Foi um daqueles momentos históricos, em que você prende o ar, sentada na ponta da cadeira, com os olhos e os pensamentos em rebuliço, tentando decodificar tudo.
Alexandre Herchcovitch saiu da zona de conforto e se jogou no mundo dos esportes coletivos como rugby e futebol americano, em seu desfile de verão 2010, que aconteceu ontem na SPFW. O estilista reconstruiu os uniformes, inflou ou secou os volumes, usou as armaduras dos uniformes para desenhar o corpo, em ombreiras e crinolinas monumentais. Jogada de mestre.
No meio da explosão de formas e cores, me pergunto: que figuras são essas? Jogadoras cibernéticas, Pokemons evoluídos de uma Belle Époque do futuro? Às vêzes é bom deixar a mente divagar, sem saber as respostas prontamente.
Fotos: Rafa Assef e Olivier Claisse / Ag. Fotosite
PS – Muito bom o texto assinado pelos jornalistas Alcino Leite Neto e de Vivian Whiteman sobre o desfile, na Folha de São Paulo de hoje (19/06/09).
“Ao explorar o mundo dos campos esportivos, Herchcovitch deixou de lado o futebol brasileiro, aquele cuja técnica está mais para a dança do que para o confronto violento -característica essencial da versão americana do bate-bola e do rúgbi. ”
“Interessante notar como essa escolha revela o entendimento do estilista sobre o que é a moda: um “esporte” de equipe, no qual a inspiração precisa necessariamente vir acompanhada de um embate direto e brutal com as formas do corpo. Sem contar os conflitos, esses ainda mais duros, com as barreiras da área comercial. “