Na última sexta-feira, 25/03/2011, o twitter de Marc Jacobs enlouqueceu. Mensagens em tom de desabafo criticavam o sócio e CEO da marca, Robert Duffy, chamando-o de tirano. É óbvio que segundos depois a notícia se espalhou, com fashionistas do mundo todo comentando o caso. Alguns sites brasileiros noticiaram, inclusive, que a conta do twitter teria sido invadida por um ex-funcionário, mas não foi o que aconteceu.
Para entender melhor toda a história, é preciso retrocoder até o ano passado, época em Duffy ainda assumia pessoalmente a postagem do twitter de Marc Jacobs. E expunha detalhes por vêzes constrangedores, como o fato de, a poucos dias do ínicio da semana de moda de Nova York, ainda não ter definido alguns aspectos do desfile.
Depois disso, houve uma seleção de candidatos para o posto de tuiteiro oficial, mas parece que nenhum dos 50 entrevistados agradou o executivo. Por isso, um estagiário da empresa foi designado para a função. Depois de assumir a indesejada função e aguentar sabe-se lá que tipo da pressão e cobrança, o rapaz resolveu soltar o verbo e apertar a tecla Tweet!
Apesar do caso ser divertido para quem estava assistindo ao bafafá na arquibancada da internet, a indiscrição do rapaz sinaliza a relativa (des)importância que os executivos dão às ferramentas das redes sociais. Como esse tipo de comunicação é recente e aparentemente simples, é muito comum que dirigentes de empresas deleguem a tarefa a “qualquer um”, esquecendo que a ferramenta agrega milhares de seguidores, capazes de multiplicar uma notícia em instantes. Como diria aquela personagem de novela: Twitter não é brinquedo, não!
Adorei a simplicidade e o aspecto lúdico dos anéis da Betty+Cash, marca da designer australiana Jessica McMullen. Feitos de prata, eles custam 125 dólares cada, mais 25 dólares pelo envio.
Eu sou mega fã do TED, evento que reúne mentes criativas para espalhar novas ideias e gerar ações que ajudem a transformar o mundo de forma positiva. O formato é bastante simples e eficaz, através de palestras com duração de, no máximo, 18 minutos, que acontecem em vários lugares do mundo e depois são disponibilizadas na internet.
Já falei sobre isso em alguns posts: aqui, quando soube que teria a honra de participar doTEDx São Paulo, ali ao citar uma palestra sobre a virtude das cópias da moda, por exemplo. Mas ainda não tinha comentado nada sobre o TEDx Amazônia, que aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro de 2010, em Manaus.
Muitas das apresentações já estão disponíveis no site do evento. Ainda não assisti a todas, mas queria recomendar a de João Felipe Scarpellini, que aos 13 anos, redigiu seu primeiro projeto social, foi esnobado por cerca de 100 entidades envolvidas em projetos ligados à juventude, virou o jogo e hoje, aos 24, acumula a experiência de ter participado de mais de 400 projetos, em 42 países.
Outras sugestões de palestras: Regina Casé sobre a produção cultural da periferia; e Guti Fraga sobre o projeto de arte Nós do Morro, ambos participantes da TEDx São Paulo
Designers gráficos e bebedores de cerveja vão gostar do blog Oh Beautiful Beer que seleciona os melhores rótulos, embalagens e tampinhas da bebida mais consumida no Brasil.
A Angry Angel, da marca norte-americana Big Boss, é um bom exemplo.
Destaque também para os rótulos nervosos da Flying Dog criados pelo genial ilustrador Ralph Steadman. Para quem não conhece, o cara foi parceiro do jornalista gonzo Hunter S. Thompson em livros como Medo e Delírio em Las Vegas, publicado no Brasil em 2007, e The Curse of Lono. Vale a pena vasculhar livrarias e sebos para encontrar
Belíssima e inspiradora, como sempre, Costanza Pascolato foi fotografada por Scott Schuman, o Sartorialist. A foto tem uma luz muito bonita, e nossa fashionista aparece radiante.
Está aberta a temporada de festejos em torno do japonês Yohji Yamamoto –um dos meus estilistas favoritos de todos os tempos.
O designer é tema de 3 exposições em Londres: uma grande retrospectiva no museu Victoria & Albert, que cobre os 30 anos de carreira exibindo 60 roupas, vídeos e depoimentos de colaboradores como Nick Knight e Win Wenders, entre outros.
E duas outras na galeria Wapping Project, com foco na questão imagética e na colaboração de Yamamoto com Paolo Roversi, Peter Lindberg, Inez van Lamsweerde e Craig McDean.
Além disso, Yamamoto completa 10 anos de parceria com a Adidas –para quem desenha a marca esportiva Y-3– e comemora com o documentário, “Yohji Yamamoto: This is My Dream”, dirigido por Theo Stanley. Confira cenas do filme e uma entrevista do estilista no site Nowness.
“Eu não estou interessado na moda, em geral, mas sim no corte das roupas”, diz Yamamoto.
Quem não puder conferir essas atrações in loco tem a opção de assistir em DVD ao filme de Win Wenders, “Notebook on cities and clothes”, ou “Identidade de nós mesmos” na versão brasileira.
Por 150 anos, o terno foi o traje do homem de negócios que se preza. Mas, e na era dos ambientes de trabalho criativos e do home office, há futuro para o bom e velho costume?
Este foi o ponto de partida para a matéria que escrevi para a Época Negócios deste mês (março de 2011), a convite do diretor da revista, Nelson Blecher. Confira a seguir!
Símbolo de poder, força, sobriedade, elegância e virilidade, o terno é capaz de inspirar confiança e definir o lugar em que o homem se encaixa na sociedade. Padres, médicos, juízes e outras autoridades têm usado vestimentas escuras e camisas brancas para inspirar lisura e impor respeito há pelo menos 150 anos. Durante muito tempo, pouca coisa mudou na estrutura da roupa de trabalho masculina, composta por paletó, colete e calça, feitos do mesmo tecido. Aliás, é bom lembrar que a palavra “terno” refere-se a este trio; quando não há colete, a palavra correta é costume. Desde a revolução industrial, nos séculos 18 e 19, até os anos 80, no apogeu da cultura yuppie, era impensável que empresários importantes recebessem clientes em mangas de camisa.
Não há dúvida de que a mudança da cultura corporativa que vem acontecendo nas últimas três décadas – que tem como tônica valorizar a inovação e a informalidade em oposição à tradição e ao formalismo – abriu espaço para um novo código de vestuário. A uniformidade dos ternos sóbrios tem perdido espaço para visuais mais lúdicos e criativos. Em certa medida, pode-se dizer que essa possibilidade de personalização por meio do vestuário sinaliza o triunfo do indivíduo sobre a corporação. Isso vai ao encontro das vivências da Geração Y, que… (Quer continuar lendo? Compre a revista na banca mais próxima ou acesse o site da revista ).
CONTEÚDO EXTRA – EXCLUSIVO
Leia, abaixo, a entrevista com Paolo Ferrarini, consultor sênior que trabalha com estéticas emergentes e comportamentos digitais, e conduz projetos de pesquisas em áreas como moda, tecnologia, comunicação e varejo, no Future Concept Lab, em Milão, na Itália.
Como a chegada das novas gerações ao poder irá influenciar o traje corporativo? Haverá espaço para mudanças radicais nos próximos 10 ou 15 anos? A formalidade será abrandada, ou mesmo substituída por outros valores?
Paolo Ferrarini: Não haverão mudanças radicais, mas sim um trabalho cada vez mais intenso nos detalhes de confecção e suas particularidades de estilos. Um bom exemplo, que já podemos ver hoje, está no estilo presente em revistas cult para os globetrotters, como a Monocle. Não estamos diante de códigos uniformes e internacionais, mas altamente pessoais, que tendem a uma roupa única, personalizada!
Pode-se dizer que alguns itens, como a gravata e a camisa social, estão com os dias contados?
PF: Absolutamente não. Estas serão as maiores áreas de experimentação e busca de personalização.
A ascensão das mulheres aos altos cargos corporativos levou-as a copiar o traje masculino, adotando ternos e tailleurs como vestimenta no trabalho. Existirá espaço, no futuro, para uma feminização dos trajes? Ou a feminilidade ainda tende a ser vista como antagônica ao profissionalismo?
PF: A fusão dos gêneros ainda não aconteceu totalmente e não acontecerá no futuro próximo: o cuidado e a atenção que dispensamos ao nosso corpo é semelhante para o homem e a mulher, mas está levando a acentuar as nossas singularidades. O mesmo acontecerá nas roupas de trabalho: as diferenças de gênero serão elementos de distinção e irão sublinhar os respectivos pontos de força. Estamos agora muito distantes da working girl dos anos 80, que procurava imitar o homem para reinvidicar o seu papel social. Mas ainda estamos distantes do metrosexual, de um homem que quer a todo custo mostrar-se doce e sensível.