Sabia que o estilista Jean Paul Gaultier e a modelo Naomi Campbell têm algo em comum, além da carreira fashion? Ambos tentaram, sem sucesso, se lançar como cantores.
Confira Gaultier neste vídeo sen-sa-cio-nal do single “How to do That”, dirigido em 1988 por Jean Baptiste Mondino. Nessa época, Gaultier tentava ganhar notoriedade com seus dotes musicais. O figurino é absurdete, a maquiagem excessiva, e os efeitos toscos, bem característicos da década. Pura diversão!
Apesar de não ter emplacado uma carreira musical, Jean Paul Gaultier criou figurinos para artistas como Marilyn Mason, Kylie Minogue e, claro, Madonna, que vestiu o inesquecível sutiã de cone durante a Blond Ambition Tour, em 1990.
Anna dello Russo, a diretora de moda da Vogue Japão que anda causando no mundinho fashion por conta dos looks “absurdetes” com que se veste — a ponto de aparecer na capa da revista 10 e de participar do desfile da Lanvin para H&M– vai lançar seu primeiro perfume em dezembro. O mimo se chama Beyonde vem num frasco em forma de sapatinho dourado, feito com o mesmo vidro frágil dos enfeites de Natal. Ela explica por que:
I insisted that my entire PERFUME project be the stuff made of DREAMS… EVANESCENT, GLASSY, FRAGILE. For any DREAM to come true,it must be guarded safely, treated with DELICACY, handled with CARE.
A venda será feita a partir do dia 3 de dezembro, exclusivamente através do site Yoox. E o vídeo de divulgação do perfume já está no ar. Nele, a diretora-de-moda-tornada-celebridade aparece rodopiando em seu luxuoso apartamento, como uma espécie de Cinderela fashionista, usando vestidos Emilio Pucci e Roberto Cavalli, adereços de cabeça de Alan Journo, gargantilha e bracelete da Swarovski.
Quanto ao aroma do perfume… nada foi divulgado e parece que isso não interessa muito, afinal. Confira o vídeo a seguir e deixe sua opinião nos comentários.
A mostra, que vai até janeiro de 2011, reúne obras de ilustrador René Gruau (1909-2004), famoso pelas imagens icônicas que criou para Christian Dior, durante 40 anos de parceria. O artista parecia compreender muito bem o espírito da marca, traduzindo-o de modo sublime através de seus traços leves e fluídos. Além de ilustrações originais, a exposição conta com frascos antigos de perfume, revistas, rascunhos e uma seleção de vestidos de Alta Costura da Dior, naturalmente, escolhidos por John Galliano. Além de um look criado especialmente pelo estilista, em homenagem a Gruau.
Vontade de pegar um avião para Londres agora mesmo!
Se isso for mesmo verdade, talvez tenhamos que reformular nosso conceito de bom senso. Ou de trabalho! Quanto à genialidade, essa é sempre inequívoca 😉
Ao editar os desfiles internacionais de primavera-verão 2011, que acabaram de acontecer em Nova York, Londres, Milão e Paris, me deparei com algumas coincidências interessantes, do ponto de vista visual e conceitual. Espia só!
Em alguns casos, a semelhança é tão grande que é o caso de se pensar… Será que as grifes compartilham o mesmo ponto de vista? Ou, no caso dos desfiles do SPFW e do Fashion Rio que precederam os do hemisfério Norte, teria havido cópia? Estaria o Primeiro Mundo olhando tão atentamente para a moda abaixo do Equador? Ou estariam todos meio perdidos, buscando rumos e filtros nos mesmos bureaus de estilo, tipo WGSN? #PairamDúvidas
Há alguns dias li um post da top jornalista Cathy Horyn, do NY Times, que falava sobre a maneira como as revistas estão reagindo à internet. E mais especificamente, sobre a versão impressa do site “i like my style” — uma rede social que permite a qualquer pessoa cadastrada postar fotos sobre seu estilo, compartilhar informações e trocar mensagens sobre moda. Fiquei curiosa para folhear um exemplar e hoje, por acaso, um deles veio parar em minhas mãos.
Achei bem interessante a maneira como o material, totalmente comunitário, foi editado: por semelhanças visuais, estilo, localização geográfica, categoria, relacionamento… Curiosamente, entre os participantes encontrei alguns brasileiros, como a drag Bianca Exótica e o fotógrafo Marcelo Krasilcic.
No slideshare abaixo dá para ter uma boa ideia de como é a publicação.
A marca japonesa de casualwear Uniqlo vai inaugurar uma loja-conceito em Harajuku (região de Tóquio, no Japão) no final deste mês. Detalhe: o espaço vai comercializar apenas camisetas e elas serão adquiridas através de vending machines, como aquelas em que se compra refrigerante ou salgadinhos. Cada t-shirt vem acondicionada num tubo, como você pode ver na imagem acima.
UPDATE: em agosto de 2017, a Uniqlo anunciou a instalação de 10 vending machines em cidades norte americanas como Nova York, Houston e Okland. As máquinas estarão posicionadas em shopping centers e aeroportos, para atender de forma expressa aos consumidores que desejarem comprar camisetas ou casacos leves. O projeto se chama Uniqlo To Go.
Curiosa a reportagem publicada hoje na coluna da Mônica Bergamo, sobre Madame Marie Rucki na 25 de Março. Mostra bem algumas facetas do universo fashion made in Brazil. E me lembrou que tenho ainda algum material para postar, extraído das conferências com ela.
Falando sobre o preço elevado das roupas: “Me disseram que no Brasil as roupas são muito caras. Bom, é preciso dizer que a moda precisa do sonho. Aquela roupa maravilhosa, cujo preço é 3 vêzes o valor do seu salário, custa caro por muitos motivos, pela qualidade, pelo tecido, pelo acabamento. Então você precisa economizar para tê-la.”
“O gosto é uma característica que pode ser desenvolvida, como a inteligência.”
“Não há explicação para a genialidade dos criadores e é isso que é realmente fascinante.”
“As pessoas, quanto mais criativas, mais precisam trabalhar para saciar sua mente.”
“É preciso estudar os ciclos de criação. Nos séculos 18 e 19 há uma evolução dos volumes, dos vestidos retos até aqueles com crinolinas, mas não há uma verdadeira criação. No início do século 20 aparecem Poiret, Chanel e Balenciaga…”
“Com Poiret surgiu o conceito de estilista como conhecemos hoje. Ele era um criador intuitivo, descartou os corseletes da Belle Epoque e inventou a silhueta solta, inspirada no período do Diretório, usando tecidos orientais Chanel, por sua vez, tinha uma expressão oposta a Poiret. Ela democratizou a moda optando pela simplicidade, pelo pretinho básico. Também disseminou o uso do tailleur, concebido como uma versão feminina do terno dos homens. Era um traje pensado para corresponder às novas atividades da mulher, depois da Segunda Guerra Mundial, e levava em conta o espírito da época, como a crescente velocidade e os deslocamentos aéreos. Mas ela não inventou uma roupa.”
“Já Balenciaga foi um inventor. Ele criou, do ponto de vista técnico, o vestido chemisier. Sua roupa tem relação com a arquitetura da época (anos 50), por sua característica abstrata.” Veja foto abaixo.
“Nos anos 50, o jeans é introduzido na moda, graças a filmes com Marlon Brando e James Dean. Perceba que o fenômeno da celebridade influenciando a moda, já estava acontecendo aqui. Nos anos 60 surge a minissaia, uma grande revolução em termos estéticos, em sintonia com o que acontecia na sociedade, como a liberação sexual, a pílula, etc. Nos anos 70, a conseqüência natural é o movimento hippie. Nos anos 80, os japoneses, como Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto, vêm mostrar que roupas despedaçadas podem ter elegância. O trabalho de Kawakubo acompanha o trabalho da coreógrafa Pina Bausch, que vê o mundo de forma explosiva e caótica.” Abaixo, foto do desfile de Kawakubo, outono de 1999.
“Viktor & Rolf usam a moda para se expressar, mas não seguem as regras da criação da moda. São como artistas de circo. Inovar seguindo as regras das vestimentas é muito mais difícil e mais importante. O trabalho deles se insere no terreno da performance artística.”
“A moda é uma deusa muda que se afasta quando nos aproximamos dela.”
Todas as citações são de Marie Rucki, extraídas das conferências feitas no Brasil.
Confira também a entrevista feita com Marie Rucki pela SPFW TV.