As bonecas da Dior

Adorável é a palavra para descrever este vídeo da Dior, que mostra a confecção das bonecas de pano que vão enfeitar a vitrine da marca neste Natal, na Printemps em Paris.

UPDATE: o vídeo citado acima não está mais disponível, mas encontrei um que mostra a vitrine da Printemps com as bonecas.

Isso sem falar na série Lady Dior Web Documentary, episódios 1 a 4, que não é bem documentário, mas tem cenas que mostram o ateliê da maison, a deslumbrante Marion Cotillard e, por último, uma animação deliciosa, com direito a música cantada por ela.  Aconselho a ver a série toda, em sequência.

 

 

50 Shades of Grey inspira campanha de moda

Acaba de chegar às livrarias brasileiras o livro “50 Shades of Grey”ou “Cinquenta Tons de Cinza”, da escritora britânica Erika Leonard James. O fenômeno editorial, que narra as aventuras eróticas de uma virgem de 21 anos com um milionário misterioso, envolvendo  práticas sexuais sadomasoquistas, já vendeu mais de 31 milhões de cópias em língua inglesa. E agora está influenciando até a moda.

A marca norte-americana Marc New York, criada pelo estilista Andrew Marc nos anos 80, e famosa pelos casacos de couro, acaba de lançar uma campanha declaradamente inspirada no livro.

Em entrevista à revista Lucky, o diretor criativo da marca, Chris Gbur, explicou que a campanha, “mais do que inspirada pela novela em si, se baseia na química compartilhada entre os protagonistas”. A mesma química demonstrada na foto pela Miss Universo 2008, Dayana Mendoza, e pelo jogador rugby Thom Evans.

Glamour dos anos 50 e 60

A atriz Mila Kunis na campanha da Dior
A atriz Mila Kunis na campanha da Dior
Juliana Paes na campanha da joalheria Vivara

Curiosa, a sintonia entre a campanha da Dior com Mila Kunis, e a da Vivara com Juliana Paes encarnando uma Sophia Loren. Em ambas, a fotografia em preto e branco e o visual das atrizes remetem ao glamour dos anos 50 e 60.

 

Ícone fashion – Johnny Depp

O ator Johnny Depp foi eleito o ícone de estilo do ano, pelo CFDA (Counsil of Fashion Designers of America). A premiação anual aconteceu na segunda-feira (04.06.2012), em Nova York., e reuniu figuras importantes do meio, entre estilistas, empresários, modelos e celebridades.

Johnny Depp não compareceu ao evento, que é considerado uma espécie de Oscar da moda norte-americana, mas pelas fotos abaixo, clicadas em outros momentos de red carpet, podemos dizer que o prêmio foi justo.

 

Dá para perceber que o ator mantém o estilo pessoal até mesmo nas situações mais formais, quando muitos bonitões sucumbem à insegurança e se enquadram na mesmice do smoking Giorgio Armani. Adoro a maneira como ele usa lenços, penduricalhos, correntes, óculos escuros e o cabelo depenteado… Mas sobretudo, adoro o fato dele ter usado a mesma bota por mais de 10 anos. Especialmente ao pisar no glorioso tapete vermelho.

Curiosidade: em 2011, o prêmio de ‘fashion icon’ do CFDA coube a Lady Gaga, e em 2010, ano em que foi instituído, foi entregue à ex-top model (e eterna diva) Iman.

 

Look do Dia – Isso é Brasil

Moradora de Várzea Queimada, no Piauí, segura palha de carnaúba. A foto é parte da exposição “A Gente Transforma”, um projeto social de Marcelo Rosenbaum, que está exposta no prédio da Bienal, nesta edição do SPFW.

Pena que no meio da correria entre um desfile e outro, muitos vão olhar de relance e passar batido. Vale a pena ler a matéria de Laura Artigas sobre o assunto, no site do FFW. Clique no link ou leia abaixo.

A Gente Transforma

O terceiro dia de São Paulo Fashion Week começou com a palestra de Marcelo Rosenbaum — o designer é parceiro da 33ª edição do evento, cujo tema é o projeto “A Gente Transforma”. A vila de Várzea Queimada, no Piauí, é a estrela da semana de moda paulistana. Fotos dos moradores estampam os corredores da Bienal e os produtos por eles desenvolvidos têm lugar de destaque no terceiro andar do prédio.

O designer abriu a conferência com um trechinho das imagens que vão compor o futuro documentário sobre o projeto, e, em seguida, apresentou um gráfico: “Há mais casas com televisão do que com geladeira no Brasil”, revelou. Há cinco anos ele reforma casas no quadro “Lar Doce Lar”, do programa Caldeirão do Huck, na Rede Globo. A estatística serviu para mostrar o alcance e o impacto da sua imagem. “É uma responsabilidade muito grande comunicar em um veículo tão abrangente quanto a TV”, comentou. Quando sua equipe aportou no vilarejo do semiárido piauiense, ele foi logo reconhecido por todos.

Foi durante uma palestra que proferiu no Piauí que Rosenbaum se conectou com o SEBRAE local e pediu uma lista de possíveis pontos de ação para a segunda etapa do projeto (a primeira foi realizada no Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo). A seleção da região foi em função de sua carência, indicada pelo baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, padrão estabelecido pela ONU). O lugar foi escolhido por uma reação orgânica da equipe. “A fotógrafa Tatiana Cardeal soltou: ‘É aqui’”, relembra.

O artesanato e a sustentabilidade já eram realidade em Várzea Queimada. As mulheres trançavam a abundante palha de carnaúba e os homens esculpiam borracha reciclada de pneus velhos. A transformação da matéria prima em um “objeto-conceito” foi feita em parceria com os portugueses Pedro Ferreira e Rita João, do Pedrita Studio. “As pessoas de lá vivem de bolsa família e da aposentadoria. Eles dispõem de muito tempo livre. Já estavam preparados, esperando por trabalho”, pontua Rosenbaum.

A palestra seguiu com a fala do ambientalista Kaká Werá, estudioso da cultura indígena. Ele remontou a história de Várzea Queimada, apontando a origem negra e índia, e falou sobre a felicidade do povo: “O cálculo do IDH não leva em conta a felicidade”, avisa.

“As pessoas saem de lugares como Várzea Queimada em busca do progresso e acabam em lugares como o Parque Santo Antônio”, reflete Rosenbaum. O bairro paulistano sediou a primeira parte do “A Gente Transforma”. Por lá, o designer coloriu as casas no entorno do campo de futebol, fundou uma biblioteca e deu vida nova à comunidade. “Para conseguir fazer o trabalho lá tínhamos que pedir autorização para o Cabelo, o chefe do tráfico da favela. Conheci o Cabelo e pensei: ‘Ele é um menino, por que todo mundo tem medo dele?’. O tal Cabelo é o Geovani, que está aqui com a gente”, surpreendeendo a todos.

O ex-Cabelo contou que vendo as mudanças trazidas pelo projeto, se sentiu estimulado a largar o tráfico. “Eu tenho três filhos, pensava em dar o exemplo para eles”, confessou. Quando o projeto chegou ao fim. O jovem pediu um trabalho para Rosenbaum. Hoje ele trabalha na ONG Casa do Zezinho.

“O Geovani é um empreendedor, um líder, ele só estava jogando do lado errado”, comentou. Com a exposição do São Paulo Fashion Week, Rosenbaum e sua equipe pretendem promover transformações como a de Geovani. “O Brasil tem muitos lugares prontos para receber o projeto”, ele finaliza.

Look do dia – Chanel

À partir de uma pequena chapelaria –aberta em 1910 com a ajuda do namorado, o milionário inglês Boy Capel–, Coco Chanel criou uma marca lendária, libertou as mulheres do uso do corset, ousou vestir roupas masculinas e transformou o tailleur de tweed em ícone de elegância. Mas ela nunca precisou de pérolas verdadeiras para se sentir cool ou chic.

Ela dizia: “Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher.” Porque estilo tem a ver com identidade e auto-conhecimento, e não com a grife de uma bolsa ou a exibição joias caras. #ficaadica

UPDATE: A ironia é que a marca tenha se tornado hashtag  em postagens de blogueiras ostentação.

Modelo posa em frente à Maison Chanel, usando o famoso tailleur
O clássico tailleur Chanel

Bill Cunninghan e a moda masculina

Coluna de Bill Cunninghan publicada no NY Times.

O fotógrafo Bill Cunninghan vem registrando a moda nas ruas de Manhantan, diariamente, há décadas, para publicações importantes como os jornais New York Times e Women`s Wear Daily e a revista Times.

Em seu gigantesco registro da moda cotidiana, o fotógrafo inclui ricaços poderosos, esquisitões de todo tipo, e gente comum que ele julga interessante. “Todos nós nos vestimos para Bill”, diz Anna Wintour, diretora da Vogue America, no documentário Bill Cunninghan New York, dirigido por Richard Press e lançado em 2011.

Antes disso, inclusive, sua importância já havia sido reconhecida na França: ele recebeu o título de Officier de l’ordre des Arts e de Lettres do Ministério da Cultura, em 2008.

Na coluna do NYT de 10 de junho, Bill diz que hoje “sem sombra de dúvida o centro das atenções, em termos de vestuário, é a moda masculina”. E relaciona isso ao amadurecimento de uma geração liberada que aceitou o casamento gay e aderiu ao lado lúdico da moda, que é normalmente associado às mulheres. Ele afirma ainda que apesar desse movimento ter um número restrito de adeptos, em 10 anos deverá estar disseminado.

Concordo plenamente. Há tempos sinto que a moda feminina exibe um cansaço que parece vir da repetição dos próprios clichês. Já a masculina, exala energia e renovação, quebrando barreiras e causando desconforto, como é de praxe. Polêmicas à parte, achei o vestido de renda que Marc Jacobs usou no baile do MET muito feio, mas em termos culturais, o acontecimento tem lá sua importância.

Viva a diferença!

 

 

SPFW no MSF

À partir de hoje vou estar postando direto do SPFW. Acompanhe aqui: fotos inéditas, algumas emoções e pensamentos imperfeitos.

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Fotos feitas por mim usando i-phone e aplicativos para celular.