Os caçadores da informação perdida vão gostar de saber: tem revista nova no pedaço. O cabeleireiro holandês Tommy Hagen acaba de lançar TONKATOM, uma publicação focada em moda, beleza e arte que se propõe a mostrar o trabalho de profissionais talentosos, sejam da Holanda ou do mundo. Dá uma espiada aí. Gostei especialmente dos cabelos estilo burca.
Zegna: centenária, global e familiar
Em 2008, quando rolou aquele barraco com o grupo I’M (Identidade Moda) e as marcas Fause Haten, Zoomp, Cumplice e Alexandre Herchcovitch, eu comentei aqui que muitos fashionistas só ficaram sabendo do que havia acontecido através das colunas sociais, pois não tinham o hábito de ler os cadernos de economia dos jornais e revistas.
De lá pra cá, o mercado de moda amadureceu um pouco. Ou, pelo menos, adquiriu consciência da sua imaturidade ao perceber que o paraíso prometido pelos grupos investidores não era ficava logo ali, à distância de um contrato assinado.
Grande parte das pessoas, por sua vez, continua magicamente seduzida pelo caráter frívolo da moda, feito de hypes momentâneos, desfiles estratosféricos e “it girls”. E embora esses elementos glamourosos façam parte do mundinho fashion, não se pode resumí-lo a isso. Antes de tudo, a moda é uma indústria poderosa que movimenta uma quantidade enorme de dinheiro e requer estratégias cada vez mais elaboradas de sobrevivência.
Toda essa introdução foi só para dizer que neste mês de agosto, a revista Época Negócios traz um texto excelente sobre a grife italiana Ermenegildo Zegna. A matéria, escrita por Nelson Blecher –jornalista experiente, dotado de um estilo primoroso que dá gosto de ler–, mostra como este ícone da moda masculina de luxo conseguiu manter o capital nas mãos da família e se globalizar, ao longo de 100 anos.
Não direi mais nada. Vá até a banca mais próxima, compre a revista Época Negócios e leia a matéria “Centenária, Global e Familiar”. Depois a gente conversa.
polavision
Arrumando gavetas, encontrei uma coleção de polaróides que abrange um longo período de tempo, em que trabalhei como produtora ou editora de moda na revista Marie Claire. Essas imagens, anteriores ao registro digital, além de trazerem ótimas lembranças, tem muito a ver com a minha visão de moda e estilo e, por isso, decidi compartilhar algumas aqui.
Acima: fotos de Cristiano Madureira, Rogério Cavalcanti, André Andrade, Feco Hamburger. Modelos: Alessandra Berriel, Mariana Weickert, Michelli Provenzi, Paula Guillen, Violeta Stoltenborg, Katarina Scola, Sabrina Lemiechek, Renata Klem, Juliana Martins, Barbara Fialho, Raquel Lieven.
Queria agradecer a todos os fotógrafos e modelos com quem já trabalhei, pois sem eles, essas imagens existiriam apenas na minha imaginação.
O sonho das meninas
Hoje, a Folha de Sâo Paulo publicou uma matéria, no caderno Cotidiano, sobre pessoas que estão se passando por “olheiros” de agências de modelo, com a intenção de conseguir fotos sensuais de meninas aspirantes a esta profissão.
Esse tipo de golpe não é novo e nem incomum, só que, agora, ele acontece através da internet, incluindo ferramentas como emails falsos, conversas por MSN, e sugestão de nudez através de webcam. Alguns golpistas chegam a convidar as garotas para virem para São Paulo, como atesta a mãe de uma delas, que tinha concordado com a viagem, em nome do tal “sonho de ser modelo” da filha.
É claro que é preciso alertar as pessoas para que tomem muito cuidado com abordagens de caça-talentos, para que chequem a idoneidade das pessoas e das agências envolvidas. Mas não é só isso, é necessário atentar para esta outra questão: ser modelo virou a tábua de salvação, o sonho de consumo de um número enorme de adolescentes. E até de crianças.
Hoje, por coincidência, uma outra matéria jornalística falou sobre a fixação feminina em padrões de beleza e comportamento: o Profissão Repórter de Caco Barcelos, na Globo. O programa acompanhou 3 concursos:
Garota da Laje, que aconteceu em pleno Saara carioca (para quem não conhece, Saara é um bairro de comércio popular, tipo 25 de Março) e tinha como único pré-requisito… gostar de tomar sol na laje.
Mini Miss Brasil, em Santa Catarina, em que crianças a partir de 5 anos de idade competem como gente grande, com maquiagem, poses e sorrisos ensaiados (quem já viu o filme Pequena Miss Sunshine, já sabe a doideira que é) para serem coroadas por sua beleza
Concurso de Prendas, no Rio Grande do Sul, que escolhe a moça mais prendada em termos de tradições gaúchas. E neste caso, ora vejam, ela nem precisa ser bonita, mas tem que saber bordar, cantar e dançar músicas típicas. Uma donzela em pleno século 21.
O contraste entre os 3 concursos foi muito interessante e, sem dúvida, a grande sacada da matéria. Enquanto as popozudas cariocas exibiam seus atributos sem pudor, as mães se realizavam através do sucesso das filhinhas, e a caravana de moçoilas vestidas com trajes típicos, treinava danças anacrônicas.
Os momentos mais marcantes (ou seriam aterrorizantes?), para mim, foram: a menina de 5 anos, quando questionada pela repórter se admirava de algum adulto, responde: a Gisele! Quem? A Gisele Bundchen! Sim, sem nem gaguejar no sobrenome! A cena em que uma outra garota, de 12 anos, chora depois de ter sido ameaçada com uma surra pela mãe de uma concorrente, por ter esbarrado nela. A popozuda indignada que vocifera para a câmera sua indignação por não ter ganho o prêmio: um automóvel usado, ano 2001. E ela ainda desdenha da ganhadora dizendo que tem carro zero!
No concurso de prendas, parece haver mais civilidade, escorrem lágrimas de decepção, mas de forma contida. Afinal, não fica bem para uma dama dos pampas sair dando escândalo em público. Uma das prendas desclassificadas, com silhueta mais roliça que as demais, se alegra pelo sucesso das amigas selecionadas como finalistas. Neste grupo, não há lugar para a rebeldia ou a inveja explícita.
Os fatos falam por si. A competição insana, a beleza como meio de ascenção social, e até a infalível coroação mostram que a fábula da Cinderela, da Gata Borralheira, continua viva no imaginário, nos livros, na televisão, e agora, é claro, nas páginas da web.
Acho até que vale a pena rever o filme da Dove que mostra a manipulação de imagem de uma modelo, aqui.
linda de galochas!
Ontem, passeando pelos Jardins, dei uma passadinha da loja da Melissa –que, aliás, está com uma fachada linda, toda estampada com flores e frutas em 3D– e vi que acabaram de chegar as galochas feitas em parceria com a estilista inglesa Vivienne Westwood.
O mimo se chama Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Squiggle Boot e custa R$ 290. E com a chuva que está caindo hoje, eu vou “precisar” muito de uma, com certeza! Gostou da desculpa?
PS- Depois, no evento de lançamento de primavera-verão da Renner, para a imprensa, conversei com a estilista Gabriela Lima que me contou que a rede varejista também está vendendo galochas lindas. Ela ficou de me mandar umas fotos e eu prometo postar aqui!
Boneca do bem
Ontem, num dos desfiles da SPFW, ganhei este brinde fofíssimo: a boneca Vic. Ela faz parte de uma ação da Femana –Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama– para conscientizar as mulheres da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Quem confecciona as bonequinhas é a ONG Orienta Vida, uma entidade bastante respeitada, que fica no município de Potim. Vários estilistas já participaram de parcerias com a ONG, como Adriana Barra e Fause Haten, por exemplo.
Para saber mais, acesse o site da Femana: www.mulherconsciente.com.br.
E o da Orienta Vida: www.orientavida.org.br
alien dominatrix
Finalmente está no ar o novo ensaio do Moda Sem Frescura: Alien Dominatrix. Clique na imagem para acessar, aperte a tecla play e assista ao slide show.
Fotos: Daniel Malva
Styling: Biti Averbach
Direção de arte: Jorge Morabito
Produção de moda: Henrique Tank
Beauty: Alê Tierni (Glloss)
Modelo: Janini Getz (Way Models)
Tratamento de imagem: Adriano Damas (Damas Design)
absolutely fabulous
Foto: Rogério Cavalcanti
Hoje à noite, dia 06 de maio, vai rolar a festa “In a Absolut Word”, patrocinada pela famosa fabricante de vodka. O local não poderia ser mais interessante, a Pinacoteca do Estado. Diz que Alex Atala vai relembrar os tempos de DJ no RoseBomBom, pilotando as pick-ups enquanto os convidados degustam um prato de sua autoria. Vou torcer para ele tocar tão bem quanto cozinha!
Acessando o site da Absolut, me deparei com a apresentação do projeto “In a Absolut Word”, que prega que qualquer um pode ser um visionário, com poder de criar ações positivas que melhorem o mundo. Então decidi dar minha pequena contribuição.
No Meu Mundo Absoluto, a moda seria uma fonte de diversão e autoexpressão ilimitada. Qualquer um poderia criar as roupas mais mirabolantes e maravilhosas com o simples poder da mente. Não existiriam padrões de beleza, nem o culto às modelos e às celebridades, pois cada um seria admirado por suas particularidades. As roupas seriam ilusórias e impermanentes de fato e ninguém iria se importar com isso. As fantasias mais loucas seriam construídas e realizadas em segundos. Você poderia se transformar em gueixa, fada ou dominatrix num piscar de olhos…
E você, como seria seu Mundo Absoluto?
Acima, Alessandra Beriel por Cristiano Madureira / styling Biti Averbach
Andressa Fontana por Rogério Cavalcanti / styling Biti Averbach
Thana Kunen por Rogério Cavalcanti / styling Biti Averbach
Janini por Daniel Malva / styling Biti Averbach
nova remessa
As revistas TRIP e TPM liberaram, recentemente, todo o seu conteúdo impresso na versão online. Preciso dizer que já admirava Paulo Lima, idealizador e editor das duas revistas, pelo fato de ter criado publicações que saem da mesmice e possuem um olhar diferenciado num mercado editorial restrito e conservador como o brasileiro. Agora, bato palmas para mais essa iniciativa.
E indico a leitura da matéria “Última Moda”, de Ariane Abdallah e Marcio Banfi, com fotos de Debby Gram. Texto e fotos apresentam oito novas estilistas, na faixa dos 21 anos, com propostas arrojadas, um pezinho na realidade e uma certa vontade de traduzir os novos tempos. Todas se formaram na Faculdade Santa Marcelina, no ano passado.
Acima, a “roupa-abraço” de Najla Dip, um vestido com 25 mangas.
Aqui, peça de Juliana Altafim que mistura a delicadeza do chiffon com o encorpado PVC.
Achou interessante? No site da revista tem mais!