Resultado do concurso cultural “Ler sobre moda é fashion porque…”

Foi um sucesso o concurso cultural da Bookman Editora (@BookmanEditora) e do Moda Sem Frescura (@modasemfrescura), tivemos muitos concorrentes, muitos retuites, muitas frases criativas.

Gostaria de agradecer a todos os que participaram, de forma direta  ou indireta. Não foi nada fácil fazer a seleção final e escolher uma única frase, pois várias eram ótimas. Mas eu só podia eleger uma, né…

Então vamos ao que todos estão esperando. A frase ganhadora é:

“Ler sobre moda é fashion porque permite vestir história, calçar conhecimento e usar conceitos para modelar nossas atitudes.” @EricoGondim

O autor já foi avisado por Direct Message, via Twitter. E deve entrar em contato, via DM, fornecendo seu email de contato, para que a Bookman Editora possa enviar o prêmio:

– Fundamentos de Design de Moda, de Sorger e Udale
– Fundamentos de Design de Moda: Pesquisa e Design, de Seivewright
– Fundamentos de Design de Moda: Tecidos e Moda, de Udale

Se você não ganhou, fique de olho aqui no blog e no twitter (@modasemfrescura) porque uma outra promoção começa hoje! Até já!

vale quanto pesa?

E por falar em distúrbios alimentares, li um depoimento bem impactante sobre o assunto no blog Sinapses de Claudia Belfort. O blog tem como objetivo diminuir os estigmas sobre transtornos psiquiátricos, e por isso, criou no início deste ano uma seção chamada Vozes.

Lá, qualquer pessoa que seja portadora de distúrbio mental, pode compartilhar experiências, “falar sobre seus temores e desejos,  ajudar outras pessoas na compreensão do problema, mostrar como vivem (bem ou mal) os que têm e escondem sua doença, assim como os que as revelam.”

Leia um trecho do relato de Viviane (nome fictício), no post “Meu valor não está no meu peso”:

“No auge do TCAP (transtorno da compulsão alimentar periódica), seguia um limite de calorias e uma alimentação impecável perto de outras pessoas. Após o trabalho, comprava guloseimas (salgadinhos, chocolates, biscoitos recheados, etc.), entrava no carro e, no trajeto até em casa, mastigava até ficar com dor no maxilar. Comia 3000 calorias em uma hora. Tinha falta de ar se não seguisse esse ritual. Então, descartava as embalagens, entrava em casa e jantava normalmente com minha família, mas sofria com uma angústia cortante, uma sensação de impotência, nojo, vergonha, humilhação, fracasso, desespero e aflição. Ia dormir chorando quase todas as noites.”

Se você conhece alguém que está passando por um problema parecido, insista para que ela peça ajuda. A franqueza e o apoio da família e doas amigos é essencial para sair dessa.

sobre as mulheres gravetos

Na correria desta “semana week de moda fashion” só ontem à noite consegui ler a matéria sobre a magreza excessiva das modelos, escrita por Alcino Leite Neto e por Vivian Whiteman, na Folha de São Paulo.

Para quem não leu, seguem alguns trechos do artigo.

De tão magras, modelos chegam a andar com dificuldade

Por ALCINO LEITE NETO e VIVIAN WHITEMAN, da Folha de S.Paulo

“Chegou a um nível irresponsável e escandaloso a magreza das modelos nas semanas brasileiras de moda. As garotas, muitas delas recém-chegadas à adolescência, exibem verdadeiros gravetos como pernas e, no lugar dos braços, carregam espécies de varetas desconjuntadas. De tão descarnadas e enfraquecidas, algumas chegam a se locomover com dificuldade quando têm que erguer na passarela os sapatos pesados de certas coleções.” (…)

“Uma rede de hipocrisia se espalhou há anos na moda, girando viciosamente, sem parar: os agentes de modelos dizem que os estilistas preferem as moças mais magras, ao passo que os estilistas justificam que as agências só dispõem de meninas esqueléticas. Em uníssono, afirmam que eles estão apenas seguindo os parâmetros de beleza determinados pelo “mercado” internacional –indo todos se deitar, aliviados e sem culpa, com os dividendos debaixo do travesseiro.” (…)

“Enquanto isso, as garotas emagrecem mais um pouco, mais ainda, submetidas também a uma pressão psicológica descomunal para manterem, em pleno desenvolvimento juvenil, as características de um cabide. Um emaranhado de ignorâncias, covardias e mentiras vai sendo, assim, tecido pelo meio da moda, inclusive pelos estilistas mais esclarecidos, que não pesam as consequências do drama (alheio) no momento em que exibem, narcisicamente, suas criações nas passarelas.” (…)

“O filósofo italiano Giorgio Agamben escreveu que as modelos são ‘as vítimas sacrificiais de um deus sem rosto’. É hora de interromper esse ritual sinistro. É hora de parar com essas mistificações da moda, que prega futuros ecológicos, convivências fraternais e fantasias de glamour, enquanto exibe nas passarelas verdadeiros flagelos humanos.”

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Eu tiro o chapéu, mais uma vez, para o Alcino. Já era hora de alguém falar, com todas as letras, que a responsabilidade é de todos os envolvidos e não pode ser eternamente varrida para debaixo do tapete.

Hoje, a Folha publicou uma nota dizendo que Paulo Borges: “está encaminhando uma carta às maiores semanas de moda do mundo, bem como aos principais editores e fotógrafos internacionais, alertando sobre a magreza atual das modelos.A carta foi elaborada logo após o Fashion Rio. ‘No evento, percebemos que as modelos estavam mais magras”, diz Borges. “Sentimos então a necessidade de fazer essa carta, porque o problema é mundial.’

A matéria continua:

A SPFW realiza desde 2007 uma campanha de esclarecimento com as modelos a respeito de distúrbios alimentares. O evento também faz um controle sistemático das modelos que participam dos desfiles. Elas devem fornecer à organização atestado de saúde, documentação de trabalho e autorização judicial, se forem menores de idade. “Fomos pioneiros em tomar uma atitude sobre isso, como também em incluir sistematicamente os afrodescendentes nos desfiles”, conta.Borges diz que, nesta edição da SPFW, duas modelos já foram impedidas de participar dos desfiles porque eram menores de idade e não tinham autorização judicial. “Fazemos o controle, mas não a seleção das modelos que participam. Isso compete às grifes, aos estilistas. Não somos coniventes com as escolhas feitas por eles, mas a escolha não está em nossas mãos.” (ALCINO LEITE NETO)

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É inquientante perceber que, mesmo com as iniciativas que já foram tomadas, aqui no Brasil, a magreza excessiva ainda prevaleça como padrão estético dominante.

De alguns meses para cá, temos visto alguns bons exemplos, na mídia impressa internacional,  de quebra desses padrões estéticos, como o caso de Beth Ditto na capa da Love, a V Magazine com seu editorial “plus size” e a carta de intenções publicada pela revista Glamour, se comprometendo a fotografar mulheres de todos os tipos físicos, em todas as suas edições. Mas, até agora, a “tendência” não pegou por aqui.

E se pegar, tenho receio de que o assunto acabe virando o “bom mocismo” da hora, com iniciativas de último momento, sem consistência ou compromisso sério. Pelo bem de nossas meninas/modelos, esperemos que não.

wallpaper

Zeca Gutierres, editor da revista online onSPEED, fez um post muito fofo sobre os desenhos que aparecem decorando as paredes da Bienal, neste SPFW. Ele descobriu vários ícones da moda, estampados ali, inclusive eu! Hahahaha!

Espia lá na onSPEED, quem mais ele encontrou!

outro viés

Adorei a entrevista do Vitor Angelo com o Nelson Leirner, hoje, na Folha de São Paulo. Desde sempre gosto dessa ideia de convidar outsiders para comentar assuntos alheios ao seu universo habitual. Neste caso, um grande nome das artes plásticas “olhando” para os desfiles de moda. Nada como uma uma visão “fora do quadrado” para iluminar novos ângulos, coisas que passam batido por quem é do meio e está com o olhar viciado.

Para aqueles que não tem acesso ao jornal, reproduzo aqui.

“Osklen pensa no show; Maria Bonita, na pessoa”, diz Leirner

VITOR ANGELO  – COLUNISTA DA FOLHA

Um dos principais artistas plásticos brasileiros, Nelson Leirner, 78, faz amanhã, às 10h30, no auditório Museu de Arte Moderna, uma palestra sobre arte e moda. Leirner compareceu duas vezes a desfiles da SPFW. A primeira, para ver a apresentação da Osklen, no domingo. Ontem, para assistir à da Maria Bonita, inspirada na arquiteta Lina Bo Bardi.

Nos anos 60, o artista fundou o Grupo Rex junto com Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros. Eles divulgaram o “happening” no país e propagaram uma atitude irreverente e crítica em relação ao sistema das artes. Procurando sempre novas formas de expressão, Leirner não poderia deixar de incorporar a roupa ao seu arsenal criativo. Criou peças para a Rhodia que estão no Masp, dentro da coleção “roupa de artista”, e desenhou para o Carnaval, nos anos 70, um look batizado de “stripper em cores”, cheio de zíperes que podem ser abertos enquanto a pessoa dança. No ano passado, realizou para o Museu do Vale uma intervenção, “Vestidas de Branco”, só com vestidos de noiva de segunda mão. “Para quem quer fazer uma crítica ao consumismo, a moda é um excelente material”, diz Leirner a seguir.

FOLHA – O que você achou dos desfiles da Osklen e da Maria Bonita?
NELSON LEIRNER – Oskar Metsavaht conseguiu alcançar um status de arte ao transformar a roupa em forma escultórica. O próprio feltro modifica totalmente o corpo em escultura. O volume que você pode adquirir com o feltro é diferente do que com a seda, que é mole, porque ele é rígido e difícil de usar. A Maria Bonita captou a Lina [Bo Bardi] arquiteta, não a Lina ligada à arte popular. Gostei dos geometrismos, dos espaços vazados, das sobreposições, que me lembram [Lucio] Fontana [artista plástico]. Existe o estilista do show e o que pensa na pessoa, como a Daniela [Jensen, estilista da Maria Bonita]

FOLHA – Oskar Metsavaht foi o estilista do show?
LEIRNER – Ele pensa mais no conceito, no show, não na roupa humanizada. Já a Daniela pensa no outro, na pessoa. Não acho nem melhor nem pior.

FOLHA – A moda pode ser arte?
LEIRNER – Desde que Duchamp se apropriou de um mictório e o colocou numa exposição, tudo pode ser arte. A moda é muito relacionada ao consumo. Para quem quer fazer crítica ao consumismo, ela é um excelente material.

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E a palestra de Nelson Leirner acontece no ZigueZague, no MAM de São Paulo, com a curadoria de Cristiane Mesquita. Não sei se ainda existem vagas para as atividades… Tenta lá!

Concurso Cultural “Ler sobre moda é fashion porque…”

Quer mais cultura de moda? Aqui tem!

Em homenagem à época dos lançamentos de moda mais badalados do Brasil, a Bookman Editora (@bookmaneditora), em parceria com o blog Moda sem Frescura (@modasemfrescura), lança um concurso cultural, realizado através do Twitter, para deixar qualquer um super “in” no mundo fashion.

Para participar, basta completar a frase (usando, no máximo 140 caracteres): “Ler sobre moda é fashion porque…”. A melhor resposta – escolhida por mim, portanto caprichem!  – vai ganhar um kit com três livros de moda da Bookman: Fundamentos de Design de Moda, Pesquisa e Design e Tecidos e Moda. Saiba tudo sobre os livros aqui!

Mas antes de digitar, algumas regrinhas básicas:

1. As respostas devem ser enviadas apenas pelo twitter e conter o login da Bookman (@bookmaneditora). Não é preciso colocar o enunciado da frase – é só começar com “Porque…”.

2. Os participantes devem seguir os perfis @bookmaneditora e o @modasemfrescura, no Twitter, para que possamos entrar em contato com o vencedor via Direct Message.

É isso! Corre para fazer sua frase até dia 22/01 e fique antenado nos canais de comunicação do Moda Sem Frecura (blog, Twitter e Facebook) e da Bookman (Twitter e Facebook)! O resultado será divulgado até dia 29/01.

Concurso válido até dia 22/01/2010. Leia, com atenção, o regulamento completo, a seguir!

REGULAMENTO do CONCURSO CULTURAL: Ler sobre moda é fashion porque…

1. CONCURSO CULTURAL “Ler sobre moda é fashion porque…”

1.1. No período de 18/01/2010 a 22/01/2010 será realizado o concurso cultural “Ler sobre moda é fashion porque…” sob o patrocínio da Bookman Editora, um selo da Artmed Editora, pessoa jurídica situada à Rua Jerônimo de Ornellas, n°. 670, Bairro Santana, cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, regularmente inscrita no CNPJ sob nº. 87.133.666/0001-04. A participação é voluntária e gratuita a todas as pessoas físicas interessadas em participar deste Concurso Cultural, cujo caráter é exclusivamente cultural, e que não está, portanto, sujeito a qualquer espécie de cobrança ou à necessidade de desembolso por parte dos participantes, não se sujeitando a quaisquer fatores aleatórios, que envolvam sorte ou pagamento pelos participantes, nem vinculação destes ou dos contemplados à aquisição ou uso de qualquer bem, direito ou serviço, sendo dispensada de autorização, nos termos do artigo 3º, II, da Lei 5.768/71 e artigo 30, do Decreto 70.951/72. 1.3. Para os fins do presente regulamento, serão considerados:

PÁGINA DA BOOKMANEDITORA NO FACEBOOK – endereço do site de internet vinculado ao Concurso Cultural.

TWITTER – microblog por onde podem ser enviadas frases pelos PARTICIPANTES.

BOOKMANEDITORA – patrocinadora do Concurso Cultural.

PARTICIPANTE – todo aquele que enviar mensagens, via TWITTER, para participar do Concurso Cultural.

MODA SEM FRESCURA – blog divulgador do Concurso Cultural e avaliador das frases enviadas.

2. REGRAS DE PARTICIPAÇÃO

2.1. Os interessados em participar do Concurso Cultural deverão ingressar no TWITTER, seguindo o perfil @bookmaneditora e do @modasemfrescura e completar a frase “Ler sobre moda é fashion porque…”.

2.2. A frase deve conter, no máximo, 140 caracteres e deve ser enviada pelo PARTICIPANTE via TWITTER, seguindo o perfil @bookmaneditora e do @modasemfrescura. Para concorrer, é obrigatório seguir os dois perfis e inserir o login da Bookman Editora (@bookmaneditora) na frase.

2.3. As frases deverão ser enviadas até o dia 22 de janeiro de 2010. Após esta data, as frases serão avaliadas pelo MODA SEM FRESCURA. O MODA SEM FRESCURA irá escolher apenas uma frase ganhadora de acordo com os critérios especificados na cláusula 2.5.

2.4. O PARTICIPANTE vencedor será divulgado na PÁGINA DA BOOKMANEDITORA NO FACEBOOK (www.facebook.com/bookmaneditora), no MODA SEM FRESCURA (www.modasemfrescura.com) e no TWITTER da BOOKMANEDITORA até o dia 29/01/2010, salvo motivos de força maior que obriguem a BOOKMANEDITORA a postergar a divulgação do resultado.

2.5. As frases serão avaliadas levando-se em consideração adequação da resposta à pergunta e criatividade do PARTICIPANTE.

2.6. Os PARTICIPANTES autorizam, gratuitamente, o uso de referidas frases, podendo a BOOKMANEDITORA utilizá-las como melhor lhe aprouver, em todas as mídias, digital ou analógica, pelo que os PARTICIPANTES, desde já, e para todos os efeitos legais, concordam na forma do art. 49 da Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98).

2.7. Os PARTICIPANTES assumem total e exclusiva responsabilidade sobre toda e qualquer eventual reivindicação de terceiros que se sintam prejudicados pelo conteúdo postado e pela licença dos direitos de autor, estando esses direitos livres e desembaraçados de todos e quaisquer ônus ou restrições.

2.8. O participante vencedor do Concurso Cultural autoriza desde já a BOOKMANEDITORA a divulgar, sem ônus, seu nome, imagem e texto pelo prazo indeterminado.

3. PRÊMIO

3.1. O PARTICIPANTE que for declarado vencedor do Concurso Cultural de acordo com as condições expostas neste Regulamento será contemplado com três livros da BOOKMANEDITORA:
– Fundamentos de Design de Moda, de Sorger e Udale ISBN: 9788577803552
– Fundamentos de Design de Moda: Pesquisa e Design, de Seivewright ISBN: 9788577805259
– Fundamentos de Design de Moda: Tecidos e Moda, de Udale ISBN: 9788577805242

3.2. O prêmio é individual e intransferível, bem como não poderá ser convertido em dinheiro, nem tampouco trocado por outros itens.

4. ENTREGA DOS PRÊMIOS:

4.1. Os prêmios serão entregues na residência do contemplado, desde que as seguintes informações estejam disponíveis de forma corretas: Nome completo, CPF, Logradouro (rua, avenida, etc.), Bairro, CEP, Cidade, Estado fornecidas por email, no prazo de até 30 (trinta) dias da data da apuração, sem nenhum ônus ao ganhador. O email do vencedor será confirmado através de DM (direct message) via TWITTER.

5. DISPOSIÇÕES FINAIS

5.1. A distribuição dos prêmios é gratuita, não cabendo nenhum ônus aos contemplados.

5.2. A simples participação no presente Concurso Cultural implicará total e integral reconhecimento das condições e aceitação total e deste Regulamento.

5.3. Os participantes declaram que leram, entenderam e aceitam integralmente o teor deste documento.

5.4. O presente Regulamento poderá ser alterado e/ou o Concurso Cultural suspenso ou cancelado, sem aviso prévio, por qualquer motivo imprevisto que esteja fora do controle da BOOKMANEDITORA, e que comprometa o Concurso Cultural de forma a impedir ou modificar substancialmente a condução deste como originalmente previsto.

5.6. Excluem-se da participação no presente Concurso Cultural os funcionários da BOOKMANEDITORA e Artmed Editora e a responsável pelo blog MODA SEM FRESCURA.

Gerador Automático de Críticas de Desfile

Por falar em crítica de desfile, se tem alguém que eu admiro, como jornalista de moda, é a Regina Guerreiro. Este post é dedicado a ela.

Deus salve a Regina!

Eu confesso que quando era mais nova, mais inexperiente e mais arrogante, achava os textos dela muito afetados, com as alfinetadas que pareciam dardos envenenados, cercadas de “uiuiuis” e “queridinhas”, por todos os lados. Aos poucos, fui me dando conta do tamanho da sua expertise, do tanto de talento e coragem que havia ali. Não era preciso concordar com sua opinião para me deleitar com os textos.  Regina Guerreiro construiu uma persona e uma  linguagem inigualáveis.

E nestes tempos bicudos, de mercado em crise e clientes inseguros, passei a admirá-la ainda mais. Com a internet e os blogs, todo mundo passou a ter plataforma de comunicação, mas falta culhão, falta independência para “chutar canelas”, sob pena de perder os jobs escassos e os assentos numerados nas primeiras filas de desfile.  E a imprensa oficial, como todo mundo sabe, sempre teve o rabinho atado a anunciantes e interesses comerciais.

Mais do que nunca, nessa era de overdose visual e confusão conceitual, sinto falta de um olhar afiado, uma ironia fina, um humor mordaz. Do tipo que Regina Guerreiro tem nos proporcionado, há muitos anos.

Quem mais poderia ter escrito, muitas “saisons” atrás, algo que parece tão óbvio e significativo, hoje?

“Talvez seja porque o mundo now exija uma overdose criativa que ninguém agüenta. A moda deveria ser uma conseqüência direta da vida e da evolução do mundo, em termos de necessidades, em termos de desejos. Mas lugar nenhum muda de comportamento a cada seis meses, certo? Aiaiai, nunca a palavrinha “moda” foi tão falada, endeusada, bem agora que está tão frágil, completamente vazia dela mesma. Já embabadaram, já arrancaram os babados, já encompridaram, já encurtaram, já decoraram, já minimalizaram, já “fecharam”, já decotaram, e assim por diante… Não sei quantas vezes na minha vidinha-fashion já li títulos babacas, tipo “a mulher agora está mais feminina”, ou “a moda está mais sexy do que nunca”, etc., etc…. Uiuiui, que tédio. Cadê a emoção? Não acontece. Cadê o look revolucionário de Courrèges? Cadê os tecidos plissados à prova d’água que Miyake inventou? Cadê o luto-fashion que os japoneses impuseram?? Tudo – parece – já passou. Os estilistas agora viraram business-men… Ou, então, será que foram os business-men que viraram estilistas? Claro, existe a turminha da “resistência”, mas – tadinhos – sobreviver é difícil. Fazer o quê? A tal da “moda” se repete, a tal da “moda” enlouquece… “
Regina Guerreiro na Caras, falando da coleção Fall 2007 – 2008 de Jean-Paul Gaultier.

Por isso, em homenagem a ela, apresento o Gerador Automático de Críticas de Desfile a la Regina Guerreiro.

É só clicar no link: http://www.modasemfrescura.com/gerador-de-critica, preencher os campos em branco e ler uma crítica a la Regina Guerreiro, personalizada!  “Vai, queridinha, circulando, circulando!”

Cadê a crítica?

Para quem chegou aqui procurando por críticas dos desfile do Fashion Rio e do SPFW, gostaria de dizer que:

-Acho que já tem gente demais emitindo opiniões sobre o assunto, com os mais variáveis graus de conhecimento e propriedade.

-Prefiro analisar os desfiles com calma a dar uma opinião apressada, só para cumprir uma tarefa. Afinal, mais do que simplesmente ver, é preciso entender a moda. Nestes tempos de fast fashion, vou me dar ao luxo de escolher uma slow  evaluation.  Aguardem análises posteriores!

Vejo cores e grafismos em você

Eles ficaram famosos pelo vídeo da música “Here it goes again”, em que faziam uma coreografia maluca, andando sobre esteiras elétricas, em 2006. Era uma ideia muito simples, com efeito surpreendente.

Agora, para a nova música chamada “WTF?”, o OK GO lança mão de um recurso visual que cria belos grafismos coloridos. Confira a cartela de cores!

OK Go – WTF? from OK Go on Vimeo.

Agora me diga: se este vídeo fosse uma marca internacional, qual seria?

Na minha opinião: Basso&Brooke!

Look de primavera-verão 2010 da grife Basso&Brooke

Foto: Marcio Madeira / Style.com