Gravatas novas, como antigamente

Gravata da New Gents

Acaba de estrear a New Gents, uma loja online especializada em gravatas com ar retrô, destinadas a cavalheiros atuais. Ou como diz o slogan da marca, “velhos valores embalados por novas atitudes”. Modelo borboleta, longa e estreita, de linho ou xadrez. Escolha a sua e celebre a era da gentileza.

Se rolar uma insegurança na hora de dar o nó, é só seguir o passo-a-passo deste vídeo, que ensina o nó simples, também conhecido como 4 in hand.

Outras dicas de como usar gravata

  • A ponta da gravata deve tocar a cintura da calça
  • O nó da gravata deve ter uma covinha no meio. Bordas viradas para frente demonstram desleixo.
  • Quando feito, o nó deve cobrir o colarinho
  • O tamanho ideal do colarinho é aquele que permite que você enfie o dedo indicador e o médio com facilidade, entre o colarinho e o pescoço.
  • E lembre-se, homens com rostos arredondados devem usar colarinhos pontudos. Quem tem o rosto comprido fica bem com colarinho aberto. Já o cara com pescoço longo deve escolher um colarinho alto.

 

Ícone fashion – Johnny Depp

O ator Johnny Depp foi eleito o ícone de estilo do ano, pelo CFDA (Counsil of Fashion Designers of America). A premiação anual aconteceu na segunda-feira (04.06.2012), em Nova York., e reuniu figuras importantes do meio, entre estilistas, empresários, modelos e celebridades.

Johnny Depp não compareceu ao evento, que é considerado uma espécie de Oscar da moda norte-americana, mas pelas fotos abaixo, clicadas em outros momentos de red carpet, podemos dizer que o prêmio foi justo.

 

Dá para perceber que o ator mantém o estilo pessoal até mesmo nas situações mais formais, quando muitos bonitões sucumbem à insegurança e se enquadram na mesmice do smoking Giorgio Armani. Adoro a maneira como ele usa lenços, penduricalhos, correntes, óculos escuros e o cabelo depenteado… Mas sobretudo, adoro o fato dele ter usado a mesma bota por mais de 10 anos. Especialmente ao pisar no glorioso tapete vermelho.

Curiosidade: em 2011, o prêmio de ‘fashion icon’ do CFDA coube a Lady Gaga, e em 2010, ano em que foi instituído, foi entregue à ex-top model (e eterna diva) Iman.

 

Bill Cunninghan e a moda masculina

Coluna de Bill Cunninghan publicada no NY Times.

O fotógrafo Bill Cunninghan vem registrando a moda nas ruas de Manhantan, diariamente, há décadas, para publicações importantes como os jornais New York Times e Women`s Wear Daily e a revista Times.

Em seu gigantesco registro da moda cotidiana, o fotógrafo inclui ricaços poderosos, esquisitões de todo tipo, e gente comum que ele julga interessante. “Todos nós nos vestimos para Bill”, diz Anna Wintour, diretora da Vogue America, no documentário Bill Cunninghan New York, dirigido por Richard Press e lançado em 2011.

Antes disso, inclusive, sua importância já havia sido reconhecida na França: ele recebeu o título de Officier de l’ordre des Arts e de Lettres do Ministério da Cultura, em 2008.

Na coluna do NYT de 10 de junho, Bill diz que hoje “sem sombra de dúvida o centro das atenções, em termos de vestuário, é a moda masculina”. E relaciona isso ao amadurecimento de uma geração liberada que aceitou o casamento gay e aderiu ao lado lúdico da moda, que é normalmente associado às mulheres. Ele afirma ainda que apesar desse movimento ter um número restrito de adeptos, em 10 anos deverá estar disseminado.

Concordo plenamente. Há tempos sinto que a moda feminina exibe um cansaço que parece vir da repetição dos próprios clichês. Já a masculina, exala energia e renovação, quebrando barreiras e causando desconforto, como é de praxe. Polêmicas à parte, achei o vestido de renda que Marc Jacobs usou no baile do MET muito feio, mas em termos culturais, o acontecimento tem lá sua importância.

Viva a diferença!

 

 

Muito justo para o futuro?

Por 150 anos, o terno foi o traje do homem de negócios que se preza. Mas, e na era dos ambientes de trabalho criativos e do home office, há futuro para o bom e velho costume?

Este foi o ponto de partida para a matéria que escrevi para a Época Negócios deste mês (março de 2011), a convite do diretor da revista, Nelson Blecher. Confira a seguir!

Símbolo de poder, força, sobriedade, elegância e virilidade, o terno é capaz de inspirar confiança e definir o lugar em que o homem se encaixa na sociedade. Padres, médicos, juízes e outras autoridades têm usado vestimentas escuras e camisas brancas para inspirar lisura e impor respeito há pelo menos 150 anos. Durante muito tempo, pouca coisa mudou na estrutura da roupa de trabalho masculina, composta por paletó, colete e calça, feitos do mesmo tecido. Aliás, é bom lembrar que a palavra “terno” refere-se a este trio; quando não há colete, a palavra correta é costume. Desde a revolução industrial, nos séculos 18 e 19, até os anos 80, no apogeu da cultura yuppie, era impensável que empresários importantes recebessem clientes em mangas de camisa.

Não há dúvida de que a mudança da cultura corporativa que vem acontecendo nas últimas três décadas – que tem como tônica valorizar a inovação e a informalidade em oposição à tradição e ao formalismo – abriu espaço para um novo código de vestuário. A uniformidade dos ternos sóbrios tem perdido espaço para visuais mais lúdicos e criativos. Em certa medida, pode-se dizer que essa possibilidade de personalização por meio do vestuário sinaliza o triunfo do indivíduo sobre a corporação. Isso vai ao encontro das vivências da Geração Y, que… (Quer continuar lendo? Compre a revista na banca mais próxima ou acesse o site da revista ).

CONTEÚDO EXTRA – EXCLUSIVO

Leia, abaixo, a entrevista com Paolo Ferrarini, consultor sênior que trabalha com estéticas emergentes e comportamentos digitais, e conduz projetos de pesquisas em áreas como moda, tecnologia, comunicação e varejo, no Future Concept Lab, em Milão, na Itália.

Como a chegada das novas gerações ao poder irá influenciar o traje corporativo? Haverá espaço para mudanças radicais nos próximos 10 ou 15 anos? A formalidade será abrandada, ou mesmo substituída por outros valores?

Paolo Ferrarini: Não haverão mudanças radicais, mas sim um trabalho cada vez mais intenso nos detalhes de confecção e suas particularidades de estilos. Um bom exemplo, que já podemos ver hoje, está no estilo presente em revistas cult para os globetrotters, como a Monocle. Não estamos diante de códigos uniformes e internacionais, mas altamente pessoais, que tendem a uma roupa única, personalizada!

Pode-se dizer que alguns itens, como a gravata e a camisa social, estão com os dias contados?

PF: Absolutamente não. Estas serão as maiores áreas de experimentação e busca de personalização.

A ascensão das mulheres aos altos cargos corporativos levou-as a copiar o traje masculino, adotando ternos e tailleurs como vestimenta no trabalho. Existirá espaço, no futuro, para uma feminização dos trajes? Ou a feminilidade ainda tende a ser vista como antagônica ao profissionalismo?

PF: A fusão dos gêneros ainda não aconteceu totalmente e não acontecerá no futuro próximo: o cuidado e a atenção que dispensamos ao nosso corpo é semelhante para o homem e a mulher, mas está levando a acentuar as nossas singularidades. O mesmo acontecerá nas roupas de trabalho: as diferenças de gênero serão elementos de distinção e irão sublinhar os respectivos pontos de força. Estamos agora muito distantes da working girl dos anos 80, que procurava imitar o homem para reinvidicar o seu papel social. Mas ainda estamos distantes do metrosexual, de um homem que quer a todo custo mostrar-se doce e sensível.