Ouça esta roupa

No último SPFW, fiz um post relacionando a coleção da Vide Bula e o som do Klaxons, porque ambos têm elementos da estética new rave. Várias pessoas comentaram, na ocasião, que achavam esta conexão interessante. E é mesmo. Tanto a moda, quanto a música, são capazes de refletir e definir o mood de uma época.

Desde os meus 13 anos, quando descobri que existia um tipo de música que os meus amigos mais velhos chamavam de “música não comercial”, comecei a apurar os ouvidos e a ficar atenta a tudo o que rolava na cena musical alternativa.

Nos anos 80, a importação de discos de vinil era nula, no Brasil. A melhor loja de música pop, que trazia (de contrabando, é claro) tudo o que era lançado em Londres e nos EUA, era a Bossa Nova Discos, no centro. Chegavam 2 ou 3 exemplares de cada disco, então era preciso amanhecer na loja para comprar, digamos, o disco de estréia dos Smiths.

Mas todo este assunto começou porque hoje eu recebi uma notícia bem legal que também envolve moda e música. A loja  UMA Raquel Davidowicz, na Vila Madalena, está vendendo uma seleção de cds incríveis, selecionados pelo DJ Hisato.

Tem desde “The Man Who Sold the World”, terceiro disco de David Bowie, lançado em 1970,  até “Back to Black” da nova diva jazzística Amy Whinehouse. Tem “Twelve”, lançamento recente em que Patti Smith faz covers de Stones, Nirvana e Doors. E tem ainda”The Reminder” da banda canadense Feist, para quem prefere um som mais leve, mais alegrinho. A lista continua, mas você vai ter que ir lá para descobrir: rua Girassol, 273, tel. 11 3813 5559.

Enquanto isso, confira a versão de Patti Smith para o clássico do Nirvana, “Smells like Teen Spirit”

resfest

Alex Gopher – The Child

Mais uma atração do Resfest, que rolou neste fina de semana. Neste vídeo criado por Antoine Bardou-Jacquet, o mundo é construído por palavras. Literalmente!

Clubinho fashion

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O Clube de Estilo —show-room de vendas de atacado que reúne as marcas Daniella Zylbersztajn, Diva, Daniele Mabe, T. Arrigoni, Pat Falcão e Amarilis– está organizando um preview de tendências da primavera-verão 2008 e, de quebra, um ciclo de palestras sobre moda.

Amanhã, dia 23, João Braga –professor de História da Moda que leciona nas faculdades mais importantes de São Paulo– fala sobre a multiplicidade de estilos dos tempos atuais, na palestra intitulada “Metrô de Tendências”. Dia 24 é a vez da editora de moda e designer de jóias Jussara Romão fazer uma reflexão sobre imagem de moda. E dia 25, Fernanda Zanetti e Cris Zanetti, personal stylists de primeiríssima linha e donas da Oficina de Estilo, ensinam estratégias para conhecer melhor o consumidor final.

O Clube de Estilo fica na alameda Gabriel Monteiro da Silva, 399. Para participar, é preciso se inscrever pelos telefones: (11) 3081-0001 e 3063-5705. 

“The future’s so bright, I gotta wear shades”

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 Por que as pessoas gastam tanto dinheiro com óculos escuros? O jornalista Simon Mills, do The Guardian, responde a esta pergunta com um artigo excelente. Vale a pena ler!

Bono has a party trick. When anyone asks the U2 singer why he insists on always wearing his signature, blue-tinged sunglasses (you know, the wraparound Chanel jobs permanently clamped on to his front-of-house, the ones that replaced the Cutler and Gross “fly’s eyes” model he wore circa Achtung Baby) he will explain, with refreshing honesty, that his shades actually provide a kind of instant stellar petrification. That without them on, he just looks like an ordinary little Irish man. “Look,” he will say lifting them on and off, up and down, like Eric Morecambe used to do, “rock star with them on … ordinary bloke without them. Rock star/ordinary bloke, rock star/ordinary bloke … ”
Truth is, we are all a little bit Bono in the face furniture department these days. Look around you and you will see (as long as the tint on your Persols isn’t too dark, mind) that wearing sunglasses all year round, summer and winter, sunshine and rain, inside and outside, on your face or even on top of your head, is not quite the gauche, self-regarding faux pas it used to be….”

PS- A frase do título, “The Future’s so Bright  I Gotta Wear Shades”, é de um antigo hit do grupo Timbuk 3, famoso na segunda metade dos anos 80.  Veja o clipe e note que a integrante Barbara K. aparece usando um Ray-Ban Wayfarer, modelo tido como o óculos de sol mais vendido até hoje. Ele já recebeu o aval de Marilyn Monroe, Kim Novak  e Audrey Hepburn, que aparece usando um em “Breakfast at Tiffany’s” (1961). Mais recentemente foi  Tom Cruise, em “Risky Business”(1983), quem reacendeu a  febre mundial. E pode apostar, o Ray-Ban Wayfarer está de volta!

Radiohead no Resfest

Eu pensei que ia chegar na Cinemateca Brasileira com uma hora e meia de antecedência e já ia encontrar uma fila dobrando a esquina, com fãs do Radiohead perfilados para pegar uma senha e assistir ao especial programado pelo Resfest. Que nada! Às 11 horas da matina haviam exatamente duas pessoas ansiosas para reservar lugar na sessão do Radiohead: eu e meu amigo Luigi, do About Fashion. Mais gente apareceu para assistir, mas a sala não chegou a lotar.

Apesar da maior parte do material apresentado estar disponível no YouTube, foi muito bom assistir na tela grande, com som de qualidade, na sala escura. Para quem perdeu, alguns dos meus momentos preferidos.

A linda música “Pyramid Song”, na visão viajante e apocalíptica de Shynola:

 O clip bem loucão de “Paranoid Android”, 1997:

 “Creep” em ótima animação de Monkey Hub, que eu já tinha visto no blog do Fábio Resende:

 “Knives Out”, dirigido por Michel Gondry em 2001:

O novíssimo video de “Harrowdown Hill”, do disco solo The Eraser:

Zezão – O explorador do esgoto

O trabalho do grafiteiro Zezão é o tema central do filme “No Traço do Invisível”, das diretoras Laura Faerman e Marília Scharlach, apresentado em 19/05/2007 no Resfest em São Paulo.

Na abertura do Resfest, Laura Faerman e Marília Scharlach, diretoras do filme “No Traço do Invisível” subiram ao palco e agradeceram à equipe de filmagem, por ter entrado “naquela buraqueira”. O que as imagens mostram, logo a seguir, é mesmo uma buraqueira infernal, composta pelas galerias de esgoto do rio Tietê, pelo piscinão do Pacaembú e outros lugares para lá de trash, que o grafiteiro Zezão elege como suporte para sua arte.

Ver Zezão se embrenhar na imundície dos túneis causa, logo de cara, um certo incômodo visual e levanta algumas questões importantes. Por que uma pessoa se embrenha na rede de esgoto para grafitar onde ninguém vê? É um discurso social, é transgressão, é o quê?

Queremos tanto esquecer da parte feia da cidade, dos seus subterrâneos sujos, das suas áreas degradadas e decadentes. E no entanto, lá vai Zezão, sozinho pelos túneis, como um arqueólogo do lixo, deixando sua marca, suas belas formas fluidas e orgânicas, sempre em dois tons de azul. Para quê e para quem?

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha e o galerista Baixo Ribeiro (da Choque Cultural) analisam o trabalho do grafiteiro, falam do horror da decadência urbana, da impossibilidade de revitalizar as áreas mortas, da falha da civilização em criar e manter as cidades.

Não fica claro, no filme, o quanto estas reflexões fazem parte da intenção do artista, e isso deve ser entendido como uma qualidade e não uma falha. Zezão escala paredes, se equilibra em muros altos, pula em terrenos baldios, invade trilhos de trem, arromba portas em prédios abandonados. Suas ações falam por si. A câmera que o segue, cúmplice, espiona aquele mundo estranho e apocalíptico que não queremos ver. E termina por mostrar uma beleza às avessas, feita de avenidas sinuosas, curvas de rio, galerias subterrâneas. Vista do alto, a cidade se parece com os traços de Zezão.

O filme “No Traço do Invisível” está disponível no Youtube. Confere lá! 

Para ver mais imagens das obras de Zezão, no Flickr do artista, clique aqui.

My Brightest Diamond

O show do My Brightest Diamond encerrou o dia, no Resfest, com seu som etéreo e delicado. Neste vídeo, ultracaseiro, feito pelo celular, a vocalista Shara Warden canta Nina Simone.

Para visitar a página do grupo no MySpace e assistir a um vídeo bem bacana, da música “Magic Rabbit” clique aqui.

A festa do Resfest

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Acontece hoje, às 21 horas, somente para convidados, a festa de abertura do Resfest, com exibição do longa “No Traço do Invisível”, de Laura Faerman e Marilia Scharlach, sobre o trabalho do grafiteiro Zezão. Depois do filme, o DJ Holger Beier assume as pick ups, e levado-se em conta que ele é o inventor do bastard pop –precurssor de bandas de mashup como o 2Many DJs–, a festa deve bombar.

O meu convite já chegou (OBA!), e veio com um mimo super especial: o toy criado pelo ilustardor Rafael Grampá, diretor de arte da produtora Lobo. É um passarinho muito fofo, veja o desenho acima!

Eu vou lá e depois conto tudo aqui! Se der, vou postar videozinhos do celular e tudo. Aguarde!