qual o sabor da música?

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Abre parêntesis: o foco do blog é moda e tals, mas ultimamente eu ando numa fase musical, então… aí vai mais um post sobre música. Além disso, é inegável que o mundo fashion e a cultura pop se fertilizam e se retroalimentam o tempo todo. Então, sem mais sentimentos de culpa, fecha o parêntesis!

Há um tempo atrás eu encomendei, pela internet, a revista francesa WAD (we’ar different/a magazine about urban fashion & culture). Demorou quase 2 meses, mas finalmente o exemplar chegou: um calhamaço de 400 páginas, recheado de matérias interessantes, muitas das quais ainda nem tive tempo de ler. Mesmo assim, uma delas me chamou a atenção por causa do tema inusitado. A matéria  “Rock’N’Food” procura traduzir discos em comes e bebes.

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O Nuyorican Soul de Jocelyn Brown vai bem com mojito e comida cubana.

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Os Beastie Boys deixaram de lado os enlatados trash e viraram macrobióticos: deguste com tofu e vegetais.

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O lance do Krafwerk é remixar (I love the Magimix), então passe tudo pelo processador de alimentos. 

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Para cultuar o Metallica, vá de molho vermelho sobre sua carne favorita.

E a conexão entre música e comida me lembrou do livro “Mordidas Sonoras” (“Sound Bites”, o título é tão melhor em inglês!), em que o vocalista do Franz Ferdinand, Alex Kapranos, dá uma versão gastronômica da turnê mundial da banda. Os textos foram publicados originalmente no jornal inglês The Guardian. Leia um trecho, a seguir:

Café da manhã em La Manitas / Austin

“Um cowboy está parado do lado de fora do Las Manitas. Sua barba é grisalha debaixo do chapéu Stetson e dos óculos escuros imensos. Ele veste um top preenchido de maneira convincente com um espetacular par de implantes. Além das botas com esporas, a única outra peça que usa é uma sunga rosa-shoking. Também preenchida de modo convincente. Isso é Austin, e os cowboys daqui não são como os do resto do Texas. (…) No menu há huevos rancheros, chilaquiles (verdes ou rojos) e plato de chorizo. Feijão só de dois tipos: preto ou virado. Pergunto a um texano se eles comem feijão-vermelho e vez em quando. ‘Eca! Nojento!’ Feijão-vermelho parace ser uma interpretação britânica dada à comida mexicana, como sushi com maionese ou lasanha com fritas.”

E não é que o Kapranos, além de boa pinta e estiloso, escreve bem? Delícia!

Delícia de domingo

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Não tem nada mais gostoso, para mim, do que comer panquecas no café da manhã de domingo. Esta receita, que me acompanha há anos, é superfácil de fazer e não tem erro. É só bater todos os ingredientes no liquidificador, tomando cuidado para que formem uma massa bem homogênea. Depois é só aquecer uma frigideira plana (ou uma panquequeira, se você tiver), untá-la com uma colher de chá de manteiga e derramar um pouco da massa, de modo a fazer uma panqueca fina, mas não transparente (a espessura ideal é algo entre uma crepe fininha e aquelas panquecas americanas, com 1 cm de altura). Espalhe bem a massa, girando a frigideira em círculos e inclinando-a. Quando a massa estiver firme, vire e doure do outro lado. Eu sirvo com mapple syrup e cream cheese (hummm! minha combinação favorita!) mas você pode variar como quiser: requeijão, manteiga, mel, geléia, calda de frutas, calda de chocolate, etc.

 Receita:

1 xícara de farinha de trigo

1 xícara de leite (eu uso desnatado, mas tanto faz)

1 ovo inteiro

1/8 de xícara de azeite de oliva (com gosto suave)

1 pitada de sal e 1 de acúcar

PS- Quem preferir uma panqueca gringa, pode experimentar a de blueberries, do blog de culinária Pinch My Salt, aqui.

Bom apetite!

E como trilha sonora, minha sugestão é Sunday Morning do Velvet Underground.

Bom domingo!

Rock gourmet

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Yammy! Se não bastasse ele ser um dos roqueiros mais bem vestidos e sexies do momento, o vocalista do Franz Ferdinand, Alex Kapranos, escreve muito bem. O livro dele, “Mordidas Sonoras”, com as críticas gastronômicas feitas durante a turnê da banda, e publicadas pelo jornal inglês The Guardian, acaba de sair no Brasil. Vou ali comprar e já volto!

Se quiser ter uma idéia do estilo do autor, leia sua última coluna, escrita em 25/08/06, em Praga. Humm…O texto requer um certo conhecimento de inglês. Leia aqui.

SPOILER: ou leia só o último parágrafo, com a despedida:

“It’s time to stop. You can only play the same songs a certain number of times before you get bored. It’s time to stop because it is still exciting. It’s time to stop because I need to live somewhere that isn’t a bus or a hotel room. It’s time to stop touring, so it’s time to stop writing about food. What I eat at home isn’t interesting. It’s the same as anyone else.” Alex Kapranos

A foto acima é de Lili Forberg {MissLili.net}

O circuito da comida

Vamos deixar de lado o preconceito e também qualquer pensamento escatológico, ok? Que tal comer sentado no vaso sanitário? Não no da sua casa, mas no do restaurante w’duck, em Matosinhos, Portugal.

Segundo o site do restaurante: “w’ duck é um conceito inovador onde o corpo aparece como o principal elemento, onde se descontrói de uma forma irónica as suas várias funções, daí se brincar um pouco com o “circuito” da comida. w’ duck nasce ainda com a ideia de oferecer uma cozinha criativa, ligeira, de qualidade e personalizada, com os aromas e sabores simples de Portugal e com uma apresentação cuidada, num ambiente informal, com estilo, irreverente, últimas tendências em decoração, moderno e jovem.”

Pensando bem, talvez a escatologia esteja em alta, sei lá…

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