A DESPEDIDA DE ROBERT ALTMAN


A notícia me deixou triste: Robert Altman, um dos maiores cineastas americanos faleceu aos 81 anos, nesta segunda-feira, dia 20, em Los Angeles. No último final de semana, eu tinha ido assitir “A Última Noite”, seu último (e ótimo) filme sobre a era do rádio. E não pude deixar de lembrar das palavras de um personagem, ao comentar a morte de outro. “Não existe tragédia na morte de um velho. Perdoe seus defeitos, agradeça a ele por todo seu amor e carinho”.

Uma matéria sobre o falecimento, veiculada no Jornal da Globo, diz que Atlman se considerava “um homem de muita sorte, e feliz por nunca ter dirigido um filme que não tivesse escolhido fazer”.

Nerds 3, a batalha final

Andei falando da influência “nerd” na moda, mas não tive tempo de incluir alguns dos meus nerds favoritos. A saber:

Olive, a simpática personagem de “Pequena Miss Sunshine”, interpretada pela ótima Abgail Breslin, exibe o figurino incrível. Adoro a mistura de vermelho com rosa claro.

Paul Giamatti, no papel do cartunista Harvey Pekar, o cara mais nerd desde que a tinta e a caneta foram inventados, é outro perdedor maravilhoso.

Aqui você vê Giamatti e a atriz Hope Davis numa cena do filme “Anti-Herói Americano” ou “American Splendor”, na versão original.

Andei pensando na razão do fascínio pelos nerds. Eu, por exemplo, sempre me identifiquei com eles, sempre me senti meio outsider. Mas acho que a questão é bem mais abrangente. Meses atrás, a toda-poderosa Barbara Kennington, diretora do WGSN, fez uma palestra intitulada “A vingança dos nerds”, falando justamente sobre esta tendência, agora concretizada. A premissa era que, num mundo globalizado, em que as informações estão ao alcance de todos (e portanto, banalizadas), só pessoas muito originais, com visões de mundo extremamente particulares são capazes de trazer frescor, surpresa e renovação para a moda.

Concordo com a idéia, mas vejo também uma outra faceta. A força de atração destas figuras desajeitadas, para mim, é o fato de deixaram à vista, ou de não conseguirem esconder, suas vulnerabilidades. E isso é muito comovedor.

Porque quem não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos costuma sofrer todo tipo de discriminação. Por outro lado, os nerds podem usufruir de uma liberdade estupenda, ao se libertarem da necessidade de agradar a todos, ao assumirem toda a sua excêntrica originalidade. Como a pequena Olive, de short rosa, botas cowboy, camiseta justa, óculos de grau enormes, se sentindo a rainha Raio-de-Sol.

Resumindo, o mundo das perfeições apolíneas pode ser muuuuito chato. Viva a esquisitice, já que “de perto ninguém é normal”!

Abaixo, outro nerd impagável, o personagem Toby Dadloff, também de “Anti-Herói Americano”.

MAC DIA FELIZ


Peça pelo número!
Já saiu a segunda edição da revista piauí, o número 2 da Rolling Stone brazuca e a ZUPI número 3. Em tempos de anorexia cultural, é nutrição garantida para o seu cérebro, olhos, ouvidos, etc.

Para dar uma “palhinha”, aí vai a capa e o convite da ZUPI e abaixo, um poema publicado na piauí.

A ALEGRIA (Hans Magnus Enzensberger)

ela não quer que eu fale dela
ela não pára no papel
ela não suporta profetas

ela pões abaixo tudo que é sólido
ela não mente
ela se amotina

ela só me justifica
ela é minha razão
ela não me pertence

ela é teimosa
eu a escondo
como uma vergonha

ela é fugaz
niguém pode partilhá-la
ninguém pode guardá-la para si

eu nada guardo
eu partilho tudo com ela
ela parte para outra

um outro a esconderá
na sua fuga vitoriosa
através da mais longa noite.

O silêncio e as palavras


Fiquei impressionada com o filme “A vida secreta das palavras”, dirigido por Isabel Coixet. Um amigo me emprestou uma cópia em dvd porque o filme, exibido na última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, ainda não foi lançado comercialmente no Brasil.

As imagens são lindas, um clima de poesia e solidão permeia tudo e, ainda por cima, uma das minhas músicas favoritas, “I’m a bird now” do Antony (and the Johnsons), faz parte da trilha sonora. Os protagonistas são Tim Robbins, Sarah Polley e Javier Camara. E Julie Christie faz um papel pequeno, mas importante, no desenrolar da trama.

Segundo a definição da própria autora, “é uma história sobre o peso do passado, sobre o silêncio repentino que se produz antes das tempestades”.

Numa plataforma de petróleo no meio do mar, onde só trabalham homens, acontece um acidente grave. Uma mulher misteriosa e solitária (Sarah Polley), é levada até lá para cuidar de um ferido, temporariamnete cego (Tim Robbins). Depois disso, é claro, nada será como antes.

Se quiser saber mais visite o site http://www.clubcultura.com
Lá tem tudo sobre a diretora, e dá para ver o trailler do filme.
Na época da mostra de cinema, a previsão de estréia no Brasil era novembro. Vamos torcer para que seja, já que faltam só 10 dias para o final do mês.

O poder da franja

Estou para postar este material há um bom tempo. Começou assim: um dia, decidi intervir na natureza do meu cabelo curto e adquirir uma longa franja. Numa bela tarde, parada num farol, veio aquele menino malabarista, fez sua demonstração, se aproximou da janela do carro e me perguntou, na lata: “A senhora é emo?”. Como comecei a rir, ele continuou: “Sabe o que é emo core?”. Eu sei, respondi, mas não sou emo, não. Queria muito ter dado um trocado para ele, mas o farol abriu e fui embora. Estou rindo até hoje.


Brincadeira à parte, eu já tinha notado que, nesta estação, algumas das minhas modelos preferidas estão usando franja: Jessica Miller e Irina Lazareanu (foto ao lado), por exemplo.

E a princesinha Camila Finn, também acaba de adotar a idéia. Veja a foto abaixo, feita por mim, no intervalo do primeiro trabalho em que ela aparece com o novo look: um editorial de moda que será publicado na Marie Claire de dezembro.

O reino dos nerds 2 – a missão



Eu já tinha cantado a bola no post do dia 18/10: os nerds estão na moda. A revista americana NYLON (uma das poucas publicações para adolescentes que não os trata como idiotas) confirma a idéia ao publicar este mês um editorial de moda intitulado “GEEK LOVE”.

Aliás, este título faz uma referência ao livro homônimo, publicado em 1983 pela escritora americana Katherine Dunn. A obra, que mistura suspense, terror e humor negro, foi indicada para o National Book Award, e não é uma leitura das mais fáceis. A história gira em torno do casal Binewski, que produzia filhos defeituosos voluntariamente, para integrar o elenco do seu Circo de Horrores itinerante. De acordo com o crítico Michael Abernethy, a obra é “revoltante, trágica, bizarra, chocante e extraordinariamente tocante”, mas “o intuito da autora não é simplesmente revoltar os leitores, ela examina a natureza humana e os relacionamentos de um ponto de vista alternativo, questionando as percepções sobre o que é o amor e o que é normal”.

No Brasil, o livro foi publicado pela Editora Rocco, em 1994, com o título “Amor de Monstro”. Acho que vai ser difícil achar um exemplar.

A ilustração acima é do site Geek Culture.
Abaixo, a capa do livro “Geek Love”.


Pretinho básico


Acontece amanhã, dia 9, às 19:30hs, a palestra da jornalista Alexandra Farah, “O vestido preto na arte no cinema”.
A idéia é traçar a história do pretinho básico, do século 16 até os dias de hoje. A palestra é gratuita e faz parte da programação do projeto FILME FASHION, idealizado pela jornalista.
Senac Lapa, rua Fáustolo, 1347, tel. (11) 2185-9800.