Oi. Eu tinha prometido as tendências do Fashion Rio, né. E mais um resumo da moda praia. Hummmm, sabe o que é…não deu! Hoje eu tive que fazer todas as coisas que uma criatura precisa fazer antes de cair de cabeça na “semana week de moda fashion paulistana”, sabe assim… cuidar do cabelo, fazer supermercado, comprar o remédio do cachorro, não deu nem tempo de almoçar. Amanhã às 9 tem palestra do WGSN, afe, nem começou e já estou cansada! Num mundo perfeito, as palestras sobre macrotendências sempre começam depois do meio-dia. Aliás, num mundo perfeito TUDO podia começar depois das 12 badaladas.
Enfim, eu vou estar no SPFW direto, fazendo a cobertura para o BlogView. Para quem ainda não sabe, o BlogView é um coletivo formado por 7 blogs super bacanas. Apareça por lá!
Enquanto isso, saiba mais sobre a próxima coleção de Ronaldo Fraga –que é inspirada na cantora Nara Leão— lendo um trecho desta ótima entrevista feita por Deborah de Paula Souza, para a revista Claudia.
Por que escolheu Nara Leão como tema?
RF: Tudo começou porque o Nelson Motta, que foi muito amigo dela, convidou a cantora Fernanda Takai para regravar parte de sua obra, lembrando que em 2008 a bossa nova completa 50 anos e em 2009 fará 20 anos que Nara morreu. Fernanda sabia da minha paixão por Nara e, como já cantou em duas trilhas de desfiles meus, me procurou –à partir daí não consegui pensar em outra coisa.
Qual é o tom da sua homenagem?
RF: Nara me permitiu tocar na delicadeza. Na definição de Chico Buarque, ela era aquela menina tímida, frágil e doce que carregou nas costas um banquinho e um violão, o morro carioca, uma passeata de protesto…e eu diria que ela carregou também umas bananas do tropicalismo e um circo, porque gravou muito para o público infantil.
Os joelhos de Nara eram muito elogiados. Vai ter minissaia na coleção?
RF: Claro, vai ter braços e pernas de fora, afinal também estou falando de Copacabana. Não vou copiar o figurino da intérprete, o que me interessa é o seu espírito –fiz uma coleção simples e sofisticada com um quê de melancolia e de auto-ironia. Mostro roupas com textura de pedras portuguesas, com estampa de branco sobre branco. Estou usando tecidos novos, que parecem forro de mesa; trabalhei com estampas da favela, pacotes de sementes de flores e barquinhos bordados. Tentei resumir o que Nara Leão viveu em quatro décadas: bossa nova, resgate da cultura do morro, política –ela foi uma das primeiras a se manisfestar contra a ditadura– canções para as crianças e tropicalismo.
Pode dar um conselho de estilo para as mulheres?
RF: Libertem-se da cartilha fashion, ela muda a toda hora. Estar bem vestida tem a ver com repertório de moda, e isso não se constrói em um dia. O que importa não é se a saia subiu ou desceu, e sim quem você é e quais são as suas escolhas. Antes eu achava que a moda mudava o mundo. Não acho mais. Quem muda o mundo são as pessoas. Mas a moda pode mudar as pessoas.