O estilo democrático nas lojas de departamento

Na onda das redes internacionais de fast fashion, os grandes magazines brasileiros vêm fazendo parcerias com estilistas de destaque no mercado nacional para lançar pequenas coleções autorais, com preço acessível. É a tal da democratização do estilo, ou pelo menos deveria ser.

Uma das últimas iniciativas desse gênero foi o lançamento da coleção da estilista Karina Duek para a C&A, que aconteceu no dia 17 de novembro, trazendo roupas femininas, chiques e cool, como bem definiu a estilista no vídeo do making of, que você confere abaixo.

Uma das peças, em especial, me chamou a atenção: uma jaqueta rosa de couro sintético. Além da modelagem perfecto arrojada, com mangas curtas arrematadas por um laço, ela parecia ser feita de material leve e macio, muito similar a um couro verdadeiro de alta qualidade. Tudo isso por apenas R$ 149,90. Um feito e tanto. Pois esta semana, cerca de 15 dias depois do lançamento, chegou a notícia de que a peça tinha se esgotado, sumido das lojas. Cadê a democracia do estilo, pessoal? Se era para fazer algo exclusivo, não precisava ser na C&A, podia ser na boutique da marca, no Jardins.

Hoje, 04 de dezembro, a Riachuelo abasteceu as lojas com a coleção Fashion Five, composta por 5 grandes marcas: André Lima, Huis Clos, Juliana Jabour, Maria Garcia e Martha Medeiros. Confira o vídeo e torça para que as peças tenham uma vida um pouco mais longa, nas araras do magazine, do que as jaquetas da Karina Duek para C&A.

nova visão

É hora de reforçar a galeria de imagens inovadoras.

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Danielle Jensen, estilista da Maria Bonita, conseguiu traduzir o espírito dos jangadeiros numa coleção belíssima e sofisticada. As redes de pesca se transmutaram em roupas que parecem flutuar no corpo.

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Reinaldo Lourenço mostrou uma série de tramas elaboradas, de tirar o fôlego!

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As guerreiras de Alexandre Herchcovith têm ombros fortes, adornados com cascatas de babados.

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Depois de passear de barco pelo rio São Francisco, Ronaldo Fraga criou um cardume de mulheres-peixes.

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André Lima deve ter aprendido a fazer origami com algum mestre japonês: seus vestidos transformaram as modelos em flores e borboletas!

[Fotos: Charles Naseh/Chic]

glamour máximo

Impecável o desfile de André Lima que acabou agora há pouco na Bienal (assim que puder eu publico fotos).

Formas arredondadas, triangulares e quadradas; drapeados, babados, e enrugados; saias volumosas e silhuetas justíssimas. Tudo superlativo, dramático e glamouroso, ao som da trilha sonora do DJ Zé Pedro, que mesclava Genesis e Nina Simone.

Os arranjos de cabeça criados pelo stylist Davi Ramos –com couro, tachas e penas– deram o tom exato de fetiche-chic.

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Pode ser que alguém diga que são roupas difíceis de usar, para ocasiões raras, galas e bailes que não fazem parte da realidade brasileira. Mas a única coisa que eu conseguia pensar durante o desfile era: se esta mulher não existe, precisamos inventá-la! E na verdade, acho que já ela existe, sim, tanto na vida real, quanto no desejo e no inconsciente coletivo de todos nós.

segredinhos

O lado bom de trabalhar há um tempão no mercado de moda, e conhecer todo mundo, é que você acaba tendo acesso a informações privilegiadas.

Um passarinho me contou algumas coisinhas sobre o desfile de André Lima, marcado para hoje às 21:15hs.

O estilista francês Ungaro é uma das inspirações. 

Um vestido preto, com muitas camadas de tecido — apelidado carinhosamente de “vestido samambaia”– deve arrasar.

Os arranjos de cabeça foram confeccionados pelo stylist Davi Ramos. Eles são feitos de couro, tachas e penas. Parece que tem um perfume de fetiche no ar!

E diz que a cenografia, a cargo de Marton, será incrível e terá muito carpete.

Pronto falei!