pouco farei uma transmissão ao vivo, direto do camarim, via Yahoo Live. Fiquem ligados!

E esta é a primeira foto do making of do editorial. Mais tarde vou subir as outras para o flickr. Aguardem…

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paradoxos da moda

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[Foto: Rogério Cavalcanti]

É antológica a edição do caderno Mais! da Folha de São Paulo, intitulada “Totalitarismo fashion” e publicada em 31 de agosto, com o seguinte conteúdo:

 *Entrevista com o filósofo Lars Svendsen, autor de “Fashion – A Phylosophy”, feita por Alcino Leite Neto

*Texto da jornalista americana Virginia Postrel fala sobre o luxo e suas relações com grupos étnicos e classes sociais

*Entrevista com o escritor francês Daniel Roche sobre a história das coisas banais e sua capacidade de expressar os sonhos, limites e impasses de uma época, feita por Denise Bernuzzi de Sant’Anna –professora da PUC-SP e do Senac.

Leia, a seguir, alguns trechos selecionados por mim:

SVENDSEN – O princípio da moda é criar uma velocidade constantemente crescente, para fazer um objeto tornar-se supérfluo o mais rapidamente possível, para então passar para outro. A consciência do poder da moda é a consciência de que os produtos não vão durar; e, se vamos escolher um produto que inevitavelmente ficará ultrapassado, vamos tender a escolher a última moda, e não uma moda anterior. Os produtos não duram, nem se pretende que o façam. Essa é uma parte importante da atração exercida pelo produto pós-moderno: daqui a pouco poderá ser substituído!

SVENDSEN – As modelos são a mais alta encarnação de uma cultura em que nossas identidades essenciais devem estar situadas em nossos corpos, não em nossas almas. A formação da auto-identidade na era pós-moderna é, num sentido crucial, um projeto do corpo. O corpo tornou-se um objeto de moda especialmente privilegiado. Aparece como algo plástico, que se modifica constantemente para adequar-se às novas normas que surgem. E as modelos são as representantes maiores dessas normas.

POSTREL – O luxo visível serve, assim, menos para estabelecer o status positivo do proprietário como pessoa próspera do que para refutar a percepção negativa de que ele é pobre. Quanto mais rica uma sociedade ou um grupo social, menos importantes se tornam os gastos visíveis.

ROCHE – …conforme lembrou [o filósofo Blaise] Pascal, as pessoas são aquilo que aparentam ser e, no entanto, “a roupa não faz o monge”. É sempre possível esconder alguns traços da personalidade ou modificá-los por meio da vestimenta.  

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O caderno Mais! noticia, também, que uma escultura feita com 50 quilos de ouro com a feição de Kate Moss fará parte da exposição “Statuephilia”,  a ser inaugurada em 4 de outubro, no Museu Britânico.

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Aproveitando as reflexões sobre o caráter efêmero da moda e a ditadura do corpo, vale conferir o editorial de moda da revista online Paradoxo, que exibe cenas dos bastidores do último Fashion Rio –feitas pelos fotógrafos André Batista e Thiago Chediak– como a que você vê acima.

o bizarro nosso de cada dia

Ter um blog faz com que você navegue com freqüência (a reforma ortográfica acabou com o trema, mas eu gosto tanto dele…) pela internet e descubra coisas legais, absurdas, emocionantes, bizarras, “de um tudo”!

Então, para começar a semana em clima de quase férias, aqui vão alguns links que andei acessando no final de semana. Divirtam-se!

BAD HAIR DAY?

No blog do fotógrafo americano Harlan Erskine, um post mostra o trabalho surreal de uma pessoa chamada Nagi Noda que faz… chapéus de cabelo! Pode servir de inspiração para aquelas mulheres que estão sempre em busca de um penteado novo!

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As imagens acima são de Nagi Noda/Uchu-Country Co. Ltd.

CAMISINHA SOB MEDIDA

Já no quesito technologia –e à propósito do Dia do Orgasmo celebrado na quinta passada, dia 31 de julho– a grande novidade é a pesquisa do cientista alemão Jan Vinzenz Krause que está desenvolvendo um preservativo em forma de spray. A grande vantagem é que ele deve se adaptar perfeitamente à anatomia de cada… usuário. A desvantagem é que a aplicação e secagem do produto leva cerva de 30 segundos, mas o cientista está tentando diminuir esse tempo. Quem deu a notícia foi o site Cool Hunting

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Aliás, eu já havia lido sobre tecidos em spray no livro “Xtreme Fashion” (Courtenay Smith + Sean Topham), que cita o trabalho de Manel Torres. O designer espanhol, radicado em Londres, desenvolveu um tecido de fibra de algodão em spray chamado  Fabrican. Num mundo que preza a rapidez acima de tudo, parece que faz sentido construir a própria roupa com um simples jato aerosol.

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As duas fotos acima são de Adam Parker

linhas puras

Outro dia fui ao lançamento de primavera-verão da Zidi, marca de moda festa feita por Fernanda Zgouridi.

Eu já falei da marca aqui, na época em que ela foi criada, e fiquei feliz em ver que a qualidade dos tecidos, o cuidado com o corte e o acabamento primoroso continuam os mesmos.

Uma outra característica que se mantém é o estilo clean com detalhes sutis que só se revelam diante de um olhar mais atento: pregas que desenham decotes, cavas sinuosas, drapeados que sugerem movimento. Coisa fina, para mulheres cosmopolitas que não precisam dos artifícios da óbvia sensualidade para chamar a atenção.  

Abaixo, algumas fotos do catálogo

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Fotos: Maurício Nahas
Direção de arte: Paulo Pretti
Styling: Augusto Carneiro
Modelo: Rarika Acler
Beleza: Saulo Fonseca
Florista: Aline Matsumoto

Homem colorido

 O SPFW passou e eu acabei não fazendo um post sobre moda masculina. Para remediar o caso –que não foi de esquecimento, mas de pura falta de tempo– decidi pedir a opinião de alguns rapazes sobre o assunto.

Aqui, o jornalista Luiz Pattoli, que trabalha com comunicação empresarial e também é DJ e blogueiro, comenta o desfile da marca carioca Reserva. 

“Uma das coisas que eu mais reclamo na moda na masculina é a utilização de cores vivas, alegres. Não falo de moda jovem ou street-wear, essas têm cores, me refiro a roupa social ou ‘roupa de trabalho’. Apesar de gostar de roupas largas e de uma moda mais casual, no trabalho preciso estar um pouco mais arrumado. Não preciso usar terno e gravata, mas não dá para usar roupas estampadas ou muito coloridas.”
 
“Diante desse panorama, foi uma grata surpresa ver o desfile da Reserva no último dia do São Paulo Fashion Week. O debut da marca carioca no SPFW, feito na menor sala do pavilhão da Bienal, trouxe uma coleção com o tema Dândi da Silva – que segundo o release é um cara ‘boêmio, musical, elegante, colorido e cheio de suingue’.
Achei a coleção bem comercial, sem grandes extravagâncias.”
 
“O verão da Reserva tem malhas leves de lã amarelo e rosa claros, calças com estampas gráficas e muita geometria nas camisas, que podem ser listradas, diagonais ou xadrez. Gostei demais de uma camisa xadrez com uma borda amarela. Mas, lã no verão me parece um pouco demais, mesmo que seja uma coisa leve, para sair à noite. Não sei se eu usaria.”
 
“Porém, o que me conquistou na coleção foi a utilização da cartela de cores. Grande parte das roupas é cinza/prata e marrom com detalhes em cores fluorescentes. Eu, que gosto de cores vivas, usaria tranquilamente a maioria das peças – menos uma blusa que é amarrada na cintura. Acho improvável que a maioria dos meus colegas de trabalho – que fazem chacota das minhas camisas rosas – usasse algum dos modelitos.”
 
“Cores ainda são vistas como extravagantes ou como uma coisa do mundo feminino pelos homens na maioria dos ambientes de trabalho e fora dele também. É claro que existem pessoas que não compartilham dessa opinião, mas é só dar uma olhada na avenida Paulista na hora do almoço: é um festival de preto, cinza, marrom e azul-marinho no corpo de homens de todas as idades. Talvez os estilistas da Reserva não tenham pensado num uso ‘corporativo’ das peças, mas seria interessante alguém elaborar isso. Também seria interessante pensar em roupas bacanas para quem está acima do peso.”

“A alfaiataria apresentada no desfile tem um toque retrô e mistura paletós com bermudas. Não gostei da combinação e não usaria as duas peças juntas – acho que paletó e bermuda dá um ar muito infantil para o homem. Mas eu gostei do paletó xadrez e usaria com uma calça lisa ou com um jeans. As bermudas da coleção são bonitas, mas nenhuma me impressionou. Ainda acho que as camisas e blusas foram os destaques e usaria grande parte do que foi apresentado. Combinando com o que tenho no meu guarda-roupas, eu estaria arrumado como pede o meu trabalho, mas com um toque descontraído, que me diferenciaria dos outros.”  Luiz Pattoli

Eu também reparei que vários estilistas propuseram o uso do paletó com bermuda ou short, o que parece muito apropriado para o nosso clima tropical. Mas concordo com o Pattoli quando diz que deixa o homem com ar infantil. Em geral, rapazes de short em situações urbanas me fazem pensar naqueles uniformes do jardim da infância. Será que é falta de hábito? Preconceito? Será que um dia os executivos vão exibir as pernocas no trabalho?

Selecionei estas três fotos para serem averiguadas por potenciais consumidores:

 reserva2.jpg Look 1 – Reserva

mario-queiroz1.jpg Look 2 – Mario Queiroz

vrom-1.jpg Look 3 – V.Rom

Agora vamos ver o que os rapazes pensam sobre a dupla paletó com bermuda:

ricardo-lombardi.jpg Ricardo Lombardi, 38 anos, editor do Guia do Estudante e Alamanaque Abril e autor do blog Desculpe a Poeira.

Look 1: Não dá. Só o tênis e a bermuda se salvam, sem o paletó. Usando esse conjunto eu me sentiria uma espécie de Pee Wee Herman  pronto para animar uma festa infantil. Mas a bermuda é bonita.

Look 2: As peças funcionam separadamente, também. O calção eu usaria na praia; o paletó e a camisa, no trabalho. Mas se usasse tudo junto seria demitido, acho.

Look 3: De todos, é o que me pareceu mais próximo da realidade (bom, ao menos da minha). Eu não usaria, mas achei que caimento das peças dá um ar confortável ao conjunto. Ah, ok, eu usaria na praia, numa festa. Resumindo: paletó e verão tropical não combinam. Melhor insistir na camiseta básica ou na camisa hawaiana.

joao-perassolo.jpg João Pedro Perassolo, 25, jornalista e autor do blog Música de Cabeceira

Look 1: Parece roupa de palhaço de circo, versão 2008. Overdose de xadrez. Só falta aquele nariz vermelho.

Look 2: Poderia ser usada numa pool party, tipo festa de reveillon à beira da piscina. Se colocar um suspensório e tirar o paletó, fica o Chaves.

Look 3: Quando o excesso faz sentido. O detalhe em verde no paletó chama a atenção e te distrai das estampas todas. Usaria numa festa, sem medo de ser feliz. Nota dez.

julio-cesar-2jpg.jpg Júlio César Soares, 25 anos, jornalista e autor do blog O Imperador.

Look 1: A bermuda me chocou por ser muito justa. É mais ou menos a calça do Zezé de Camargo (daquela dupla lá), inclusive em seu tamanho real.

Look 2: Já esta é uma bermuda da Seleção de 82. Aposto que pegaram o calção do Sócrates como base.

No geral: Sei lá, achei as bermudas meio estranhas. Talvez um estilo mais Angus Young, do AC/DC cairia melhor pra mim. E você sabe, “Imperador” não usa essas coisas de paletó. Imperador usa saia e toga, hahahahahahhahahaha…

renato-salles.jpg Renato Salles, 28, arquiteto e autor do blog Arquétipos de Arquitetura.

Look 1: Acho interessante, mas o crash de estampas me incomoda um pouco. Talvez com uma camisa branca ou até uma camiseta eu usaria. Mas o paletó é um pouco estruturado e justo demais e a bermuda é para ocasiões mais informais, então não usaria um corte de paletó tão sisudo.

Look 2: Não gostei. O tecido xadrez é muito pesado, o paletó tem um corte muito folgado e o short curtinho não dá. Fora que se você fechar os botões do paletó provavelmente vai parecer que está sem calça.

Look 3: É o mais legal. O paletó é mais curto, tem detalhes divertidos e acaba ficando com uma cara de jaqueta. A estampa da bermuda e do colete está longe de ser a minha favorita, mas o contraste com a cor clara e lisa do paletó funciona bem. A bermuda podia sem um pouco mais longa, como a primeira, mas esse é o look que acho mais provável de usar.

No geral: Trabalho sempre de calça jeans e camiseta, então não estou acostumado e não gosto de usar terno. Por isso acho que quebrar a sisudez do conjunto uma idéia bacana. Acho difícil que eu use um paletó em um dia em que esteja de bermuda, porque provavelmente o calor não vai ajudar, mas não vejo problemas com a combinação.