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Olha que legal este novo projeto da Chanel! Descobri no blog recém-inaugurado, Por Uma Boa Arquitetura, do arquieteto Renato Salles.

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“Foi inaugurado neste mês, em Hong Kong, o Container de Arte Contemporânea Móvel da Chanel, com projeto da arquiteta iraquiana Zaha Hadid. Lançado na Bienal de Arte de Veneza do ano passado, finalmente o projeto abre suas portas e começa seu tour de 2 anos pela Ásia, Europa e América do Norte. Partindo da iniciativa do inventivo Karl Lagerfeld, e unindo-se à uma das mais criativas arquitetas atuais e mais de 20 grandes artistas plásticos, o pavilhão é uma grande experiência sensorial e espacial, em busca do estranhamento e a novidade de quem visita um país novo. Partindo da forma espiral constantemente encontrada na natureza, os espaços são fluidos e dinâmicos, e a exposição se desenrola em um fluxo centrípeto, levando a uma área de eventos no centro. A sensualidade escultural do edifício é conseguida graças a novos softwares de modelagem que oferecem fluidez no processo compositivo, e que têm respaldo das técnicas manufaturadas na hora da construção. As peças têm no máximo 2,5m de largura para facilitar sua desmontagem e transporte.


Zaha foi escolhida exatamente por quebrar com a estética pós-Bauhaus dominante até os dias de hoje de repetição de peças industriais ordenadamente, criando poesia com a arquitetura.” Por Renato Salles

A relação entre moda, arquitetura e arte foi citada hoje no Fashion Marketing, na primeira palestra do dia, com Maurizio Borletti, das lojas de departamento Printemps e da Rinascenti. Depois eu conto mais! 😉

a arte da sublimação

Sábado tem programa bacana para quem gosta de arte: a abertura da exposição Sublime!? na Galeria Emma Thomas. Entre os participantes, destaco os fotógrafos Marcio Simnch e Paulo Bega, que já apareceram aqui no blog. E vou lá e depois conto como foi, ok?

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embrião

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 A Ovo, uma das lojas de design mais bacanas de São Paulo, está patrocinando um ciclo de palestras sobre o pensamento criativo. Em encontros semanais e gratuitos, sempre às quartas-feiras, convidados para lá de especiais –de áreas distintas como arte, arquitetura, gastronomia, moda e cinema– falam sobre suas experiências criativas.

 Na semana passada, Eduardo Brandão e Eliana Finkelstein, sócios da Galeria Vermelho, contaram tudo sobre seu mais novo projeto: o anexo Tijuana. “O espaço, surgiu da necessidade e da vontade de expor obras que não interagiam bem com o espaço da galeria”, diz Brandão.

Livros de arte, obras de pequenas dimensões e peças que demandam mais tempo e atenção para serem apreciadas agora vão dispor de um local apropriado, ao lado da galeria-mãe. A inauguração está prevista para o dia 23 de outubro.

O nome Tijuana surgiu à partir da simbologia da fronteira, em termos físicos e políticos. “Queríamos criar um local de resistência, que questionasse a própria função da galeria”, explica Brandão.

A arquitetura do novo espaço ficou a cargo de Paulo Mendes da Rocha e de José Armênio de Brito Cruz. O design do interior (que você vê acima), à cargo de Luciana Martins e Gerson de Oliveira, da Ovo.

Nesta quarta-feira, dia 26, às 20 horas, o convidado é Pedro Mendes da Rocha, arquiteto especialista em projetos de exposições e espaços museológicos. Ele vai comentar trabalhos como o restauro do Jardim das Esculturas do MAM SP, e a implantação do Museu da Língua Portuguesa na Estação da Luz, feito em colaboração com o pai, Paulo Mendes da Rocha. Eu vou lá!

Quem quiser ver a programação completa das palestras pode acessar o site da Ovo, aqui.

mural

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Logo mais, às 19:30hs, na Daslu, rola o coquetel de abertura da Urban Art, exposição coletiva de arte urbana com os feras: Flavio Samelo, Stephan Doitschinoff, André “Pato”, Bruno Kurru, Felipe “Mottilaa” Motta e Felipe “Flip” Yung. A curadoria é da Kultur.

Estou tentando não ser preconceituosa, mas acho que pode ser divertido ver no que dá a miscigenação entre grafiteiros e patricinhas. Um passarinho me contou que os artistas receberam instruções para “não fazer coisa feia”!!! Será que eles “obedeceram”? rsrsrs

Eu vou até lá conferir!

Urban Art Daslu: de 18 a 29 de setembro, das 10 às 20 hs, na Galeria Daslu. Av. Chedid Jafet, 131, tel. (11) 3841-4000.

A flor do abacate

Recebi hoje, pelo correio, o catálogo precioso da marca Mary Design,  que faz as bijuterias mais encantadoras do mundo. A coleção, intitulada “A Flor do Abacate”, presta homenagem a Guignard, pintor importantíssimo na década de 20 e 30, ao lado de nomes como Cândido Portinari e Ismael Nery.

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“Festa de São João” de Guignard

O artista fluminense foi para Minas Gerais na década de 40, a convite de Juscelino Kubitschek, para dar aulas no recém-criado Instituto de Belas Artes, em Belo Horizonte. Apaixonou-se pela paisagem mineira, pelo mar de montanhas, pelo céu repleto de nuvens e balões. E foi ficando por lá.

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Dizem que costumava começar suas aulas assim: “Minhas senhoras e meus senhores: hoje vou apresentá-los ao amarelo.”

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Quando Guignard voltou da Europa em 1929, passou a dar um curso particular de pintura. As aulas aconteciam numa casa que havia abrigado o cabaré A Flor do Abacate. Foi daí, dizem, que Manuel Bandeira tirou a idéia de batizar o curso de “A Nova Flor do Abacate”. 

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A flor do abacate, aliás, se distingue por ter os ambos os órgãos, feminino e masculino, e por florescer por apenas 2 dias.

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“Guignard traduziu em traço e cor o seu mundo interior, particular e único. Um belo mundo tanto na dramaticidade de seus santos flagelados quanto na exuberância de suas flores e na delicadeza de suas cidades imaginárias.” Priscila Freire, diretora Map

Fotos do catálogo: Gustavo Marx/Produção de moda: Mariana Sucupira/Beauty: Léo Caffé

Mary Design: mary@marydesign.com.br

Museu Casa Guignard: rua Conde de Bobadela, 110, Ouro Preto, MG

O fio mágico

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Quando era criança, aprendi a fazer bordados em ponto-cruz usando um tecido chamado vagonite, que tornava a tarefa facílima. Depois me desinteressei pela prática, mas nunca deixei de apreciar este tipo de trabalho manual. A delicadeza dos enxovais da minha mãe, por exemplo, com lençóis e toalhas de linho bordados à mão, sempre me fascinaram. É bem verdade que eu cheguei a usar algumas toalhas de chá como pareô, mas isso é outra história!

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Tempos depois, descobri que o bordado também podia ser usado na arte, em obras como as do Leonilson (acima, a obra The Bread) ou do Arthur Bispo do Rosário (foto abaixo). E percebi que o seu significado podia mudar totalmente, a angústia podia tomar o lugar da doçura, as questões existenciais podiam prevalecer às decorativas. O bordado podia servir não só para adornar a toalha de mesa, mas também criar o manto de “encontrar com Deus”, como queria Bispo do Rosário. 

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O ato de bordar, ligado ao de tecer, parece ser uma atividade ancestral. Fico me perguntando se seria tipicamente humana e quais as questões simbólicas envolvidas ali. Mas não quero me estender demais na filosofia.  

Veja, aqui, alguns outros artistas que se utilizam da técnica.

Tilleke Schwarz, artista holandesa

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Wagner Pinto, artista gaúcho radicado em SP.

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Jenny Hart, norte-americana do Texas que cria painéis com retratos de celebridades ou anônimos.  jenny-hart-marianne-lrge.jpg

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Além disso, Jenny Hart é responsável pelo Sublime Stitching, site que revitalizou o mundo dos bordados, oferecendo desenhos fofitos, descolados e acessíveis. Uma cartela com motivos criados pelo ilustrador Kurt Halsey, exclusivamente para a Sublime Stiching, como a que você vê abaixo, custa só 3 dólares. O site tem também bordados temáticos com unicórnios, pin-ups, diabos, etc. Vale a pena conhecer.

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post inspirado pelo Radar 55

Huis Clos: moda e arte

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“El Playón”, óleo sobre tela de Armando Reverón

A obra do pintor venezuelano Armando Reverón (1889-1954) foi a fonte de inspiração da Huis Clos para criar as estampas da coleção desfilada nesta segunda, 18/06/07, no SPFW. Clo Orozco, estilista da marca, conheceu a obra de Reverón no ano passado, ao visitar uma exposição sobre ele no MoMa, em Nova York. As estampas se baseiam, em especial, nas obras realizadas no período de 1926-1934, fase chamada de “Primeiras Paisagens”. Veja o que diz o texto da exposição: “Sobre estas pinturas –quase monocromáticas, altamente texturizadas, e beirando o abstrato–, Reverón disse: ‘a luz dissolve todas as cores, e todas as cores, afinal, se transformam em branco'”.

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Foto: Charles Nazeh/Chic

Detalhe de uma das estampas

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A moda além do hype

Está rolando no MAM a segunda edição do ZIGUE ZAGUE, evento de reflexão sobre moda, concebido por Cristiane Mesquita. Como na edição passada, o ZIGUE ZAGUE é composto por 3 módulos: Desfiles Incríveis, Conversas Transversais e Oficinas Transitivas. 

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(De cima para baixo: look de Ronaldo Fraga e de Walter Rodrigues, ambos do inverno 2007. Fotos de Silvia Boriello)

Das 11 às 13 horas acontecem os Desfiles Incríveis: uma revisão de desfiles significativos, comentados por pessoas de outras áreas, que não a moda. Neste domingo, por exemplo, o tema é “Fabulações e Poéticas Chinesas”, sobre os desfiles de Ronaldo Fraga  e Walter Rodrigues, ambos de inverno 2007. Os comentários ficam a cargo de Carla Mendonça e Christine Greiner, com coordenação de Adriana Vaz Ramos. Na segunda-feira é a vez do desfile de Wilson Ranieri, quem fala é Laura Lima e quem coordena é Maria Monteiro.

Nas Conversas Transversais, convidados inventam relações, intersecções, aproximações e deslocamentos entre moda e arte. Neste domingo, Márcio Banfi, Marilá Dardot e Thais Graciotti conversam sobre “Roupas em troca: pele, desapego e memória”, com coordenação de Rosane Preciosa. Na segunda-feira, a temática será “Procuro-me: aparência e sensação de si”, com Deborah de Paula Souza, Ilana Brenholc e Lenora de Barros, mais a coordenação de Cris Mesquita.

Nas Oficinas Transitivas, que acontecem sempre das 14 às 17 horas, a idéia é sair da teoria e pôr a mão na massa. No sábado, a oficina ensina a fazer impressões sobre tecido com stencil, à partir da exposição “Ronaldo Fraga: política, moda e arte”, realizada pelo MAM. No domingo, é hora de aprender styling, criando roupas e acessórios de papel, inspiradas nas obras dos artistas Pitágoras e Regina Silveira.

Para mais informações: www.mam.org.br ou ana_franco@mam.org.br ou ainda tel. 11 5085 1313

É sempre bom lembrar que a moda não é feita só de hype, glamour e celebridades. Uma boa dose de reflexão, estudo e discussão é essencial para a evolução da linguagem e da cultura de moda, especialmente num país como o nosso, que ainda é “adolescente”  e tem pouca tradição no assunto.