E por falar em distúrbios alimentares, li um depoimento bem impactante sobre o assunto no blog Sinapses de Claudia Belfort. O blog tem como objetivo diminuir os estigmas sobre transtornos psiquiátricos, e por isso, criou no início deste ano uma seção chamada Vozes.
Lá, qualquer pessoa que seja portadora de distúrbio mental, pode compartilhar experiências, “falar sobre seus temores e desejos, ajudar outras pessoas na compreensão do problema, mostrar como vivem (bem ou mal) os que têm e escondem sua doença, assim como os que as revelam.”
Leia um trecho do relato de Viviane (nome fictício), no post “Meu valor não está no meu peso”:
“No auge do TCAP (transtorno da compulsão alimentar periódica), seguia um limite de calorias e uma alimentação impecável perto de outras pessoas. Após o trabalho, comprava guloseimas (salgadinhos, chocolates, biscoitos recheados, etc.), entrava no carro e, no trajeto até em casa, mastigava até ficar com dor no maxilar. Comia 3000 calorias em uma hora. Tinha falta de ar se não seguisse esse ritual. Então, descartava as embalagens, entrava em casa e jantava normalmente com minha família, mas sofria com uma angústia cortante, uma sensação de impotência, nojo, vergonha, humilhação, fracasso, desespero e aflição. Ia dormir chorando quase todas as noites.”
Se você conhece alguém que está passando por um problema parecido, insista para que ela peça ajuda. A franqueza e o apoio da família e doas amigos é essencial para sair dessa.