como uma diva

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Tempos atrás, Rita Segreto e Daniela Bueno trabalharam como stylists para as revistas Marie Claire e Elle. Quando decidiram trocar a moda pela decoração de eventos sociais, Daniela montou o Atelier da Mesa e passou a vestir as mesas mais descoladas da cidade. Rita, por sua vez, dirigiu seu  apurado senso estético para os arranjos florais.

Agora, a dupla decidiu se voltar novamente para a moda, lançando uma fabulosa coleção de robes de chambre. O conceito é muito interessante: “um traje para a anfitriã receber seus convidados, amigos e amores… uma roupa que parece revelar um pouco da intimidade de quem a veste”, diz Rita Segreto.

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Os robes, que muitas vezes lembram quimonos, são feitos de materiais nobres –como o cetim de seda pura e a seda rústica– enfeitados com bordados, plumas e flores de tecido. Puro deleite para os olhos e para os sentidos, os trajes trazem de volta o glamour das estrelas hollywoodianas.

As peças estão à venda no atelier de Daniela Bueno, de segunda a sexta das 9 às 17 horas. Os preços começam em R$ 600. E o endereço é: rua Bandeira Paulista, 767, casa 48, Vila Olímpia, SP. Tel. 11 3167-0370.

O sonho das meninas

Hoje, a Folha de Sâo Paulo publicou uma matéria, no caderno Cotidiano, sobre pessoas que estão se passando por “olheiros” de agências de modelo, com a intenção de conseguir fotos sensuais de meninas aspirantes a esta profissão.

Esse tipo de golpe não é novo e nem incomum, só que, agora, ele acontece através da internet, incluindo ferramentas como emails falsos, conversas por MSN, e sugestão de nudez através de webcam. Alguns golpistas chegam a convidar as garotas para virem para São Paulo, como atesta a mãe de uma delas, que tinha concordado com a viagem, em nome do tal “sonho de ser modelo” da filha.

É claro que é preciso alertar as pessoas para que tomem muito cuidado com abordagens de caça-talentos, para que chequem a idoneidade das pessoas e das agências envolvidas. Mas não é só isso, é necessário atentar para esta outra  questão:  ser modelo virou a tábua de salvação, o sonho de consumo de um número enorme de adolescentes. E até de crianças.

Hoje, por coincidência, uma outra matéria jornalística falou sobre a fixação feminina em padrões de beleza e comportamento: o Profissão Repórter de Caco Barcelos, na Globo. O programa acompanhou 3 concursos:

Garota da Laje, que aconteceu em pleno Saara carioca (para quem não conhece, Saara é um bairro de comércio popular, tipo 25 de Março) e tinha como único pré-requisito… gostar de tomar sol na laje.

Mini Miss Brasil, em Santa Catarina, em que crianças a partir de 5 anos de idade competem como gente grande, com maquiagem, poses e sorrisos ensaiados (quem já viu o filme Pequena Miss Sunshine, já sabe a doideira que é) para serem coroadas por sua beleza

Concurso de Prendas, no Rio Grande do Sul, que escolhe a moça mais prendada em termos de tradições gaúchas. E neste caso, ora vejam, ela nem precisa ser bonita, mas tem que saber bordar, cantar e dançar músicas típicas. Uma donzela em pleno século 21.

O contraste entre os 3 concursos foi muito interessante e, sem dúvida, a grande sacada da matéria. Enquanto as  popozudas cariocas exibiam seus atributos sem pudor, as mães se realizavam através do sucesso das filhinhas, e a caravana de moçoilas vestidas com trajes típicos, treinava danças anacrônicas.

Os momentos mais marcantes (ou seriam aterrorizantes?), para mim, foram: a menina de 5 anos, quando questionada pela repórter se admirava de algum adulto, responde: a Gisele! Quem? A Gisele Bundchen! Sim, sem nem gaguejar no sobrenome! A cena em que uma outra garota, de 12 anos, chora depois de ter sido ameaçada com uma surra pela mãe de uma concorrente, por ter esbarrado nela. A popozuda indignada que vocifera para a câmera sua indignação por não ter ganho o prêmio: um automóvel usado, ano 2001. E  ela ainda desdenha da  ganhadora dizendo que tem carro zero!

No concurso de prendas, parece haver mais civilidade, escorrem lágrimas de decepção, mas de forma contida. Afinal, não fica bem para uma dama dos pampas sair dando escândalo em público. Uma das prendas desclassificadas, com silhueta mais roliça que as demais, se alegra pelo sucesso das amigas selecionadas como finalistas. Neste grupo, não há lugar para a rebeldia ou a inveja explícita.

Os fatos falam por si. A competição insana, a beleza como meio de ascenção social, e até a infalível coroação mostram que a fábula da Cinderela, da Gata Borralheira, continua viva no imaginário, nos livros, na televisão, e agora, é claro, nas páginas da web.

Acho até que vale a pena rever o filme da Dove que mostra a manipulação de imagem de uma modelo, aqui.

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Nesta segunda-feira paulistana, fria e chuvosa, sugiro esta animação premiada no festival Anima Mundi de 2006, para dar umas risadas.

Aliás, a edição 2009 do Anima Mundi começa nesta quarta-feira, dia 22, e vai até dia 26, no Memorial da América Latina e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Para ver toda a programação é só acessar o site oficial. Na seção WEB, dá para votar nos 20 finalistas desta categoria!

singrando os sete mares da internet

Há tempos que eu estava com vontade de ficar navegando pela internet, à deriva, sem compromiso nem pressa, atrás de blogs novos. Finalmente, consegui fazer isso por algumas horas e compartilho com vocês alguns dos meus achados.

A propósito do dia internacional do rock, comemorado nesta segunda, dia 13 de julho,  Monica Ash, estudante de moda e autora do blog Diálogo Fashion, republicou as fotos de um editorial intitulado “Here comes the son”, com fotos de Steven Meisel feitas para o suplemento outono/inverno da Fashion Rock, em 2008. A matéria é inspirada na história de amor entre o Beatle George Harrison e Pattie Boyd, “uma das mulheres mais desejadas do mundo do rock”. Quem interpreta o músico é seu filho, Dhani Harrison, enquanto a modelo Sasha Pivovarova  encarna Pattie Boyd.

Sobre a incrível semelhança entre pai e filho, Dhani Harrison diz: “Quando eu comecei a ficar mais velho, meu pai disse, ‘Você se parece mais com George Harrison que eu.’”.

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Já o blog TrendMag, de Beatriz Fregoneze e Guilherme Lombardi, mostrou as vitrines da loja canadense Holt Renfrew, que se “rendeu à popularidade dos blogs trendsetters e lançou, dia 26 do mês passado, 9 vitrines inspiradas em 9 blogs de moda”. É claro que o finíssimo The Sartorialist não podia ficar de fora, e máscaras com o rosto do fotógrafo/blogueiro Scott Schuman foram coladas nos manequins, como você pode ver abaixo!

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E a Camila Coutinho, do Garotas Estúpidas, que eu já conhecia mas há tempos não fazia uma visitinha, além de ter mudado o visual do site (ficou bem bacana!), descobriu uma menina, chamada Daiane Lúcio, de Sorocaba, que faz umas bolsas super simpáticas, com preços ótimos! A marca se chama Dai Bags, espia só!

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Camila conta que as peças podem ser vistas no Flickr da marca, e que “nas fotos, meninas descoladas modelam as bags em poses inusitadas no meio da balada, tipo bem The Cobrasnake“.

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Outra coisa bacana foi ver que o Garotas Estúpidas publicou um editorial de moda, chamado “City Girls”, .com estilo jovem e casual, em sintonia com o público do blog. Para ver a matéria completa clique aqui.

a diversão e o tédio

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“O tédio é um tecido cinzento e quente, revestido por dentro com a seda das cores mais variadas e vibrantes. Nele nós nos enrolamos enquanto sonhamos”. (Walter Benjamin, filósofo)

Este sentimento, também conhecido como enfado, aborrecimento ou fastio, é o tema da primeira exposição individual de Oliver Quinto –amigo querido e ex-colega de trabalho, da época em que fui de editora de moda da revista Marie Claire– que será inaugurada amanhã, na Coletivo Galeria.

Lá, além das aquarelas, uma instalação vai mostrar os inúmeros significados do tédio, segundo o autor e os retratados. Como o tema é pouco usual, telefono para perguntar a Oliver o por quê da escolha. A resposta é desconcertante: “porque as pessoas passam a maior parte da vida sentindo tédio, ou suas variações”.

Argumento que é uma resposta… um tanto blasé (termo que designa uma versão esnobe de tédio). “Você precisa de uma resposta mais inteligente? Posso procurar alguma no Google”, diz Oliver, com o humor peculiar que conheço bem. Rimos  e concordamos que isso só seria necessário caso eu também fosse procurar por perguntas inteligentes. No Google, é claro.

Seja para espantar o seu próprio tédio ou confrontar o alheio, apareça na vernissage.

Exposição: “O Tédio Segundo Oliver Quinto”
Local: Coletivo Galeria – Rua dos Pinheiros, 493 – Pinheiros – SP- tel. (11) 3083-6478
Abertura dia 8 de julho de 2009, às 19:30
Funcionamento: de terça a sexta das 15 às 20 hs, sábado das 14 às 19hs

Mas se o seu tédio for causado pelo trabalho, tenho ainda uma outra dica: compre o  “Caderno de rabiscos para adultos entediados no trabalho”, de Claire Fay. Em formato brochura, ele contém desenhos e atividades que irão confortá-lo durante reuniões insuportáveis e outros eventos chatíssimos e estressantes. Quer alguns exemplos? Lá, você pode desenhar a vaca indo para o brejo, colorir o sapo que você acabou de engolir, ou encher aquele colega “mala” com tachinhas, entre outras opções lúdicas e desopilantes.

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Acima, a capa do “Caderno de rabiscos para adultos entediados no trabalho”, de Claire Fay. À venda na Livraria Cultura por cerca de R$ 15, com direito a risada grátis.

choque elétrico

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Neste sábado, 4 de junho, às 16 horas, rola a abertura da exposição Coletiva Choque 2009, com obras dos artistas Zezão, Jaca (autor da obra acima), Carla Barth, Presto, Daniel Melim, Adam Wallacavage, Jeff Soto, Gachaco, Titi Freak e Yumi Takatsuka.

De acordo com o texto de divulgação do evento, escrito por Larissa Marques, o denominador comum entre os participantes é a “evolução do trabalho, tanto em conceito, quanto em qualidade de pintura. Baixo Ribeiro, sócio-proprietário da galeria, diz que “todos os artistas da Choque Cultural estão buscando ‘passar de fase’, subir um degrau. Eles tem estudado e experimentado como nunca, procurando o aprofundamento técnico e um trabalho mais consistente”.

Ainda segundo o press release:

Para esta exposição, Daniel Melim vai fazer uma instalação no porão da galeria, com as paredes pintadas, além de suas obras, como o que apresentou durante a quinta edição da SP-Arte, em maio deste ano. Daniel Melim é um expoente da stencil art, conhecido por seu trabalho no Jardim Limpão, em São Bernardo do Campo, onde pinta a fachada das casas, colore os becos e vielas.


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Zezão (autor da obra acima e já citado num post por causa do filme “No Traço do Invisível”, que foi exibido no Resfest), que é um dos artistas mais antigos da Choque Cultural, mostra a sua nova fase com trabalhos de colagem. Zezão também é conhecido por suas intervenções em galerias pluviais e na paisagem urbana, trabalho que o levou para outros universos como galerias de arte e museus.

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O veterano Jaca (acima) trouxe novas pinturas que concentram riqueza de detalhes. Começou a ilustrar quando ainda morava em Porto Alegre, incentivado por outra fera, Fábio Zimbres. Jaca construiu um imaginário próprio, rico em personagens e cenários doentios, algo entre o desenho infantil e o surreal.

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Parte da vanguarda que a Choque Cultural apresenta, surge a gaúcha Carla Barth que, além da carreira solo, integra o coletivo Upgrade do Macaco. Ela criou um mundo fantástico, de atmosfera psicodélica, com personagens que carregam, ao mesmo tempo, o mistério dos seres mitológicos e a simpatia dos desenhos infantis (foto acima). Suas esculturas de papier-mâché, técnica que explora com maestria, mostram bem a imponência estatuária confrontada à fragilidade do brinquedo.

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Presto é uma dos principais destaques da Coletiva, apresentando trabalhos em desenho e pintura muito delicados, além de suportes construídos (e destruídos) com exímio. O artista de 33 anos estudou na Escola Carlos de Campos, berço de artistas que se consagraram no graffiti paulistano, como Speto, osgemeos e Onesto. Começou a pintar nas ruas em 1996 e, desde então, desenvolve um imaginário próprio, formado por figuras fantásticas e uma caligrafia rebuscada, quase abstrata. A obra acima é dele.

Yumi Takatsuka apresenta novas obras nesta exposição, em que utiliza látex, tinta acrílica e automotiva, sempre sobre madeira. Yumi nasceu e vive, atualmente, no Brasil mas foi criada em Osaka. Fez exposições no Japão e participou da mostra Himegoto, na Choque Cultural, em 2006. Sua grande inspiração são os animais ligados à alimentação. A artista os pinta e desenha sem sentimentos de pena ou indignações. Ela está mais interessada em discutir essas sensações conflitantes contidas no processo do sacrifício para a geração de mais vida, num misto de sutil cromatismo e atmosfera lírica que motiva o observador a enxergar sua obra com mais profundidade.

Reunindo esses artistas, a Choque Cultural pretende apresentar sua progressão, resultado do intenso trabalho de curadoria e suporte à carreira de artistas jovens e consagrados dentro do cenário da arte urbana e contemporânea. “A Coletiva deve ser uma exposição emocionante e impressionante, com pinturas de qualidade e instalações de impacto para o visitante”, resume Eduardo Saretta, sócio-proprietário da galeria.

[todas as imagens: divulgação]

linda de galochas!

Ontem, passeando pelos Jardins, dei uma passadinha da loja da Melissa –que, aliás, está com uma fachada linda, toda estampada com flores e frutas em 3D– e vi que acabaram de chegar as galochas feitas em parceria com a estilista inglesa Vivienne Westwood.

O mimo se chama Vivienne Westwood Anglomania + Melissa Squiggle Boot e custa R$ 290. E com a chuva que está caindo hoje, eu vou “precisar” muito de uma, com certeza! Gostou da desculpa?

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PS- Depois, no evento de lançamento de primavera-verão da Renner, para a imprensa, conversei com a estilista Gabriela Lima que me contou que a rede varejista também está vendendo galochas lindas. Ela ficou de me mandar umas fotos e eu prometo postar aqui!