Roberto Stelzer é um artista que transita entre a fotografia, a manufatura de brinquedos e a gravura, entre outras atividades. Confira, abaixo, duas obras que fazem parte da exposição Robografia, em cartaz na Galeria Mezanino.
Sempre à procura de um novo viés
A querida jornalista Rebeca Moraes gentilmente me indicou a leitura de um texto publicado no jornal Valor Econômico, traduzido do Financial Times. Trata-se de uma reflexão sobre a expertise dos editores de moda face à democratização da moda nas redes sociais. Em outras palavras, o texto escrito por Vanessa Friedman explica a diferença entre os profissionais que criam imagens fashion e as blogueiras-it-girl. Clique aqui para ler.
O que acontece quando se junta um chapeleiro maluco genial, como Philip Treacy, e um fotógrafo que domina a tecnologia e a inovação, como Nick Knight? Confira no sensacional vídeo Hatstand, que tem a modelo Grace Bol como protagonista.
O BOOK DO DIA é “História da Moda” de Marco Sabino, 415 págs. com fotos coloridas, editora Campus – Elsevier, à venda por R$ 150 no site da Livraria Cultura.
Marco Sabino é médico de formação, designer de acessórios por convicção e estudioso de moda por devoção. Neste volume, elaborado durante 2 anos de dedicação e pesquisa, o autor conduz os leitores pela história da moda, da pré-história até o século 20. E o faz com um texto fluente, rico de informações e sem afetação.
Logo na introdução do livro, disseca a necessidade humana de modificar a própria aparência –através de vestimentas, tatuagens, pinturas e adornos, entre outros recursos– para ostentar poder, seduzir, ou por simples prazer estético.
Confira algumas páginas do livro.
Já parou para pensar na similaridade entre uma concha do mar e o formato do ouvido humano? Ou em como os alvéolos do seu pulmão são parecidos com as ramificações de uma árvore? Já imaginou se uma fórmula matemática pudesse explicar o formato das nuvens ou a imprevisibilidade do clima?
A geometria fractal do matemático francês Benoit Mandelbrot, divulgada nos anos 70 e 80, explica isso. Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original. Diz-se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente autossimilares e independem de escala. Como nesta imagem de brócolis.
Entenda melhor a Teoria do Caos e dos Fractais neste vídeo:
O BOOK DO DIA é uma nova seção que acaba de nascer aqui no MSF e pretende ser um pequeno antídoto contra a monotonia e a mediocridade do mundo fashion.
Assim, o primeiro BOOK DO DIA é “Glamour”de Diana Vreeland, com prefácio de Marc Jacobs, editora Cosac Naify. E por um motivo muito simples: Vreeland inventou para si mesma a profissão de editora de moda.
Ela dizia coisas maravilhosas como: “Não há nada mais aborrecido do que o narcisismo –a tragédia de ser apenas…eu. Qualquer um de nós é capaz disso.”
Em uma ocasião, nos anos 70, Vreeland e o fotógrafo David Bailey iam fotografar um enorme diamante Winston (ela era louca por eles, dizia que sentia verdadeiro amor pelas pedras) para a revista Vogue. Mas apesar de terem uma ótima modelo de mão (sim, existem modelos especializadas nisso), a foto não estava impactante, para o padrões de Vreeland. Então ela pensou: “…em nenhuma parte do mundo há um veio de qualquer pedra preciosa que não tenha a ver com negros. E eles ficam maravilhosos com joias… Então tive uma ideia: não a de usar uma mão negra, mas de pintar a mão branca que tínhamos –algo totalmente artificial– com tinta preta. O fato de a imagem ser absolutamente artificial fez toda a diferença.
Aqui você confere o resultado.
Confira o making of do desfile Alexander McQueen, Spring Summer 2013. Repare no trabalho meticuloso das casas-de-abelha, nos chapéus com vazados de favo, nos bordados cor de mel.
#das_poucas_coisas_que_tem_me_emocionado_na_moda
Adorável é a palavra para descrever este vídeo da Dior, que mostra a confecção das bonecas de pano que vão enfeitar a vitrine da marca neste Natal, na Printemps em Paris.
UPDATE: o vídeo citado acima não está mais disponível, mas encontrei um que mostra a vitrine da Printemps com as bonecas.
Isso sem falar na série Lady Dior Web Documentary, episódios 1 a 4, que não é bem documentário, mas tem cenas que mostram o ateliê da maison, a deslumbrante Marion Cotillard e, por último, uma animação deliciosa, com direito a música cantada por ela. Aconselho a ver a série toda, em sequência.
Litographs é o nome do projeto artístico de Danny Fein, que cria posters inspirados em clássicos da literatura, como Moby Dick de Herman Melville, A Odisséia de Homero ou Frankenstein de Mary Shelley. Isso não seria surpreendente, não fosse o fato das imagens serem compostas pelo próprio texto da obra, perfeitamente legível e na maior parte das vezes, completo.
Em um mundo em que se lê cada vez menos –uma pesquisa do Instituto Pró-Livro realizada em 2008 afirma que o brasileiro lê, em média, 1,3 livro por ano– um projeto assim merece ser comemorado. E divulgado! Até porque, a cada litografia vendida, um livro é doado a uma comunidade carente.
(via brain pickings)