o livro dos livros

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Tive o prazer de ser convidada, junto com mais 45 profissionais, para indicar um livro que considero essencial para a minha formação de moda. O resultado desta enquete se transformou no livro “46 LIVROS DE MODA QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE LER”, que será lançado nesta quinta-feira, dia 29, na Livraria Cosmopolita, em São Paulo.

Gente como o jornalista Lula Rodrigues, a professora Cristiane Mesquita, a blogueira Laura Artigas e a assessora de imprensa Thereza Duarte, entre outros, falam da sua iniciação no métier e revelam suas referências primordiais, citando obras importantes de autores como Gilles Lipovetsky, Diana Crane e Ted Polhemus.

Curiosidade: Gilda Chataigner aparece duplamente no livro, como autora –citada tanto por Káthia Castilho e por Rosane Preciosa– e como colaboradora generosa, sugerindo não só uma, mas várias publicações.

Espero vocês lá!

Dia 29/11, quinta-feira, das 19 às 22 horas, na Livraria Cosmopolita que fica na rua Doutor Mario Ferraz, 32.

46 LIVROS DE MODA QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE LER, Editora Memória Visual, 168 págs., R$ 35.

Como diz Paula Acioli no primeiro parárafo de seu depoimento: “indicar livros ou leitura é algo nobre. É como confidenciar alguns dos nossos segredos mais íntimos; indicar uma amigo para um cargo de confiança; ou educar uma criança. É algo de extrema responsabilidade. Algumas leituras podem marcar nossas vidas para sempre”.

som e imagem

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A nova edição da revista Visionaire –de número 53, cujo tema é SOUND– já pode ser encomendada pela internet. Desta vez a publicação vem embalada num case que acomoda cinco discos de vinil ilustrados, contendo cerca 100 horas de experimentos sonoros e músicas inéditas. Há ainda um carrinho Mini Cooper, dotado de  agulha e movido à pilha, que funciona como uma vitrola ambulante: toca o som conforme passeia pelo disco. Não é genial?

Agora dá só uma espiada na listinha “básica” de colaboradores:

Músicos David Byrne, U2, Michael Stipe, Courtney Love, Laurie Anderson, Cat Power, Adrock, Lee Ranaldo, Antony & the Johnsons, Thurston Moore & Kim Gordon (Sonic Youth), Malcolm McLaren, Ryuichi Sakamoto, David Sylvian, Andrew WK, Danger Mouse;

Artistas Yoko Ono, Cerith Wyn Evans, Helmut Lang, Christian Marclay, Doug Aitken, Robert Wilson, Gary Hill, Sylvie Fleury, Vito Acconci, Mariko Mori, Carl Michael Von Hausswolff; Bands The Knife, Littl’ans, Unkle, Animal Collective, SunnO))), Gang Gang Dance;

DJ’s Paul D. Miller (DJ Spooky), miss kittin, Trevor Jackson, Towa Tei, Nigo, Hiroshi Fujiwara;

Fashion designers Karl Lagerfeld, Alexander McQueen, Stefano Pilati; and many more…

Quem se animar com o mimo pode se preparar para desembolsar cerca de 250 dólares, mais a despesa de envio. E é melhor não marcar bobeira, afinal são apenas 4 mil exemplares numerados.

domingueira tropicalista

Não consegui ver o show da Cibelle que rolou há algumas semanas no Auditório Ibirapuera. Segundo me contaram não perdi muito, parece que a apresentação ficou bastante comprometida por performances “abravanistas” e problemas técnicos de som. Enfim, graças ao boletim semanal do Resfest, encontrei este vídeo bacana da Cibelle cantando de uma das minhas músicas favoritas: Green Grass do Tom Waits.

Green Grass (Tom Waits, Real Gone, 2004)

Lay your head where my heart used to be
Hold the earth above me
Lay down in the green grass
Remember when you loved me

Come closer don’t be shy
Stand beneath a rainy sky
The moon is over the rise
Think of me as a train goes by

Clear the thistles and brambles
Whistle ‘Didn’t He Ramble’
Now there’s a bubble of me
and it’s floating in thee

Stand in the shade of me
Things are now made of me
The weather vane will say:
It smells like rain today

God took the stars and he tossed ‘em
Can’t tell the birds from the blossoms
You’ll never be free of me
He’ll make a tree from me

Don’t say good bye to me
Describe the sky to me
And if the sky falls, mark my words
we’ll catch mocking birds

Lay your head where my heart used to be
Hold the earth above me
Lay down in the green grass
Remember when you loved me

a moda e o obsoleto

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“Para minha surpresa, parte de intelligentzia fashion declarou que a palavra tendência está obsoleta. Sendo assim, parem as máquinas! Parem tudo! É preciso comunicar à Vogue Paris, às várias revistas, sites e jornais estrangeiros que eles estão ultrapassados.”

A frase acima, irônica e perspicaz, faz parte do post mais recente publicado pelo  connoisseur de moda Marco Sabino, em seu site.

Eu também havia reparado neste novo cacoete dos fashionistas: dizer que as tendências foram abolidas da face da terra por causa do fast fashion, do culto às celebridades, da liberdade de estilo e tals. Humhum…então tá…vamos esquecer o fato de que a indústria da moda é altamente organizada, vamos anarquizar tudo e salve-se quem puder! Afinal, esta afirmação soa tão cool, inteligente e antenada!

Esta semana a coluna Toda Moda, do Alcino Leite Neto, na Folha de SP, noticiou que a Iódice e a M.Officer vão abrir lojas que funcionarão de acordo com o tal sistema fast fashion popularizado pela Zara: roupa barata, para consumo rápido.

Se a “inflação” fashion continuar neste ritmo, daqui a pouco vamos ter roupas com prazo de validade de, no máximo, uma semana. Elas serão confeccionadas em material biodegradável e depois de vestí-las por algumas horas, iremos ouvir uma gravação dizendo, como nos filmes do espião 007: “estas roupas se autodestruirão em 5 segundos”. Daí, é só correr para a loja mais próxima! Que tal?

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Voltando ao site do Marco Sabino, esta edição tem muitas outras coisas interessantes como a camiseta inspirada na polêmica entre Hugo Chavez e o Rei da Espanha (Y POR QUÉ NO TE CALLAS?), novidades da moda masculina, a eleição dos homens mais sexies da revista People e mais. Espia lá! 

ecos da africa

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Conheci Marcela Feola numa feira de moda e acessórios há alguns meses, quando ela mostrou a primeira coleção de vestidos e túnicas da marca African Echoes. Logo de cara, me apaixonei pelas peças coloridas e estampadas feitas com tecidos africanos trazidos da Nigéria, e postei até um vídeo, que você pode conferir aqui.

Neste sábado, dia 24, Marcela arma um coquetel de lançamento em torno de mais uma leva de peças charmosas e exclusivas. Para acompanhar, cercou-se de amigos e colaboradores que têm algo em comum com o continente africano.

A marca Musabamba, por exemplo, vai mostrar bolsas de tecido modeladas por fuxicos gigantes. A turma do site Radiola Urbana, especializado em música black, fica responsável pela trilha sonora. E Graziella Mattar vai fornecer ilustrações com estilo exuberante, entre naïf e tropicalista. Quer saber mais? Então vai lá!

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African Echoes: de 24 de novembro a 1º de dezembro, na rua Caiubi, 200, cj. 03, Perdizes. Horário: no domingo das 14 às 20hs, nos outros dias das 14 às 22hs. Tel. (11) 8387-2228

cemitério de elefante

As páginas abaixo foram publicadas na revista Vogue Brasil deste mês.

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Será que eu estou louca? Será que algum dispositivo diabólico me teletransportou no tempo e me fez acordar na década de 50, quando não existia consciência ecológica e matar animais selvagens era considerado très chic!?

Será possível que em pleno século 21 uma revista (mesmo uma revista de moda elitista, como a Vogue) acha que é OK publicar uma matéria de decoração mostrando a casa  de uma socialite, chamada Patrícia Parker, que tem uma pata de elefante que serve como banqueta na sala de estar? Além de uma série de outros bichos mortos e empalhados pela casa?

O texto da matéria, escrito por Juliana Pinheiro Mota, nos informa que até pouco tempo atrás os troféus de caça do marido eram mantidos nos corredores e no escritório do segundo andar da casa. “Em 2003 a história mudou. Patrícia resolveu aproveitar seu bom gosto nato e o interesse por decoração e tudo o mais ligado ao bem receber…Foi quando mergulhou de cabeça no mundo do décor que Patrícia descobriu-se apaixonada pela estética safári que hoje dá charme todo especial ao lar do clã Lovell-Parker.”

Diante de uma explicação tão clara confesso que fico sem palavras! A maioria das pessoas que se identifica com o estilo safári, em geral, se contenta com um tecido estampado de onça. Mas “gente coisa é outra fina”, não é mesmo?

Há ainda, na matéria, uma foto que decidi não publicar aqui, mas descrever: a anfitriã está sentada com as pernas casualmente cruzadas sobre um recamier coberto pela pele de uma zebra. Do seu lado direito, uma de suas filhas está de pé sobre a tal banqueta de pata de elefante. Do lado esquerdo, a outra filha está deitada encima de um armário e na parede atrás dela, vê-se uma pata gigantesca, não sei de que animal.

As três mulheres são bonitas, têm cabelos longos, como jubas vistosas. Na verdade, não me parece haver muita diferença entre elas e os troféus de caça.

PINÇA CULTURAL

 Graças ao feriadão, finalmente consegui colocar em dia a leitura das minhas revistas nacionais favoritas: a Rolling Stone e a Piauí. Deixo aqui algumas sugestões de matérias que se destacaram, para o bem e para o mal, na minha humilde (porém firme) opinião:

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  Na Rolling Stone

*Até a presente edição, não tinha botado reparo na seção Vida Pop, escrita por Miguel Sokol. Adorei o tom mal-humorado do texto, muito bem escrito, sobre as popices do momento: o fenômeno Capitão Nascimento, o lançamento do disco do Radiohead (“Era o que faltava: ter que examinar minha consciência para comprar um disco.”), e o vídeo de sexo da Meg White (“Tá bronzeada demais para se ela. Volta. Mas é a cara dela! Volta. Mas não tem ritmo nenhum! Ritmo Nenhum? Então só pode ser a Meg White mesmo.”)

*Quem se preocupa com o aquecimento global e o destino do nosso sofrido planetinha, precisa ler a matéria “O Profeta”, de Jeff Goodell, em que o polêmico cientista James Lovelock dispara teorias alarmantes sobre o que nos espera. 

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Acima, James Lovelock em foto do acervo pessoal/R&S

 “Nosso futuro”, Lovelock escreveu, “é como o dos passageiros em um barquinho de passeio navegando tranqüilamente sobre as cataratas do Niagara, sem saber que os motores em breve sofrerão pane”. E trocar as lâmpadas de casa por aquelas que economizam energia não vai nos salvar. Para Lovelock, diminuir a poluição dos gases responsáveis pelo efeito estufa não vai fazer muita diferença a esta altura, e boa parte do que é considerado desenvolvimento sustentável não passa de um truque para tirar proveito do desastre.

*Para fincar os dois pés no chão e cair ainda mais na real, é bom ler a matéria “Vida Severina” de André Pessoa, sobre a realidade de Guaribas, cidade-símbolo do Fome Zero.

*Sobre a reportagem de capa sobre o Police: não vou ver o show e já estou com preguiça da superexposição midiática a que vamos ser bombardeados por causa da reunião do trio de roqueiros cinquentões, mas mesmo assim, li a matéria e recomendo.

*Quem viu o filme “Quase Famosos”, de Cameron Crowe, vai gostar de ler a lendária entrevista feita pelo garoto de 17 anos com uma das maiores bandas dos anos 70.

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*Já a matéria “Rainha do Veneno”, escrita por  Erik Hedegaard é de uma superficialidade apenas superada pela do próprio protagonista: o gorducho mais peçonhento da internet, que atende pelo codinome de Perez Hilton e publica o blog homônimo, recheado de fofocas e piadas sobre celebridades. Veja a figura na foto acima, de Peter Yang.

A matéria nos informa que ele foi uma criança obesa e preguiçosa que passava a maior parte do dia na cama, assistindo TV. No tempo restante era zoado pelos colegas por ser balofo e afeminado. Que ele tenha conseguido transformar sua frustração de outsider num blog de sucesso, que contabiliza 7 milhões de acessos e fatura algo em torno de 250 mil dólares, me parece mais um sintoma da nossa sociedade imagética doente, do que um antídoto. 

Dá para perceber que o culto à celebridade não é um assunto que me interessa muito, a não ser pelo viés crítico. Mas como tem muita gente que adora, cito algumas referências nacionais do gênero, como o Papel Pop editado por Phelipe Cruz, o Garotas Estúpidas e o Te Dou um Dado. Tinha também o Papel Pobre –uma paródia do blog de Phelipe Cruz, só que mais debochado– que fez muito sucesso em 2007 e era assinado por duas pessoas sob o codinome Katylene Beezmarky. O Papel Pobre chegou a contabilizar centenas de comentários em um único post, foi notícia em vários sites, mas foi deletado quando uma blogueira revelou a identidade de um dos seus criadores.

Enquanto isso…na revista Piauí

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*Se for para falar/fofocar sobre gente famosa, sugiro a leitura de “Leve, Alegre e Triste”, matéria de John Lahr  publicada na revista Piauí, contendo a segunda parte do diário do crítico inglês Kenneth Tynan (a primeira metade saiu na Piauí de outubro e também está disponível no site). Mesmo sem ter nenhum conhecimento prévio sobre o autor, achei o texto delicioso: ele revela não só a personalidade fascinante de Tynan, como as histórias bizarras e picantes de algumas das maiores celebridades de Hollywood do século 20, como Elizabeth Taylor, Richard Burton, Marlon Brandon, Gore Vidal e Noel Coward, entre outros.

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Acima, Kenneth Lynan (travestido de mulher,) e a esposa Kathleen

*A arquitetura carioca recebe homenagem de Danuza Leão e Fernando Serapião, na matéria “Morar à beira-mar”. Lindas aquarelas e relatos curiosos traçam o perfil da cidade.

* “Foco Distanciado”, de Dorrit Harazim, me fez ter vontade de conhecer a obra incômoda da cineasta e documentarista Maria Augusta Ramos, autora de “Justiça” de 2004 e de “Em Juízo” que deve estrear em março de 2008.

*Paro por aqui: como sempre, sobrou revista e faltou feriado. Quem sabe eu consiga terminar a Piauí no final de semana…Mas ainda quero ler a revista Dobras, há dias que não toco na “Trilogia de Nova York” do Auster, e pensei em começar um livro do Jonathan Safran Foer…

*E você? Quer dar umas dicas dica do que anda lendo? Deixe aí nos comentários!

prato do dia

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“Se você é fã das estampas exclusivas de Adriana Barra e ainda por cima aprecia uma boa culinária, não pode ficar de fora dessa… Os restaurantes mais badalados de São Paulo criaram pratos em homenagem a estilista, considerada um dos maiores talentos da moda brasileira. E toda vez que você escolher um deles – feitos com dicas da própria homenageada – vai poder levar para casa um belíssimo prato de cerâmica da Oxford, estampado pela própria Adriana. A ação começa esta semana e é por tempo limitadíssimo. Os lugares participantes são os bistrôs Lê Poeme, ICI e Boa, e os bares Santo Antonio e Bar da Rua. Imperdível!”  Sugestão da Marise Lemos – Helena Augusta Assessoria  de Comunicação

Achei o prato lindo e fiquei curiosa para saber se as sugestões culinárias da Adriana Barra são tão exóticas e variadas quanto as suas estampas! Me deu uma fome…rsrsrs!