Tem mais “repolhinhos” para a nossa coleção!
Ellus
Triton
Uma
[fotos: Charles Naseh/Chic e Silvia Boriello/EP]
Sempre à procura de um novo viés
O que é novo, inusitado, inédito, sempre causa estranheza, encantamento ou rejeição. Tem sido assim desde sempre, graças à mistura de medo e curiosidade que as invenções despertam.
Selecionei algumas “loucurinhas” avistadas no SPFW até agora. Mas como a lista deve crescer nos próximos dias, vou continuar atualizando a série.
Corpete de plástico holográfico, da Osklen. O efeito é lindo, mas não deve ser lá muito prático.
Homem de saia nem é algo tão inédito assim. Os gregos vestiam túnicas, os escoceses usam o kilt até hoje. Será que agora, finalmente, a moda pega? Bem que poderia, já que o look é confortável e arejado, bem adequado ao nosso clima tropical.
O paletó com short (aqui, em versão da V.Rom) é outro look polêmico que se vê muito na passarela e mas não na vida real. Será que um dia os executivos vão botar as pernocas de fora?
Do Estilista: burka fashion ou uma daquelas capinhas de liquidificador? Essa roupa é só para o desfile mesmo. Ou alguém se habilita?
Fause Haten fez um bom desfile ontem, apesar dos problemas com o recente rompimento da sociedade com o grupo IM (Identidade Moda). Por conta do imbroglio comercial, o estilista lançou a coleção sob a marca FH e não sob aquela que leva seu nome. Apostou na moda noite, território que domina, e conseguiu um bom resultado, entre o glamour clássico e a modernidade. Faltou à apresentação, no entanto, uma edição mais enxuta.
O final do desfile foi comovente. Ao entrar na passarela, Fause Haten foi muito aplaudido, sob uma chuva de rosas atiradas por pessoas da platéia, em sinal de reconhecimento e estímulo.
[fotos: Silvia Boriello/EP]
Como já contei aqui, ontem à noite fui a um jantar e não assisti aos dois últimos desfiles.
Hoje, logo cedo, fui “fazer a lição de casa”: ler as críticas na internet. Comecei a me informar sobre o desfile de Marcelo Sommer e sua marca Do Estilista. As palavras-chaves usadas para descrever a coleção eram “Fetiche”, “Fantasia”, “Conceito”, e eu fiquei com a impressão de algo radical havia acontecido ali. Mas ao checar as imagens fiquei confusa porque, salvo algumas exceções, elas me pareceram bastante acessíveis, comerciais até.
Noiva, enfermeira, marinheira, pirata, palhaço? Escolha um fetiche para chamar de seu.
Essa turma, acima, é bem comportada, não?
Já esta outra radicaliza: Burka, Eva, Palhaço e Esqueleto (ou será Exu?)
Lembra do desfile da Louis Vuitton (foto abaixo), que trazia enfermeiras inspiradas na obra de Richard Prince?
Graduate Nurse, acima, faz parte da série “Nurses” de Richard Prince, inspirada nas capas das novelas baratas, vendidas nas bancas de jornais, também chamadas de pulp fiction.
Hoje, nos corredores da Bienal, encontrei com Alessandra Berriel, uma das modelos mais interessantes e bem sucedidas dos anos 90. Isso me fez lembrar de uma polaroid, praticamente inédita, feita para uma instalação de moda numa casa noturna.
Publico-a aqui como uma singela homenagem ao centenário da imigração japonesa.
Foto: Cristiano
Cabelo e maquiagem: Carlos Carrasco
Modelo: Alessandra Berriel
Concepção e styling: Biti Averbach
Esta foto foi exposta em um perfectoscópio, um aparelho ótico do começo do século 20, que criava a ilusão de profundidade, uma espécie de efeito 3D pré-histórico. O tal perfectoscópio foi cedido por Fernando Sommer.
Durante a temporada de desfiles, nada mais normal do que se deparar com mil divergências de opinião. Fashionista que se preze tem sempre uma crítica na ponta da língua. Um diz que adorou o look sexy da Forum de Tufi Duek; outro, que prefere a moda lúdica de Marcelo Sommer; e assim vai, na multiplicidade de vozes da Babel Fashion.
Mas algo com que todos devem concordar é que a decoração da Bienal, nesta edição, é das mais bonitas da história do evento!
Grande parte desse mérito é do Estúdio Árvore –dirigido por Rogério Hideki e Vitor Santos– que agora assina toda a comunicação visual do São Paulo Fashion Week.
A pedido de Daniela Thomas, cenógrafa do evento, o Estúdio Árvore desenhou mais de 400 m² de ilustrações com inspiração nipônica. O trabalho, desenvolvido em três meses, resultou em 18 imagens que se espalham pelos painéis de papelão do prédio da Bienal. O efeito é deslumbrante!
“Misturamos a estética clássica das gravuras e pinturas japonesas (Angá/Hokussai e sumiês), com a modernidade de traços inspirados na designer Yuko Shimizu”, diz Rogério Hideki.
Um detalhe curioso: a dupla de designers Rogério Hideki e Vitor Santos, para quem não sabe, foi quem criou a V.Rom, marca vendida há um ano e meio para Alberto Hiar, igualmente dono da Cavalera.
Depois de assistir ao desfile de Tufi Duek, deixei o burburinho da Bienal e rumei para o shopping Morumbi. Os leitores deste blog podem imaginar, porventura, que uma súbita fúria consumista tenha tomado conta do meu ser. Não, nem um pouco. O que aconteceu é que fui seduzida por um convite delicioso, irrecusável: jantar com o estilista Ronaldo Fraga, saboreando um menu criado pela chefe de cozinha Agnes Farkasvolgyi, à partir do tema da coleção, que é o Rio São Francisco.
Chegando lá, conversei com Ronaldo sobre sua fonte de inspiração. Ele abordou a espinhosa questão da transposição do Rio São Francisco –um projeto de irrigação que pretende construir 700 quilômetros de canais até a região semi-árida do Nordeste, mas que segundo os críticos do empreendimento, vai favorecer quase exclusivamente os latifundiários, sem falar na questão do impacto ecológico e ambiental.
Mas o estilista não se restringiu à política, falou também sobre a história, a cultura e a alma ribeirinha, e como tudo isso se traduz na coleção –que vai ser desfilada só no próximo sábado, dia 21 de junho. Ah, assista ao vídeo (exclusivo!) que Ronaldo Fraga conta tudo muito melhor do que eu!
Para ver quem esteve lá, degustando o cardápio sutil e delicado que tinha moqueca com ovas de cuirimatã; gelatina de caipirinha com seviche de tilápia; sopa de curry com leite de coco e polvo; e espaguete com couve crocante, farinha de torresmo e fois gras grelhado, é só clicar AQUI.
A abertura oficial do SPFW aconteceu ontem, na Bienal, com o desfile da marca japonesa mintdesigns, dos estilistas Nao Yagi e Hokuto Katsui.
Dobraduras, misturas de padronagens e lindas perucas de papel criaram um clima de encantamento.
Assista à entrada final e repare na transparência dos materiais. Pena que a qualidade do vídeo (feito com minha câmera digital) não permite ver alguns detalhes como rendas, bordados e texturas, realmente especiais. Para remediar, dá para espiar algums fotos no meu álbum do flickr, aqui!