Confira o making of do desfile Alexander McQueen, Spring Summer 2013. Repare no trabalho meticuloso das casas-de-abelha, nos chapéus com vazados de favo, nos bordados cor de mel.
#das_poucas_coisas_que_tem_me_emocionado_na_moda
Sempre à procura de um novo viés
Confira o making of do desfile Alexander McQueen, Spring Summer 2013. Repare no trabalho meticuloso das casas-de-abelha, nos chapéus com vazados de favo, nos bordados cor de mel.
#das_poucas_coisas_que_tem_me_emocionado_na_moda
Tempos atrás, a marchinha de carnaval dizia: “O teu cabelo não nega mulata, pois és mulata na cor…”. Por volta de 1990, Gal Costa cantava: “Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada. Quem disse que cabelo não sente, quem disse que cabelo não gosta de pente. Cabelo quando cresce é tempo, cabelo embaraçado é vento”. Itamar Assunção, por sua vez, em 2004, entoava: “Eu tenho cabelo duro, mas não tenho miolo mole. Sou afro-brasileiro puro…”
Folheando meus arquivos, encontrei uma foto publicada na revista i-D em 1997, de um look de Alexander McQueen feito de cabelo. Isso me remeteu imediatamente aos desfiles das marcas FH por Fause Haten e Melk Z-Da do inverno 2011.
Tenho visto por aí alguns sintomas de que a mistura entre os gêneros masculino e feminino está próxima de se romper. O cartunista Laerte assumiu o crossdresser publicamente em matéria para a revista Bravo! e num vídeo em que fala sobre o assunto com naturalidade. Além disso, uma série de personalidades tem, sistematicamente, se montado para aparecer em capas de revistas. Marc Jacobs colocou perucão e salto alto para a revista Industrie; o ator James Franco fez a transex na Candy, com direito a batom vermelho e sombra azul; e Paulinho Vilhena abusou da estola de peles na publicação gay Júnior.
O contraponto da aparente liberalização de costumes vem através da comovente entrevista concedida pela transexual Lea T. para Vivian Whiteman, na Folha de São Paulo. Lá, a bela modelo disse que “é apedrejada todos os dias”. Até quando, gente?
O mundo da moda está em choque. A imprensa britânica confirmou há pouco a morte do estilista Alexander McQueen. Segundo o site Daily Mail, ele teria cometido suicídio por enforcamento, em sua casa.
Desnecessário afirmar sua genialidade. Estou sem palavras… restam as imagens.
Não se sabe quais os motivos para o suicídio, mas o estilista havia perdido a mãe há poucos dias. Em seu twitter, que já não está mais no ar, o estilista escreveu:
“i’m letting my followers know the my mother passed away yesterday if it she had not me nor would you RIP mumxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx11:46 AM Feb 3rd from web”
“but life must go on!!!!!!!!!!!!!!!11:47 AM Feb 3rd from web”
“sunday evening been a fucking awful week but my friends have been great but now i have to some how pull myself together and finish with the12:38 PM Feb 7th from web”
“HELLS ANGLES & PROLIFIC DEAMONS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
“im here with my girl annie tinkerbell wishing kerry the slag ,happy birthday in NY ,your 40 now girl time to slow it down we think.”
RIP Alexander McQueen!
Aproveitando o final de ano, fui rever os desfiles de primavera-verão 2010 do hemisfério norte para identificar tendências e possíveis influências nas apresentações brasileiras que estão por vir.
Vale a pena ver o vídeo da Lookonline.com feito pela editora-chefe Marilyn Kirschner, que fala sobre as coleções de outono-inverno 2009 do hemisfério norte.
Para quem não entende bem inglês, vou dar uma resumidinha aqui. Ela começa falando algo que parece um pouco óbvio, mas que é bom lembrar: para a maioria dos seres humanos normais (o que exclui mulheres de milionários que gastam 25 mil dólares em roupas por semana) a função dos desfiles é servir como uma inspiração, mais do que um guia prático de compras. Uma fonte de informação que cada um deve filtrar de acordo com sua própria visão e estilo.
Entre as novidades mostradas nas passarelas há sempre algo que vai definir a estação e que pode ser um acessório, uma combinação de cores, uma peça-chave, uma nova proporção, um clima ou uma idéia. A verdadeira sacada está em olhar com outros olhos, estar aberto para o novo.
Como o recente desfile (teatral e elogiadíssimo pela crítica) de Alexander McQueen, em que ele mostrou – sobre uma passarela de espelhos quebrados – versões recicladas de clássicos como o New Look de Christian Dior, os tweeds de Chanel, algumas ideias de Yves Saint Laurent e outras tantas próprias. Com essa encenação, ridicularizou o fast fashion, o consumismo e a eterna reinvenção de estilos e décadas. Além de mostrar algumas roupas sensacionais, é claro!
Na passarela de McQueen, bocas de palhaço e roupas que parodiam épocas e estilos
E já que o estilista foi revirar o baú em busca de idéias, Kirschner sugere que façamos o mesmo: que sacudamos a poeira daquele um blazer com ombreiras pontudas dos anos 80. E que assaltemos o guarda-roupa do namorado, marido ou pai, em busca outra peça importante: o “camel coat”, ou mantô de lã camelo. Ele apareceu nos desfiles de Donna Karan, Dries Van Noten e Derek Lam, em versões desestruturadas e oversize.
À esq., camel coat de Dries Van Noten, à dir., Donna Karan
Quanto a cores, a editora sugere observarmos a sofisticada mistura de tons de Dries Van Noten. ou, algo mais simples, o mix de pink com preto de Marc Jacobs, que pode ser usado em pequenas porções: uma fita amarrada no lugar do cinto, um acessório, ou até mesmo um batom rosa. E uma vez que o preto é uma cor onipresente, outra opção é incluir toques de vermelho, como fez Yohji Yamamoto.
Acima, looks de Dries Van Noten, um colorista de mão cheia
Aqui, o rubro-negro de Yohji Yamamoto e o rosa chiclete de Jacobs
E o grande destaque, em termos de renovação de conceitos, fica mesmo com Rei Kawakubo, da Comme des Garçons. Kirschner avalia que a estilista japonesa, apesar de fazer uma moda nada comercial, fornece grande inspiração com suas sobreposições. Não é preciso ser literal, basta pinçar algumas ideias da passarela: amarrar um xale na cintura, por cima de leggins, colocar um vestido de trás para a frente, ou sobrepor uma parka militar a um vestido de festa.
Proporções e sobreposições para poucos e bons entendedores