O desfile de Alexandre Herchcovitch começou ao som de “Born, Never Asked” de Laurie Anderson.
“It was a large room. Full of people. All kinds. And they had all arrived at the same buidling at more or less the same time. And they were all free. And they were all asking themselves the same question: What is behind that curtain?”
[audio:BornNeverAsked.mp3]Nada mais apropriado: todas as pessoas ali estavam mesmo se fazendo a mesma pergunta: O que há atrás da cortina?
E a resposta veio na forma de uma equação matemática que balaceava formas, volumes e cores de modo magistral. A começar pelo sapato com palito no salto.
Passando também por xadrezes mixados com recortes de cetim, boleros armados tipo crinolina, cavas ovaladas, mangas de falso astracã, e muitos outros detalhes de modelagem, característicos do trabalho de Alexandre.
No final do desfile, uma última música de Laurie Anderson –“Language is a Virus”, inspirada na frase do escritor William Burroughs: “language is a virus from outer space”– sinaliza que o estilista comunicou sua mensagem. Agora a notícia vai se espalhar pelo mundo, como um vírus, à medida que o público, os jornalistas e os fotógrafos deixarem a sala.
Cusiosamente, uma outra marca já fez essa mesma associação entre a música de Laurie Anderson e as formas geométricas das roupas. Foi a Maria Bonita na estação passada, primavera-verão 2008. Na época eu fiz um post sobre moda e música, que você pode reler aqui.
Reveja a coleção de verão da Maria Bonita, no desfile que aconteceu em junho de 2007.
Talvez algumas pessoas fiquem tentadas a considerar que houve cópia mas, para mim, é mais uma questão de sintonia e de coincidência.