A previsibilidade e as revistas de moda

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Duas coisas sobre a Vogue América:

1ª) a edição de maio publicou uma matéria incrível sobre o estilista Paul Poiret. As fotos lindíssimas, com a top Natalia Vodoanova, foram feitas pelo fotógrafo Steven Meisel. O texto está aqui. E quem postou primeiro foi o blog da groselha, que eu adoro.

2ª) a edição de junho segue o alto padrão de qualidade de sempre, PORÉM, chama a atenção a falta de criatividade das pautas. A atriz Keira Knightley aparece clicada por Arthur Elegort no Quênia, ao lado de uma tribo Masai. As imagens são lindas, mas quantas vêzes já vimos este mesmo editorial publicado nesta revista? Até a tribo é sempre a mesma! Se bobear, os Masai já estão mais escolados em editorial de moda do que muita modelo por aí.  

Petit Mal!

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Oba! Acabou de chegar meu exemplar do Petit Mal, o gibi hiper-mega-ultra fashion, apresentando The Pride of Pradastan versus The Galactis Gallianos em TURAN WARFARE!!

Ainda nem li, corri aqui para contar antes, de tão feliz que eu fiquei. Tem todas as new tops incríveis: Sasha P., Jessica Stam, Daiane, Agyness, Freja, etc. E de acordo com o site, tem ainda bandidos do tempo, Prada, virgens, Viktor & Rolf, vampiros e Anna Piaggi! 😀

Quem quiser adquir o seu gibizinho hype deve se apressar pois parece que são apenas 500 exemplares. Como o meu não veio numerado, não sei isso é só uma lenda urbana, como o chupa-cabra! Custa 8 dólares e você paga no cartão de crédito. Quer? Então clique aqui!

O zine foi feito por Shane Sakkeus, Mark Vassalo e Jonathan Zawada, com fotos de Antonello Trio e texto de Adrian Cook

FFWMAG 4

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OBA! Chegou o convite do lançamento da revista ffwMAG número 4!

A bíblia gráfica

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Foi uma delícia o lançamento da ROJO nº6 na livraria e galeria POP, na última sexta. Além de encontrar vários amigos, comprei a revista, tão grossa que mais parece uma bíblia, pelo preço promocional de R$ 60. Maravilha! Tem tanta coisa legal que é até difícil destacar algo em particular. Ainda assim, fiquei impressionada com o trabalho da artista espanhola Raquel Sakristan: ritualístico, agressivo, repleto de símbolos religiosos.

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I WANT TO BE UNPERFECT, é o que está escrito na abertura do site da artista.

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O diabo veste Calvin

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Muito boa a entrevista com Francisco Costa, estilista da Calvin Klein, publicada na páginas amarelas da Veja desta semana. Destaco algumas partes, mas recomendo a leitura integral.

 Veja – Não é impossível ficar fora do clima de O Diabo Veste Prada?
Costa —
Sou muito exigente. Detesto preguiça, gente que não gosta de pensar. Fico instigando quem trabalha comigo o tempo todo, e algumas pessoas já saíram da minha equipe. Disseram que não agüentavam mais a pressão. Mas moda é isso. Se você está ali para competir, tem de saber que trabalha 24 horas. Não é uma área light. É pesadíssima, com pressão de todos os lados. É um martírio. Você se expõe em lojas e revistas, seu trabalho está sempre em evolução e à disposição do mercado. Mesmo quando não está trabalhando, precisa estar ligado em tudo para buscar inspiração. Sou muito intenso no trabalho, deixo todo mundo louco.”

Veja – Vestir celebridades é uma atividade essencial na moda de hoje. Como é participar da guerra entre grifes para dominar o tapete vermelho?
Costa – Para ser honesto, acho essa parte da moda um saco. A briga entre os figurinistas das atrizes e os estilistas das grifes é tamanha que a relação perdeu o respeito. Dois anos atrás, quando Hilary Swank concorreu a vários prêmios com Menina de Ouro, fiz o vestido dela para a entrega do Globo de Ouro. Depois, pediram que eu também criasse o que ela usaria no Oscar. Não só fiz o modelo como encomendei um cinto de diamantes no valor de 3 milhões de dólares que era um escândalo. Fiz umas oito provas do vestido com a Hilary. Mas, no dia, para nossa surpresa, ela apareceu no Oscar com um modelo de outra grife. Foi um desastre. Não vejo glamour nessa história. É uma guerra da qual todos somos obrigados a participar, mas esse mundo da moda voltada para as celebridades não é chique, ficou muito vulgar. Para piorar, hoje muitas delas têm as próprias linhas de roupa. Acho um absurdo ver o Puff Daddy (cantor de rap que é dono da marca Sean John) receber o prêmio de melhor estilista do ano. Isso é uma desmoralização.

Veja – É uma tarefa difícil substituir um ícone americano como Calvin Klein. Qual deve ser a sua marca pessoal na grife?
Costa – Em seus 35 anos de carreira, Calvin optou pelo minimalismo. Entrar ali e fazer o mesmo que ele fez seria medíocre. Finalmente, depois de quatro anos, acho que cheguei à nova essência, a um balanço, na coleção apresentada em fevereiro passado. É um minimalismo atual, mais sexy, mais feminino, um pouco mais decorativo para driblar a competição. Hoje, você tem de oferecer mais: ninguém quer um blazer de três botões simplesmente por ser um blazer de três botões. Isso ele encontra hoje nas linhas mais populares. Tenho de oferecer algo diferente.

Veja – O que é chique hoje? Você concorda com os estilistas que falam que é possível usar tudo hoje em dia?
Costa –
Não dá para ser chique usando tudo o que se quer. É claro que hoje existem muitas opções na moda. Mas ser chique é conhecer o próprio corpo, entender de proporção. Se você tem pernas bonitas, pode ter como assinatura uma saia num determinado comprimento que as mostre. E também acho que ser chique é ser clássico, não é seguir todas as tendências que aparecem. Isso é coisa para um mercado mais popular. O estilista tem a função de instigar, de agir como antena do dia-a-dia, do mundo em que vivemos hoje. Mas a mulher não pode ir atrás de todas as novidades.

Veja – E as brasileiras? Qual é o grande pecado que cometem no vestir?
Costa –
Sabe o que eu detesto? Barriga de fora. Digo para as minhas sobrinhas: que barrigada de fora é essa o tempo inteiro? Acho péssimo. Também acho que a brasileira está complicando muito, usando jeans com muitos detalhes, por exemplo. Seria bom voltar à simplicidade. A brasileira acerta mais quando está natural. A gente já tem fama de ser muito sensual. Se usar muita coisa, vulgariza. Entendo que a exuberância brasileira vem das formas da natureza. Mas cresci cercado pela simplicidade. A arquitetura dos sobrados mineiros, por exemplo, é de linhas minimalistas. Minha irmã se vestia muito de branco, com roupas feitas de algodão. Existe essa simplicidade quase monástica na essência do trabalho do Calvin, que é muito parecida com as imagens da minha infância e da minha adolescência

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Moldura

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Não é preciso ser fotógrafo profissional para aparecer na JPG Magazine. A revista de fotografia cujo slogan é “imagemaking without attitude”, publica fotos enviadas por internautas anônimos, ou, melhor dizendo, colaboradores não célebres. Para participar da próxima edição, por exemplo, é só enviar uma foto –até o final de março– que se encaixe em um dos 3 temas propostos: entropy, breakthrough e beauty redefined. Se ela for selecionada, além da publicação, você ganha cem dólares e uma assinatura de um ano da versão impressa da revista.

Quem não tem talento para fotografar, mas gosta do assunto, pode se cadastrar gratuitamente no site para receber o boletim de notícias e votar nas fotos que concorrem à publicação.

A foto acima é de Sarah Hadley.