A revista V que saiu no dia 20 de julho traz uma matéria com Anton Corbjin sobre o filme Control, que fala sobre a vida de Ian Curtis, lendário vocalista do Joy Division que se suicidou aos 23 anos. Por enquanto, dá para ler um trecho aqui, no site da revista.
O holandês Corbjin ficou famoso como fotógrafo e diretor de vídeos do segmento musical, ao criar imagens antológicas para bandas como Depeche Mode, Nirvana e U2, entre outras. Control é seu longa-metragem de estréia, lançado no último festival de Cannes, em maio, quando recebeu 2 prêmios. A história se baseia no livro “Touching from a Distance”, escrito por Deborah Curtis, viúva do cantor. O ator Sam Riley faz o papel de Ian Curtis e Samantha Morton, o de Deborah.
Abaixo, foto de Dean Rogers durante a filmagem de Control. Da esq. para a dir. Corbjin, Riley e McNutty. No alto, cena do filme, também por Dean Rogers.
Poucas bandas, nos anos 80, tiveram tanta influência na cena musical quanto o Joy Division. O som soturno, tristonho, com batidas de bateria abafadas e letras cheias de angústia refletiam o sentimento de uma geração. Muita gente se inspirou neles, inclusive Renato Russo, no primeiro disco do Legião Urbana.
Depois da morte do vocalista, os outros integrantes criaram o New Order. E um novo capítulo da história da música.
Veja, aqui, uma entrevista com o diretor, legendada em inglês, com cenas do filme.
E o trailler do filme.
Nunca fui de cultuar mitos, mas mesmo assim, nos anos 80, pintei numa camiseta a data da morte do cantor: 18 de maio de 1980. É até estranho dizer isso, mas nunca esqueci esta data.
Naquela época, o suicídio de Curtis parecia uma daquelas tragédias inexplicáveis. O silêncio rondava os remanescentes da banda. Só com a publicação do livro de Deborah Curtis, 1995, foi possível entender um pouco do que se passava. Ian se sentia culpado pelo casamento fracassado e por ter uma amante. Além disso, os remédios que tomava para tratar da epilepsia recém-descoberta, junto com o grande consumo de álcool, o levaram à depressão, tornando seu humor imprevisível.
No fundo, acho que todo fã do Joy Division já se perguntou o que teria acontecido se Ian não tivesse dado fim à própria vida. A resposta fica a cargo da imaginação de cada um. Provavelmente, o New Order não existiria. Já pensou?
Foto: Dean Rogers
Memorabilia
Acima, fotos do livro “Pleasures and Wayward Distractions” de Brian Edge (1984).
Abaixo, detalhes das capas de Love Will Tear us Apart, Closer e Atmosphere, todas criadas pelo artista gráfico Peter Saville.
Esses discos de vinil foram dos poucos que resistiram na minha estante, junto com alguns do Cure, Smiths e Brian Eno. O mais precioso deles é o single de 7” do JD com Transmission, de 1979. Só não coloquei a foto da capa porque está detonada demais (ainda bem que o disco, em si, resiste). Boa oportunidade para ligar novamente o toca-discos.
Links:
Ian Curtis.org – fã-clube do cantor e da banda, contém todas as informações discográficas
Saville Associates– site do artista gráfico Peter Saville
Touching From a Distance– trechos do livro
Lyrics: Love will tear us appart
Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just cant function no more?
When love, love will tear us apart again