domingueira vintage

No último domingo postei o vídeo de Freedom 90, hino dos anos 90 de George Michael. Hoje, que tal ir um pouquinho mais longe, até aquela década exagerada em que as calças vinham em versão semibag e clochard, as ombreiras exibiam tamanho maxi e os cabelos eram armados com gel?

Com vocês: os anos 8o na versão de Take on Me, do A-Ha. A música fazia parte do primeiro disco da banca, Hunting High and Low, lançado em 1985.

E a sensacional sátira do clipe, com o personagem Chris, do seriado Family Guy (Uma Família da Pesada).

A pauta incrível é cortesia do blog Virunduns, por Alexandre Inagaki

mural

 conviteweb_daslu_urban2-cut.jpg

Logo mais, às 19:30hs, na Daslu, rola o coquetel de abertura da Urban Art, exposição coletiva de arte urbana com os feras: Flavio Samelo, Stephan Doitschinoff, André “Pato”, Bruno Kurru, Felipe “Mottilaa” Motta e Felipe “Flip” Yung. A curadoria é da Kultur.

Estou tentando não ser preconceituosa, mas acho que pode ser divertido ver no que dá a miscigenação entre grafiteiros e patricinhas. Um passarinho me contou que os artistas receberam instruções para “não fazer coisa feia”!!! Será que eles “obedeceram”? rsrsrs

Eu vou até lá conferir!

Urban Art Daslu: de 18 a 29 de setembro, das 10 às 20 hs, na Galeria Daslu. Av. Chedid Jafet, 131, tel. (11) 3841-4000.

O xis da questão

No mês passado, Tom Ford causou um certo frisson ao reformular a campanha de lançamento do seu primeiro perfume masculino. As fotos feitas por Marilyn Minter, em que o próprio estilista aparecia de peito nu, foram trocadas por imagens mais “gráficas e diretas”, clicadas por Terry Richardson.  

Esta semana, o site BoingBoing chama a atenção para a curiosa similaridade entre o anúncio de Ford e outro, de um site chamado Smell Me, que divulga um perfume chamado Vulva. Parece que o produto vendido pela Smell Me se propõe a recriar o odor natural da genitália feminina (!!!). É, pelo jeito está rolando uma nova tendência de posicionamento de produto na perfumaria. Confira abaixo.

tom-ford-e-vulva.jpg

À esq., a nova campanha de Tom Ford; à dir., anúncio do perfume Vulva

Dia Mundial Sem Carro

Dia 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro, e  dá só uma olhada na campanha de divulgação! O garoto-propaganda é o “cara do carro amarelo”, sim, aquele figura que vira-e-mexe aparece dando pinta nas esquinas da cidade, vestido com paletós espalhafatosos que, segundo a lenda, são confeccionados pela esposa. Sensacional!

A data foi instituída inicialmente na França, em 1997. Aqui no Brasil, acontece desde 2005 por iniciativa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente “com o objetivo combater a poluição do ar, a emissão excessiva de gases efeito estufa, e estimular a adoção de políticas públicas de transportes coletivos de boa qualidade e o uso de modos não motorizados de transportes”.

É claro que um dia de campanha é muito pouco para despertar a consciência ecológica das pessoas. É mais irrisório ainda, quando se pensa na precariedade do transporte público, na lentidão da implantação do metro e na falta de ciclovias na cidade. Mas é uma boa desculpa para deixar o carro em casa, neste sábado. Vamos? Sem paletó amarelo, tá!

via Sampaist

passarela em branco

 marc-jacobs-set07.bmp

Quem acompanha o blog deve ter percebido que ainda não comentei um único desfile desta temporada internacional. Bem… eu poderia culpar a falta de tempo (parcialmente verdade) mas, na real, ando sem vontade de me debruçar sobre o que tem acontecido nas passarelas do hemisfério norte. Daqui a pouco passa, se eu me empolgar com algum desfile memorável. Ou não.

Enquanto isso está todo mundo em polvorosa por causa da apresentação irônica do Marc Jacobs. Gostei do post escrito por Mario Mendes, no seu blog Grão Mogol. Leia aqui.

domingo nostálgico

Um vídeo para lembrar dos velhos tempos em que as supermodels dominavam o habitat fashion e o walkman era uma invenção inovadora.

Psicanálise no armário

Dica bacanérrima da amiga e jornalista Silvana Tavano:

capa-dispa-me.jpg

“Não é novidade dizer que as roupas que escolhemos dizem algo sobre nós. Mas é surpreendente imaginar que essas roupas que nos cobrem, na verdade podem estar nos “des-cobrindo” para o mundo. Mais do que revelar uma atitude ou um estado de espírito, parece que o modo como nos relacionamos com este assunto diz muito sobre a nossa personalidade. Essa é a tese das psicanalistas francesas Catherine Joubert e Sarah Stern, autoras de “Dispa-me” (Ed. Jorge Zahar, tradução de André Telles, 160 págs.). Com um olhar –psicanalítico, é claro– sobre 19 breves histórias, as autoras ajudam a decifrar os sinais que desfilamos pela vida afora: quem é a pessoa que usa sempre a mesma calça ou a que nem sabe quantas calças tem; o que significa guardar e cuidar com carinho das vestes de quem já se foi ou o que alguém que só veste preto está querendo expressar. A conterir, ns livrarias à partir do dia 18. Silvana Tavano

mais presentes de aniversário

 blog-aniver-ro019.jpg

Foto: Rogério Cavalcanti

Texto inédito de Claudio Julio Tognoli: “Deus a la Carte”

Freud referia ser a religião uma vasta ilusão. Marx falava em ópio do povo. Carlos Drummond de Andrade em destilação  “dos ópios de emergência”. Jamais fui tocado pelo sentimento oceânico que deve ser a proximidade com o divino. Talvez o tenha, mas a memória seletiva dá conta da poda. Por outra: dá pra falar em pontuais epifanias. Aqueles momentos em que você acha que há algo além do óxido da rotina. Mas isso quase sempre ficou por conta da música. Todas as formas de arte aspiram à música, que não é outra coisa senão forma –notou Walter Pater, pai da crítica moderna, em 1877. Tudo isso para dizer que meu deus sempre foi a música.A bíblia diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. No começo do século 20, Bertrand Russell falava que era o contrário: o homem que criou Deus à sua imagem e semelhança. Seja  como for, nós humanos, que sempre condenados cães, por exemplo, como animais irracionais, ficamos de joelhos diante de um deus barbado, ou de um diabo espevitado. Damos credo a figuras antropomórficas. É difícil aceitar que o criador, ou o diabo que o valha, seja nada. Gostamos do que tem a nossas caras. Ou detestamos o que não tem as nossas caras: estão aí todo o deus e o diabo possíveis, portanto.  Socino, um monge medieval, foi condenado à fogueira porque dizia que deus era um ser que “estava aprendendo”. Os socinistas, agora, ficam felizes em ver, na física, aquela teoria da constante cosmológica, pelo qual o universo está em contínua expansão. Einstein acreditava nisso. Mas repudiava isso quando aplicado ao universo das micropartículas, quando cotejado com a chamada teoria do caos, pela qual elétrons podem ser, ao mesmo tempo, ondas e partículas. Foi por isso que escreveu “Meine Liebe Gott wurfelt nicht mit der welt”, ou “meu querido deus não joga dados com o mundo”. Gostei da frase quando a li. E a tatuei no peito, em alemão.Mas de lá para cá meu Deus teve dias que encolheu. Teve dias que se expandiu. Descobri que cada dia tenho um Deus: é um Deus pragmático. Cada dia colho nos vastos campos de letras, das minhas estantes, o Deus que me interessa. Teve dias que Deus era um insano. Teve dias em que Deus era o sorriso de minha filha. Teve dias que Deus era a luz do sol golpeando meus olhos. Teve dias que Deus estava morto. Teve minutos em que Deus em que Deus esperneou na minha frente. Kant falava que não podemos perguntar o que é Deus, mas como ele se manifesta. Religiões tentam responder o que é Deus, e por isso pecam. Mas o ser humano ainda não está preparado para ter o nada como resposta. Surfar o caos que é a vida dá trabalho. Destilar deuses de emergência parece ser “cool”. Ótimo: desde que meu Deus venha a la carte, e eu possa escolhê-lo de acordo com o meu humor. Mas tem dias que o que quero não consta do cardápio. Por isso ando emagrecendo.