vale quanto pesa?

E por falar em distúrbios alimentares, li um depoimento bem impactante sobre o assunto no blog Sinapses de Claudia Belfort. O blog tem como objetivo diminuir os estigmas sobre transtornos psiquiátricos, e por isso, criou no início deste ano uma seção chamada Vozes.

Lá, qualquer pessoa que seja portadora de distúrbio mental, pode compartilhar experiências, “falar sobre seus temores e desejos,  ajudar outras pessoas na compreensão do problema, mostrar como vivem (bem ou mal) os que têm e escondem sua doença, assim como os que as revelam.”

Leia um trecho do relato de Viviane (nome fictício), no post “Meu valor não está no meu peso”:

“No auge do TCAP (transtorno da compulsão alimentar periódica), seguia um limite de calorias e uma alimentação impecável perto de outras pessoas. Após o trabalho, comprava guloseimas (salgadinhos, chocolates, biscoitos recheados, etc.), entrava no carro e, no trajeto até em casa, mastigava até ficar com dor no maxilar. Comia 3000 calorias em uma hora. Tinha falta de ar se não seguisse esse ritual. Então, descartava as embalagens, entrava em casa e jantava normalmente com minha família, mas sofria com uma angústia cortante, uma sensação de impotência, nojo, vergonha, humilhação, fracasso, desespero e aflição. Ia dormir chorando quase todas as noites.”

Se você conhece alguém que está passando por um problema parecido, insista para que ela peça ajuda. A franqueza e o apoio da família e doas amigos é essencial para sair dessa.

sobre as mulheres gravetos

Na correria desta “semana week de moda fashion” só ontem à noite consegui ler a matéria sobre a magreza excessiva das modelos, escrita por Alcino Leite Neto e por Vivian Whiteman, na Folha de São Paulo.

Para quem não leu, seguem alguns trechos do artigo.

De tão magras, modelos chegam a andar com dificuldade

Por ALCINO LEITE NETO e VIVIAN WHITEMAN, da Folha de S.Paulo

“Chegou a um nível irresponsável e escandaloso a magreza das modelos nas semanas brasileiras de moda. As garotas, muitas delas recém-chegadas à adolescência, exibem verdadeiros gravetos como pernas e, no lugar dos braços, carregam espécies de varetas desconjuntadas. De tão descarnadas e enfraquecidas, algumas chegam a se locomover com dificuldade quando têm que erguer na passarela os sapatos pesados de certas coleções.” (…)

“Uma rede de hipocrisia se espalhou há anos na moda, girando viciosamente, sem parar: os agentes de modelos dizem que os estilistas preferem as moças mais magras, ao passo que os estilistas justificam que as agências só dispõem de meninas esqueléticas. Em uníssono, afirmam que eles estão apenas seguindo os parâmetros de beleza determinados pelo “mercado” internacional –indo todos se deitar, aliviados e sem culpa, com os dividendos debaixo do travesseiro.” (…)

“Enquanto isso, as garotas emagrecem mais um pouco, mais ainda, submetidas também a uma pressão psicológica descomunal para manterem, em pleno desenvolvimento juvenil, as características de um cabide. Um emaranhado de ignorâncias, covardias e mentiras vai sendo, assim, tecido pelo meio da moda, inclusive pelos estilistas mais esclarecidos, que não pesam as consequências do drama (alheio) no momento em que exibem, narcisicamente, suas criações nas passarelas.” (…)

“O filósofo italiano Giorgio Agamben escreveu que as modelos são ‘as vítimas sacrificiais de um deus sem rosto’. É hora de interromper esse ritual sinistro. É hora de parar com essas mistificações da moda, que prega futuros ecológicos, convivências fraternais e fantasias de glamour, enquanto exibe nas passarelas verdadeiros flagelos humanos.”

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Eu tiro o chapéu, mais uma vez, para o Alcino. Já era hora de alguém falar, com todas as letras, que a responsabilidade é de todos os envolvidos e não pode ser eternamente varrida para debaixo do tapete.

Hoje, a Folha publicou uma nota dizendo que Paulo Borges: “está encaminhando uma carta às maiores semanas de moda do mundo, bem como aos principais editores e fotógrafos internacionais, alertando sobre a magreza atual das modelos.A carta foi elaborada logo após o Fashion Rio. ‘No evento, percebemos que as modelos estavam mais magras”, diz Borges. “Sentimos então a necessidade de fazer essa carta, porque o problema é mundial.’

A matéria continua:

A SPFW realiza desde 2007 uma campanha de esclarecimento com as modelos a respeito de distúrbios alimentares. O evento também faz um controle sistemático das modelos que participam dos desfiles. Elas devem fornecer à organização atestado de saúde, documentação de trabalho e autorização judicial, se forem menores de idade. “Fomos pioneiros em tomar uma atitude sobre isso, como também em incluir sistematicamente os afrodescendentes nos desfiles”, conta.Borges diz que, nesta edição da SPFW, duas modelos já foram impedidas de participar dos desfiles porque eram menores de idade e não tinham autorização judicial. “Fazemos o controle, mas não a seleção das modelos que participam. Isso compete às grifes, aos estilistas. Não somos coniventes com as escolhas feitas por eles, mas a escolha não está em nossas mãos.” (ALCINO LEITE NETO)

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É inquientante perceber que, mesmo com as iniciativas que já foram tomadas, aqui no Brasil, a magreza excessiva ainda prevaleça como padrão estético dominante.

De alguns meses para cá, temos visto alguns bons exemplos, na mídia impressa internacional,  de quebra desses padrões estéticos, como o caso de Beth Ditto na capa da Love, a V Magazine com seu editorial “plus size” e a carta de intenções publicada pela revista Glamour, se comprometendo a fotografar mulheres de todos os tipos físicos, em todas as suas edições. Mas, até agora, a “tendência” não pegou por aqui.

E se pegar, tenho receio de que o assunto acabe virando o “bom mocismo” da hora, com iniciativas de último momento, sem consistência ou compromisso sério. Pelo bem de nossas meninas/modelos, esperemos que não.

Super Model of the World – as vencedoras

Como disse Paulo Santos, booker da Ford NY, no vídeo que aparece no post anterior, qualquer menina que chega à final deste concurso já pode se considerar um vencedora, devido ao empenho e às dificuldades enfrentadas.

Dito isso, vamos ao que todo mundo quer saber: quem são as vencedoras do concurso Super Model of the World!

As cinco primeiras colocadas no concurso Super Model of the World da Ford Models

Da esquerda para a direita: Isabelle Storck da Suécia (3º lugar), Charlene “Chat” Almarvez das Filipinas (2º lugar), Maryna Buniak da Bielorrússia (5º lugar), Olivia Gordon dos EUA (4º lugar) e Katrina Caune dos Países Bálticos (1º lugar).

A representante brasileira, Bruna Tiedt, ficou em oitavo lugar. Mesmo não tendo ficado entre as cinco primeiras, tenho convicção de que Bruna tem condições de desenvolver uma carreira sólida e bem sucedida.

A vencedora do Super Model of the World, Katrina

Durante o breve contato que tive com as meninas, fiz algumas entrevistas para tentar conhecê-las melhor e fiquei com a impressão de que a ganhadora, Katrina, além de ter nome de furacão,é um tanto voluntariosa, chegada numa rebeldia.

Quando perguntei para as modelos quem elas admiravam, a maioria  citou top models como Gisele Bündchen e Tyra Banks, mas Katrina disse não adorar nenhuma delas. Questionei se ela tinha algum ídolo, além do mundo da moda, e ela respondeu seca: Kurt Cobain. Eu comentei que era uma resposta de roqueira, mas ela repudiou o rótulo de forma enfática. ” É grunge, não é rock!”.  Como eu já vi adolescentes rebeldes demais, nessa vida, nem me dei ao trabalho de argumentar que o grunge é uma das vertentes do velho e bom rock’n’roll. Um dos fotógrafos escalados para testar as modelos comentou que ela parecia não se empenhar em fazer o que ele pedia.  por estes indícios, posso dizer que Katrina vai precisar suavizar um pouco sua personalidade, para se dar bem no mundo fashion. Beleza e fotogenia não bastam, embora possam ajudar. Vamos torcer para que ela não desperdice uma oportunidade tão especial quanto essa, e construa uma bela carreira! Congratulações, Katrina!

Katrina e Chanel Iman na final do concurso, na Casa Fasano, em São Paulo

Fotos: Divulgação

Super Model of the World – a competição e o sonho

O booker Paulo Santos, que cuida das new faces da Ford Models Nova York, fala das dificuldades da profissão de modelo, da concorrência acirrada e das barreiras que precisam ser vencidas. Tá pensando que é fácil  conquistar um lugarzinho na passarela?

Realização e edição de vídeo: Eduardo Britto

Super Model of the Word – a beleza de hoje

Sabemos que os padrões de beleza, no mundo fashion, estão sempre mudando. Quem não se lembra do visual heroin chic que celebrizou Kate Moss, e do boom de sensualidade das brasileiras, cujo ícone máximo é Gisele Bündchen? Mais recentemente, vimos muitas modelos com sobrenomes russos, ou do leste europeu, nas campanhas internacionais e nas passarelas. E neste exato momento, qual será o tipo de beleza que o mercado de moda está procurando?

Caroline Posnanski, diretora da divisão fashion da Ford Models de Nova York, responde a esta pergunta. E conta também o que rolou nos preparativos da final mundial do Super Model of the Wold, qua aconteceu ontem, aqui em São Paulo.

Super Model of the World from moda sem frescura on Vimeo.

Realizazação e edição de vídeo: Eduardo Britto

Supermodels, ativar!

Quer saber tudo o que aconteceu durante os preparativos das 36 finalistas do concurso de modelos Super Model of the Word, da Ford Models? Eu conto!

Entre domingo e terça (10 a 13/01), as meninas fizeram vários testes fotográficos: “portraits” (retratos), com maquiagem suave e produção básica, para ressaltar a beleza. E fotos mais fashion, com styling elaborado, para medir a atitude e a desenvoltura frente às câmeras. Também ensaiaram o andar de passarela, sob a supervisão de Paulo Santos, que cuida das new faces, na Ford novaiorquina. E experimentaram as roupas que usarão na final do concurso. O tempo todo, foram observadas pelos profissionais da Ford internacional.

Clique nas imagens para ampliar.

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A maioria das concorrentes não tem experiência alguma na profissão. A timidez impera nas atitudes, nos gestos, e em alguns casos, no inglês vacilante. Mas isso não é necessariamente um ponto negativo.

“Elas são tão lindas, novinhas e ingênuas”, comenta Michelle Pryor, diretora da área comercial da Ford de Nova York. Como todo profissional do setor, ela sabe que esse frescor adorável costuma desaparecer depois de alguns meses de experiência, com o inevitável amadurecimento profissional.

A representante da Suécia, Isabelle, por exemplo, distribui uma quantidade de sorrisos inversamente proporcional à sua desenvoltura, e mesmo assim, recebe elogios de Caroline Posnanski, diretora do segmento fashion da Ford NY. O fotógrafo Piero D’ávila foi outro que se encantou com o rostinho de boneca da sueca, e apontou-a como uma das suas preferidas, junto com Charlene, das Filipinas, e Grace, da Austrália. Paulo, no entanto, não faz parte do grupo de jurados.

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Daqui a pouco tem mais!

Super Model of the Word

Acontece nesta quinta-feira, 14 de janeiro, em São Paulo, a final mundial do concurso Super Model of the World, da Ford Models. A vencedora ganhará um prêmio no valor de U$ 250 mil em contratos de trabalho, e a chance de se tornar uma top internacional do calibre de Adriana Lima, Luciana Curtis e Camila Finn, para citar só algumas das brasileiras que foram descobertas no concurso.

As concorrentes de trinta e seis países chegaram à cidade no último sábado e passaram por vários testes de avaliação. O Moda Sem Frescura teve acesso exclusivo ao primeiro dia de ensaios, domingo, num grande estúdio, na Vila Leopoldina. E é claro que eu vou contar tudinho aqui, em detalhes!

Bruna Tiedt (16 anos), catarinense de Blumenau, é a candidata brasileira, selecionada entre mais de 600 finalistas, na etapa nacional do concurso.

Clique nas imagens para ampliar.

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As outras participantes vem dos seguintes países: Albania, Argentina, Austrália, Baltics, Belarus, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Colombia, Croacia, República Dominicana, França, Kazaquistão, Quenia , Latonia, Líbamo, Lituania, Malasya, Mexico, Montenegro, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Portugal, Porto Rico, Servia, Slovaquia, Slovenia, Espanha, Suécia, Ucrania, Inglaterra, Estados Unidos, Venezuela.

Dá uma espiada nos snapshots das meninas, mas leve em conta que muitas dessas fotos foram feitas de modo caseiro, apenas para que a equipe de produção pudesse identificá-las.

Outras imagens, impecáveis e super produzidas, irão aparecer no telão durante o concurso, para apresentar as modelos. Elas foram feitas por uma equipe brasileira que inclui os fotógrafos Geraldo Prado, Piero D’ávila e Fabiano Pedrollo, a sytlist Letícia Toniazzo e o beauty artist Max Weber.

Além das novatas, quem irá marcar presença no evento, assumindo o papel de apresentadora, é a top Chanel Iman, que segundo me disseram, tem uma personalidade incrível e é extremamente profissional. Não é à toa que ela figura entre as 30 melhores modelos do mundo, segundo o ranking do site Models.com.  No grupo dos jurados internacionais, destaque para Stephen Gan – fundador da revista (luxo!) Visionaire.

Clique nas imagens para ampliá-las.

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Katie Ford, por sua vez, vem divulgar a campanha da ONU “END HUMAN TRAFFICKING NOW!”, que alerta sobre um problema seriíssimo: o tráfico de pessoas. Falarei mais sobre isso, logo mais.

Até já!

beldade

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 Veja a belíssima Carol Demarqui no editorial da revista do New York Times, “The Witches of Bushwick”. Fotos de Daniel Jackson e edição de moda de Melissa Ventosa Martin.

Carol Demarqui + Carol Pantoliano

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Caroline Demarqui (15 anos, à esq.) e Carolina Pantoliano (17, à dir.) são duas modelos de sorte: têm um tipo físico que está em alta no momento –rosto fino e delicado, corpo esguio e cabelos escorridos–, à semelhança de Daiane Conterato, a new face brasileira cuja beleza fora do padrão já conquistou espaço em revistas e desfiles importantes da Europa.

No dia 23 de março, as duas meninas, Demarqui e Pantoliano, estiveram num estúdio fotográfico em São Paulo para fazer um editorial de moda com o fotógrafo Rogério Cavalcanti, veiculado no site do São Paulo Fashion Week. Foi lá que eu conversei com as duas novatas mais promissoras do momento.

Enquanto Carolina Pantoliano está sendo maquiada, converso com a Carol Demarqui. Ela me conta que tem 15 anos, nasceu em São Bernardo do Campo (SP), e é modelo há 1 ano. Em sua primeira e recente temporada em Nova Iorque, conseguiu desfilar para Marc Jacobs e Kenzo, o que não é para qualquer uma. O editorial de moda que fará neste dia chuvoso de SP, será o terceiro de sua carreira. Falante e desinibida, Carol Demarqui conta que a semelhança física com Daiane Conterato já rendeu muitas risadas e algumas confusões. “Já teve estilista que veio falar comigo na rua pensando que era a Daiane. Até na agência houve confusão, porque  mandaram a gente para fazer provas de roupa trocadas!”

Esse tipo de coisa, que poderia gerar ciúme, é levado na esportiva, já que as 3 garotas são amigas. “A gente brinca dizendo que eu e a Daiane somos casadas e temos uma filha que é a Carol Pantoliano”, diz. Ela parece ter consciência de que ser parecida com Daiane é bom só até certo ponto, porque enfatiza que a qualidade mais importante para uma modelo é ter personalidade própria. Quando pergunto sobre seu próximo sonho profissional, a resposta vem rápida: deixar de fazer só as provas de roupa da Prada e ser escolhida para o desfile.

Agora é a vez de conversar com Carolina Pantoliano, a paulista de 17 anos que depois de apenas 4 meses “pegou” os desfiles da Prada, Louis Vuitton, Kenzo, Miu Miu e outros 34 (!!!) numa tacada só. “Foi bem difícil porque eu cheguei em Nova Iorque e não sabia nada, nem andar na passarela. Meu primeiro desfile foi para Donna Karan e eu estava muito nervosa, com medo de tropeçar ou fazer alguma coisa errada. Agora já sinto prazer em desfilar.”

Ela parece mesmo ser o tipo de garota que aprende rápido. Folheando as páginas da revista Vogue Italia, Carol Pantoliano confessa que sonha em fazer um editorial com o fotógrafo Steven Meisel. Ela já sabe bem qual é a importância de cair nas graças de figuras influentes como Meisel ou Mario Testino, a quem já foi apresentada, já que eles podem alavancar a carreira de uma modelo do dia para a noite.  Quando pergunto sobre as qualidades indispensáveis para ter sucesso na profissão, ela enfatiza que é preciso saber trabalhar em grupo e não ficar se achando “o máximo”.

Na minha opinão, estas meninas estão no caminho certo! Boa sorte!

ensaio-daianes.jpgAqui, Carol Pantoliano

ensaio-daianes-demarqui.jpg Aqui, Carol Demarqui

Fotos: Rogério Cavalcanti / Styling: Juliano Pessoa e Zuel Ferreira / Beauty: Eliezer Lopes