O lançamento do toy Sir Sesper Soundsistem, que rolou no sábado passado, na loja da Eastpak, foi uma ótima oportunidade para conhecer o trabalho de grafitti, sticker e ilustra do Sesper. Fiquei especialmente encantada com um cadernos de desenhos e colagens.
E me lembrou o trabalho de um artista que eu adoro, Dan Eldon. Apesar de serem dois artistas distintos, no tempo, no espaço e no estilo, há alguma similaridade entre Dan Eldon e Sesper. Não vou tentar teorizar sobre o assunto, deixo isto a cargo de alguém com maiores conhecimentos de arte do que eu.
A questão é que a história de Eldon é extraordinária e vale ser contada:
Ele nasceu na Inglaterra em 1970, filho de pai inglês e mãe americana. Quando ele tinha 7 anos, a família se mudou para Nairobi, no Quênia. O garoto se apaixonou pelo continente africano, pelas tribos Masai, pelos animais selvagens. Passou a adolescência fazendo safaris com amigos, explorando a região e se metendo em aventuras mirabolantes. Dan tinha uma grande sensibilidade artística e tudo isso foi registrado em diários, com fotos, desenhos e colagens.
Em certo momento, em 1992, Dan Eldon tomou conhecimento da onda de fome que acontecia na Somália. Foi para lá com um amigo jornalista, contratado pela agência Reuters, e suas fotos mostrando crianças cadavéricas foram publicadas em vários jornais, atraindo a atenção do mundo para aquela tragédia. A região estava em guerra e os conflitos armados eram constantes. Em julho de 1993, Dan Eldon e mais 3 foto-jornalistas foram “cobrir” o bombardeio de uma região e acabaram sendo atacados e mortos pela população enfurecida. A mesma população que ele e os amigos tentavam ajudar. Hoje, os seus diários estão guardados no Museu de Arte de Los Angeles, mas vocè pode folhear alguns clicando AQUI.
(As imagens, de cima para baixo mostram: página do diário de Dan Eldon; detalhe de uma colagem de Sesper; desenho com estêncil de Sesper; e página do diário de Dan Eldon.)