costurando bonecas e sonhos

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Este Portfólio#3 começa com uma pequena charada:

O que é, o que é, que mistura blog, bonecas, histórias, miniaturas de roupas e um bocado de imaginação?

Não se preocupe se não souber responder. Não é algo óbvio, nem  comum, tampouco muito conhecido. É mais como um segredo sussurado apenas àqueles em que confiamos. É um lugar mágico, único, ao mesmo tempo real e fictício, chamado Mundo Miki.

Idealizado por Miki W. –uma web designer multi-talentosa de 35 anos, com pós-graduação em moda–, este reino paralelo é habitado por bonecas de feltro com personalidades marcantes e roupas preciosas. Cada personagem é único, tem uma história, um guarda-roupa e um blog pessoal: delicadezas e minúcias que se espalham pelo mundo físico e cyber.

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Dominique adora cinema e quando crescer quer dirigir. Alice gosta de pássaros, de música e tem duas amigas inseparáveis, a Dora e a Lucy. O amor da Leonor tem tudo a ver com coelhos: até seu prato predileto que é bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

É difícil não se encantar por essas meninas de pano. E neste caso basta escolher e comprar uma, certo? Bem… na verdade as bonecas não estão exatamente à venda. Como assim?

Miki desaprova o excesso consumismo no mundo, não quer que as suas “crias” sejam encaradas como meros objetos sem significado. Sugere que as pessoas cultivem algum tipo de vínculo com elas. Por isso, as bonecas estão disponíveis para “adoção”, basta que a candidata adquira um traje para a pequena. Um modelito feito sob medida para o corpo e a alma, com direito a uma nova página no blog.

E como a imaginação dessa criadora não pára, recentemente, o Mundo Miki foi ampliado e surgiu o Jardim dos Sonhos das Mikokeshis. Quer saber como é lá? Então  dá uma espiadinha AQUI!

[Portfólio  é a seção do MSF que abre espaço para divulgar trabalhos bacanas de pessoas talentosas. Para enviar um projeto mande um email para modasemfrescura@gmail.com ]

nasceu! é um blog!

 OBA! Tem blog novo no pedaço!

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 O DJ Zé Pedro, figura ilustríssima que faz trilhas sonoras incríveis para a vida e para os desfiles dos nossos estilistas, deixa as pick-ups de lado por algumas horas diárias para falar do seu assunto preferido: música em geral, brasileira em particular. Célia, Rosa Passos, Fernanda Takai e Liza Minelli são algumas das  musas que já inspiraram reflexões. O nome do blog é Orgulho Nacional, vai lá! 

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Já o blog SAIA NA RUA  é uma iniciativa de Patricia Veltri –produtora de moda, figurinista e amiga querida que mora em Rotterdam, na Holanda. Para inaugurar, ela dá suas impressões sobre um evento muito bacana que acontece anualmente na cidade, “A Noite dos Museus”. Fala também sobre o documentário Dream of Life, sobre a cantora Patti Smith, a nova edição da revista Dansk e muito mais. Favorite!

eu e meu amado robô

O mundo cyber e o da moda andam trocando figurinhas e até mesmo fluídos corporais.

Pelo menos é o que parece neste editorial de moda publicado na revista Marie Claire italiana, edição de março de 2008. 

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[Fotos: Johan Sandberg]

Será que o editorial se inspirou no próximo longa-metragem de animação da Pixar/Disney? É a história de uma robozinho mega curioso e solitário, chamado Wall.e, que vive numa Terra desabitada de humanos. Vale a pena ver o trailer do filme, que tem estréia mundial marcada para 27 de junho. [dica incrível da lalai!]

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Outra coisa

Um mistério que me assombra, desde sempre: porque as revistas italianas são tão ousadas? Dentro do grupo Marie Claire, que publica revistas em 29 países, a mais vanguardista é a italiana. A Vogue Italia…nem se fala, é a bíblia dos modernos. Será que o Giovanni Bianco sabe explicar?

nova seção: amores e ódios na moda

 Quando criei o blog, um ano e meio atrás, e batizei de Moda Sem Frescura, queria sinalizar a possibilidade de mostrar ângulos menos fúteis e óbvios de um assunto que provoca nas pessoas tanto fascínio quanto repulsa.

Apesar de ser uma profissional de moda com anos de experiência, eu mesma não estou imune à flutuações de humor e amor com o mundo fashion. Tem coisas que eu adoro e coisas que eu abomino. Coisas que me fazem sonhar acordada e outras que me dão vontade de rasgar a fantasia e desejar a volta do nudismo primevo.

Por isso, decidi inaugurar hoje a seção Amores e Ódios na Moda. Ela será publicada eventualmente, sempre que surgir um tópico que me tire do sério, para o bem ou para o mal. Vamos lá!

Uma das coisas que EU ODEIO NA MODA é o excesso de regras.

O ato de se vestir, que deveria ser uma atividade lúdica e inspiradora, facilmente se transforma num conjunto de regras e definições do que é correto, apropriado, de bom tom.

Sim, para o bom andamento das reuniões sociais é necessário saber que o pretinho básico que usa num cocktail party, não serve para um churrasco no sítio, mas junto com a adequação, toda a diversão e a espontaneidade também podem ir por água abaixo.

Vestir-se, em primeira instância, é algo que fazemos para cobrir e proteger o corpo. Além disso, o traje possibilita muitas outras coisas: seduzir, ostentar poder ou demonstrar que pertencemos a um grupo. Quando dispomos de algum auto-conhecimento e apreço pela brincadeira, este ato pode ser também uma maneira de expressão.

Então quero dar vivas às pessoas de todos os tipos físicos, idades e classes sociais que se divertem com o próprio guarda-roupa e fazem da moda um território livre, em que a diversão, a elegância e a originalidade andam juntas!

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Cito um dos maiores ícones neste quesito, Diana Vreeland:

“Sem emoção não há beleza”

“Nunca tema parecer vulgar, mas sim entediante”

“A maior vulgaridade é qualquer imitação da juventude e da beleza”

“The energy of imagination, deliberation, and invention, wich fall into natural rhythm totally one’s own, maintained by innate discipline an a keen sense of pleasure –these are the ingredients of style. And all who have it share one thing: originality.” (com medo de cometer uma tradução medíocre, cito em inglês mesmo)

Frases extraídas do livro “The Power of Style” de Annette Tapert e Diana Edkins.

Tem mais sobre a tragetória da lendária editora da Haper”s Bazaar aqui.

a nova garota

Que tal uma domingueira em plena segunda-feira, só para começar bem a semana? A dica veio há cerca de 1 mês, numa conversa pelo MSN com amigos antenadísimos que moram em Londres: mandaram uma música de uma cantora nova, chamada Duffy. Aí, na semana passada saiu uma matéria na Folha de São Paulo, na Ilustrada, dizendo que a moça, de origem galesa, acabou de lançar o disco de estréia e já está sendo comparada a Amy Winehouse (coisas deste louco mundo cyber, Duffy ganhou fama ANTES de lançar o primeiro disco rsrsrs). De qualquer forma, gostei muito do estilo musical e visual da cantora, que remete aos anos 60. Confira aí!

Detalhe: desde que este clipe oficial foi lançado, em janeiro, já teve mais de 2 milhões de acessos! Vida longa a Duffy!

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Esta referência passou despercebida pelos grandes críticos da moda do mundo!

Coube ao blog Trendinista  apontar a verdadeira inspiração do último desfile de Jonh Galliano: a banda “Dr. Teeth and the Electric Mayhem” do Muppet Show!

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Vai dizer que não são parecidos?!

o volume tá alto!

Ai minha Nossa Senhora dos Fashionistas! O que foi o desfile da Louis Vuitton! O Marc Jacobs que me desculpe, mas não gostei do festival de volumes exdrúxulos em tons pastel (preciso confessar: detesto essa gama de cores clarinhas) que ele botou na passarela da LV.

Vamos combinar que quando NEM as modelos ficam bem na passarela, é melhor que as roupas não cheguem às consumidoras reais, né!

Segundo o Style.com, Jacobs declarou que a coleção se baseia em formas esculturais criadas por pregas, dobras e pences. Ok, dá para perceber que a construção das peças é bem elaborada, mas o resultado final… a silhueta… é de lascar!

Espia e me diz se eu tô louca!

Não gostei nem mesmo dos acessórios: bolsas nacaradas, sapatos-tijolões, broches pesados, aiaiai!

o grande mestre

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Ele já colocou um tornado na passarela, já iluminou vestidos com LED, já fez a roupa da modelo desaparecer completamente, diante de uma platéia atônita.

Seria Hussein Chalayan um mestre da prestidigitação? Apesar da sensação de estarmos diante de um ilusionista, o que rege o trabalho desse estilista é a technologia, usada sempre a serviço de conceitos consistentes, contundentes, inteligentes.

O tema do último desfile, que aconteceu em Paris na última quarta-feira, foi a evolução da humanidade. Para ver este vídeo antológico, é só clicar AQUI.

Leia, abaixo, a crítica de Sarah Mower, do Style.com

PARIS, February 27, 2008 – Something amazing took place at Hussein Chalayan’s show: Models broke out in smiles. Not stilted smiles they’d been ordered to wear, but the spontaneous human variety that indicates actual enjoyment. Suddenly you thought: Good Lord, there are people inside these girls! They are actually…living individuals!This was not the intended revelation of Chalayan’s collection, but as an accidental by-product, it made a serendipitous contribution to what he was saying. “Generally, I’m interested in how we are as human beings,” he said after the show. “I think of my work as a kind of life science.” Chalayan’s concept was an abstract story about the evolution of humanity, which was accompanied by an a cappella group who struck up an extraordinary vocal timpani simulating prelife space sounds, jungle noises, and folkloric and religious chants.

So was it the group that started to crack the models up? Or was it that naughty Coco Rocha, who advanced toward the photographers wearing a draped black dress that had a 3-D ape worked into it? An ape drape. After that, it was a case of every nation under a smile—not just the little-girl performers, but the from-everywhere audience, too. Never in a nasty way, though, because apart from the missing-link showpiece, the collection represented some of Chalayan’s most highly evolved designs for everyday living. Take the clothes away from the concept and you simply have intelligently cut asymmetrical dresses and all-in-ones with interesting gathers and soft drapes. Some came in prints of Stone Age flint ax heads, and others with straps made of special rough-cut Swarovski stones made to imitate, well, stones.

At the end, two girls came out in mechanical dresses that, in the darkness, sent out moving spots of light configured to symbolize the big-bang beginning of the universe. They were, as always in a good Chalayan show, astonishing and moving. But somehow, it was the sight of those normally dead-faced models coming to life that was really miraculous.
– Sarah Mower 

(foto: Marcio Madeira/Style.com)