Gostaria de pedir desculpas aos leitores por não ter publicado, na semana passada, a coluna Tesouros sem Frescura, de Liliane Oraggio. Hoje, nesta última quinta-feira do ano, ela nos oferece um ótimo post sobre as resoluções de ano novo. Fala, Lili!
Qual é a sua utopia?
Janeiro exige que a gente projete o futuro e isso não tem nada a ver com as intermináveis listas de resoluções de final de ano: fazer musculação três vezes por semana, voltar pras aulas de inglês, guardar um dinheirão, cair no colo do príncipe encantado… Segundo o psicanalista Jorge Forbes, fera lacaniana, autor do livro “Você quer o que você deseja?”(ed. Best Seller) todas essas vontades não resistem nem a primeira quinzena do ano, justamente, por que não estão em sintonia com o que realmente se quer, e sim com os muitos padrões externos, em que tentamos nos encaixar para viver um modelo artificial de realização.
“Essa lista é uma forma de manter a sensação de controle, sem o desconforto de se arriscar. Funciona mais como uma proteção para quem não quer viver o novo”, me disse Forbes em uma entrevista feita há alguns anos, quando eu ainda era editora de comportamento da Revista Marie Claire e tentava fazer de maneira diferente a velha reportagem sobre expectativas de réveillon.
A proposta inovadora de Forbes é trocar a obrigação dos abdominais por um vigoroso exercício de utopia. O psicanalista sugere fazer uma lista com 20 desejos, aparentemente, improváveis, sem censura, registrando tudo o que passar pela cabeça. Por que não colher feijões na Sibéria ou fazer um dueto com Nina Simone? Vale tudo, tudo mesmo, desde que tenha a ver com a sua essência. “Na verdade o que conta aqui não é realizar essas coisas literalmente, mas perceber que esses quereres utópicos dão pistas sobre seus desejos mais verdadeiros e é possível caminhar nessa direção”, explica o analista, “com esse treino de utopia as pequenas invenções do cotidiano dão brilho à vida e podemos perceber que todos nós realizamos muito mais do que reconhecemos ter feito. É mais fácil reclamar do que não conquistei do que realizar um desejo e suportar isso, mas se nem você sustenta a sua vontade quem vai sustentar?”. Boa pergunta… E fica o alerta: quem não se reinventa perde o bonde e as botas. Portanto, se quiser me mandar a sua lista de utopias, vai ser a glória tê-la entre os meus tesouros. Agora chega de post que estou indo pra essa balada em que já confirmaram presença Don Quixote, Leonardo da Vinci, Salvador Dali, Lao Tsé e muita gente que pensa grande e longe. Hasta la vista, babe…
Qual é a sua utopia?
Janeiro exige que a gente projete o futuro e isso não tem nada a ver com as intermináveis listas de resoluções de final de ano: fazer musculação três vezes por semana, voltar pras aulas de inglês, guardar um dinheirão, cair no colo do príncipe encantado… Segundo o psicanalista Jorge Forbes, fera lacaniana, autor do livro “Você quer o que você deseja?” (ed. Best Seller) todas essas vontades não resistem nem a primeira quinzena do ano, justamente, por que não estão em sintonia com o que realmente se quer, e sim com os muitos padrões externos, em que tentamos nos encaixar para viver um modelo artificial de realização.
“Essa lista é uma forma de manter a sensação de controle, sem o desconforto de se arriscar. Funciona mais como uma proteção para quem não quer viver o novo”, me disse Forbes em uma entrevista feita há alguns anos, quando eu ainda era editora de comportamento da Revista Marie Claire e tentava fazer de maneira diferente a velha reportagem sobre expectativas de réveillon.
A proposta inovadora de Forbes é trocar a obrigação dos abdominais por um vigoroso exercício de utopia. O psicanalista sugere fazer uma lista com 20 desejos, aparentemente, improváveis, sem censura, registrando tudo o que passar pela cabeça. Por que não colher feijões na Sibéria ou fazer um dueto com Nina Simone? Vale tudo, tudo mesmo, desde que tenha a ver com a sua essência. “Na verdade o que conta aqui não é realizar essas coisas literalmente, mas perceber que esses quereres utópicos dão pistas sobre seus desejos mais verdadeiros e é possível caminhar nessa direção”, explica o analista, “com esse treino de utopia as pequenas invenções do cotidiano dão brilho à vida e podemos perceber que todos nós realizamos muito mais do que reconhecemos ter feito. É mais fácil reclamar do que não conquistei do que realizar um desejo e suportar isso, mas se nem você sustenta a sua vontade quem vai sustentar?”.
Boa pergunta… E fica o alerta: quem não se reinventa perde o bonde e as botas. Portanto, se quiser me mandar a sua lista de utopias, vai ser a glória tê-la entre os meus tesouros. Agora chega de post que estou indo pra essa balada em que já confirmaram presença Don Quixote, Leonardo da Vinci, Salvador Dali, Lao Tsé e muita gente que pensa grande e longe. Hasta la vista, babe…
Por Liliane Oraggio