Andei falando da influência “nerd” na moda, mas não tive tempo de incluir alguns dos meus nerds favoritos. A saber:
Olive, a simpática personagem de “Pequena Miss Sunshine”, interpretada pela ótima Abgail Breslin, exibe o figurino incrível. Adoro a mistura de vermelho com rosa claro.
Paul Giamatti, no papel do cartunista Harvey Pekar, o cara mais nerd desde que a tinta e a caneta foram inventados, é outro perdedor maravilhoso.
Aqui você vê Giamatti e a atriz Hope Davis numa cena do filme “Anti-Herói Americano” ou “American Splendor”, na versão original.
Andei pensando na razão do fascínio pelos nerds. Eu, por exemplo, sempre me identifiquei com eles, sempre me senti meio outsider. Mas acho que a questão é bem mais abrangente. Meses atrás, a toda-poderosa Barbara Kennington, diretora do WGSN, fez uma palestra intitulada “A vingança dos nerds”, falando justamente sobre esta tendência, agora concretizada. A premissa era que, num mundo globalizado, em que as informações estão ao alcance de todos (e portanto, banalizadas), só pessoas muito originais, com visões de mundo extremamente particulares são capazes de trazer frescor, surpresa e renovação para a moda.
Concordo com a idéia, mas vejo também uma outra faceta. A força de atração destas figuras desajeitadas, para mim, é o fato de deixaram à vista, ou de não conseguirem esconder, suas vulnerabilidades. E isso é muito comovedor.
Porque quem não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos costuma sofrer todo tipo de discriminação. Por outro lado, os nerds podem usufruir de uma liberdade estupenda, ao se libertarem da necessidade de agradar a todos, ao assumirem toda a sua excêntrica originalidade. Como a pequena Olive, de short rosa, botas cowboy, camiseta justa, óculos de grau enormes, se sentindo a rainha Raio-de-Sol.
Resumindo, o mundo das perfeições apolíneas pode ser muuuuito chato. Viva a esquisitice, já que “de perto ninguém é normal”!
Abaixo, outro nerd impagável, o personagem Toby Dadloff, também de “Anti-Herói Americano”.