Em 2008, quando rolou aquele barraco com o grupo I’M (Identidade Moda) e as marcas Fause Haten, Zoomp, Cumplice e Alexandre Herchcovitch, eu comentei aqui que muitos fashionistas só ficaram sabendo do que havia acontecido através das colunas sociais, pois não tinham o hábito de ler os cadernos de economia dos jornais e revistas.
De lá pra cá, o mercado de moda amadureceu um pouco. Ou, pelo menos, adquiriu consciência da sua imaturidade ao perceber que o paraíso prometido pelos grupos investidores não era ficava logo ali, à distância de um contrato assinado.
Grande parte das pessoas, por sua vez, continua magicamente seduzida pelo caráter frívolo da moda, feito de hypes momentâneos, desfiles estratosféricos e “it girls”. E embora esses elementos glamourosos façam parte do mundinho fashion, não se pode resumí-lo a isso. Antes de tudo, a moda é uma indústria poderosa que movimenta uma quantidade enorme de dinheiro e requer estratégias cada vez mais elaboradas de sobrevivência.
Toda essa introdução foi só para dizer que neste mês de agosto, a revista Época Negócios traz um texto excelente sobre a grife italiana Ermenegildo Zegna. A matéria, escrita por Nelson Blecher –jornalista experiente, dotado de um estilo primoroso que dá gosto de ler–, mostra como este ícone da moda masculina de luxo conseguiu manter o capital nas mãos da família e se globalizar, ao longo de 100 anos.
Não direi mais nada. Vá até a banca mais próxima, compre a revista Época Negócios e leia a matéria “Centenária, Global e Familiar”. Depois a gente conversa.